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Morgana
O tempo voa, quando as coisas parecem estar dando certo, o tempo passa num piscar de olhos! Passaram-se semanas... há mais de um mês que Fred e eu estamos sumindo da vista de Snape, há mais de um mês que eu não piso nem perto de sua sala. Isso na verdade é bem fácil. Se bem que eu não faço nada além de ficar boba pelo ruivo que está sempre alerta e me arrasta de um lado para o outro como se eu fosse uma boneca. Como isso pode ser possível? Sinto que estou flutuando nas nuvens. Estou concentrada na minha lição num canto isolado da biblioteca, imaginava estar sozinha, mas Fred parece sempre saber onde eu estava. Alerta de stalker.
Ele já chegou me dando um susto com uma lesma falsa no meu ombro e eu estava tentando esganá-lo silenciosamente enquanto ele ria se sentando do meu lado.
— Bom dia, minha pequena— ele beijou minha bochecha e eu soquei seu ombro com raiva. Eu odeio lesmas e o bendito sabe bem disso, infelizmente, uma vez que descobriu mais uma coisa sobre mim, eu não parava de ver lesmas em todos os lugares!
— Eu juro que eu vou te matar se eu ver mais uma lesma essa semana, seja sua culpa ou não!— ameaço olhando para os lados. Fred não fica tanto na biblioteca e honestamente não quero que ele me faça ser expulsa do meu lugar favoritinho. Ele tem um sorriso lindo no rosto, fica apenas me olhando e minha raiva vai se dissipando com seu jeitinho turbulento e ao mesmo tempo tão adorável de ser. Faço-me de emburrada, porque é sem abrir a boca que temos uma pequena discussão e ele sabe que está ganhando.
— Jura, princesa?— ele guardou a falsa lesma no bolso e aproximou mais sua cadeira da minha. Passou o braço por cima do meu ombro e me puxou para um abraço. Eu juro que tentei, mas os risos me escaparam quando ele espalhou beijos pelo meu rosto— Fica bravinha não, você sabe que me ama.
Amor. Pode ser algo que eu sinta, mas não sei como falar isso. Não que seja um bloqueio, até porque com Fred eu não tenho nenhum, mas... Por que esse bolo se forma na minha garganta? Por que eu não consigo admitir? Meu sorriso não me escapa apesar dos meus pensamentos e eu abraço Fred de volta. Meu portinho seguro, tudo de bom. Sei lá... tenho medo de que ele desapareça.
— Hmm, o que você está fazendo aqui, vida?— pergunto, manhosa, esfregando-me nele como uma gata pedindo por um afago. Sim. Eu achava ridículo apelidos, assim como achava ridículo ficar por aí se esfregando com o namorado.. ou quase namo-
Enfim. Apelidinhos continuam sendo ridículos, mas Fred gosta quando eu o chamo com carinho assim e eu gosto que ele goste.
A vida têm ficado agitada, desde que assumimos estarmos apaixonados, o mundo parece exigir mais de nós. Nos escondemos juntos com frequência, claro, eu invado seu dormitório quase diariamente, ele me encontra nos lugares mais improváveis possíveis. Nós tagarelamos, nós nos beijamos, mas agora temos companhia e intimidade é um tanto limitada.
