Capítulo 01

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Assim que chego em casa, corro escada acima já tirando minha roupa para cair no banho

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Assim que chego em casa, corro escada acima já tirando minha roupa para cair no banho. Acabei de chegar do canil e só tenho tempo de tomar um banho e correr para o shopping, onde estou ajudando meu pai no escritório e o mais foda nem é isso e sim ter que usar terno e gravata. O que minha mãe pira e eu odeio!

Tenho me mantido o mais ocupado que posso e graças a Deus, estou trabalhando nas duas coisas que mais gosto; cuidar dos animais e ajudar na administração do shopping da família. Descobri que sou bom nisso e quando pedi para o meu pai me deixar ajudar, ele foi ao céu da aposentadoria, mas logo tirei seu cavalinho da chuva, pois não estou pronto para tamanha responsabilidade.

Mergulho no chuveiro e deixo a água quente lavar meu corpo e o cheiro de cachorro molhado, pois hoje foi dia de banho e tosa dos meus bichinhos. Claro que não fiz nada sozinho, mas sempre acabo ensopado quando dou banho neles. Agarro o sabonete e começo a passar pelo meu corpo, fazendo bastante espuma e quando meus dedos passam por cima da tatuagem que fiz nas costelas, meus olhos se fecham automaticamente e uma dor açoita meu peito.

Furacão Vidal...

Não é uma dor física, se fosse seria bem melhor. E olha que eu tentei e muito encontrar uma dor diferente que pudesse aplacar a outra, mas foi totalmente inútil. As noites são piores ainda, mesmo me matando de trabalhar não consigo ter um sono tranquilo... são sempre os mesmos... seus olhos vazios, suas lagrimas de mágoa, ela virando as costas e indo embora.

Nada me machucou tanto do que faze-la sofrer... se eu soubesse... se não tivesse sido tão cego, não estaríamos sofrendo agora. Não sei, acho que quis acreditar que o meu amor era impossível, unilateral, mas só enxerguei a realidade quando foi tarde demais. Eu já tinha machucado ela ao ponto de não ter mais volta e agora a minha melhor amiga, metade do meu coração, está distante a quase um ano e tudo o que ficou pra trás foi aquela noite. Uma noite que me deu tudo e ao mesmo tempo me tirou tudo, deixando para trás um imenso vazio.

Quando se tem um temperamento como o meu, você entende que está na merda quando nem a raiva que vive em ebulição dentro de si te ajuda a sair da inércia. Cai em um buraco tão fundo que até o ar me falta as vezes. Se não fosse pelo Valentin e pelo Sansi, eu ainda estaria tendo atitudes suicidas. Nunca fui de comprar briga a não ser quando minhas primas ou irmão estavam envolvidos, e quando isso não acontecia deixava quieto, pois acreditem, sempre tem um idiota que quer brigar e me desafiar. Porém depois que ela se foi aceitava os desafios e deixando que eles me batessem sem revidar um soco. Quando Valentin descobriu foi um inferno...

— Você é louco porra!? Que merda você acha que está fazendo ao deixar eles te machucarem Vicente? — Valentin grita insano. — Essa merda está indo longe demais, está me ouvindo? Eu deixei que se matasse na academia, deixei que treinasse até cair desmaiado, mas aí entrar em uma briga pelo prazer de apanhar já é demais caralho!

— Cala a boca Valentin... a vida é minha, então não se meta, porra!

— Seu irmã está certo Vince. Isso não é jeito de viver e aposto que se ela souber disso não vai gostar nada. Você não está em um lugar bom irmão... entrar em uma briga para sentir uma dor diferente da qual está sentindo não vai te ajudar em nada. A dor física vai passar, mas a que está sentindo permanecerá. Eu sei do que estou falando, já estive no seu lugar. — Igor diz sério.

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