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Morgana
Estou sentimental, confesso. Tudo é tão leve e sem pressão quando seguro a mão de Fred e nós vamos para o meu dormitório que eu não poderia nunca dizer que não me senti bem com ele. As decisões são simples, ele me entende e gosta disso também. Ele é o cara certo para mim. Espero que eu seja a garota certa para ele.
Quando Fred tira sua gravata para colocá-la na porta do meu quarto, eu quase dou risada esperando que nenhuma das minhas colegas seja tão tapada quanto eu fui, porque eu preciso mesmo de um momento nosso. Mais uma vez. Mais um que ele não saiba da merda que eu fiz. Depois veremos se será o mesmo. Eu espero que sim. Espero muito.
Eu me abro com ele como não me abriria com mais ninguém. Não tem nada de errado nisso. Fred é o melhor cara que eu tive o prazer de conhecer, parece uma força da natureza, elementar. Eu ganhei.
Tem algo de diferente no ar quando eu o olho por cima do ombro e nós desabotoamos nossas camisas. Ele está quieto e sério, e isso não é ruim. A forma como ele me encara me intimida, mas eu só paro de me mover quando chegamos a minha cama. Estamos sincronizados e deixamos nossas blusas deslizarem para o chão, me animei sem demonstrar quando ele tirou o cinto. Baixei a saia e Fred diminuiu a distância entre nós antes de tirar a calça; ele me beijou. Segurava o cinto ao colocar as mãos na minha cintura e eu não resisti quando ele me empurrou sutilmente para me sentar na cama.
— Me dê seus pulsos, amor— ele pediu, mordi o lábio e não questionei, só juntei as mãos e estendi para que ele me prendesse com o cinto. Sabia que o fazia crescer ao demonstrar tamanha submissão, mas era inevitável. Eu queria fazer o que ele quisesse.— Vou cuidar de você agora— o ruivo disse como uma promessa e me deu um selinho carinhoso, calmo e dominador. Quando se afastou, pegou a minha gravata de meu uniforme jogado no chão e pediu permissão para cobrir meus olhos.
— O que tem em mente?— não resisti tanto tempo sem perguntas.
— Quer descobrir?— ele levanta as sobrancelhas. As velas do quarto ainda estavam acessas, eu estou só de calcinha e sutiã, diante de mim o ruivo mais gostoso que eu já vi na vida estava me desafiando, me olhava de cima com um ar um tanto superior. Estou muito curiosa. Quero saber o que ele vai fazer. Seria ótimo ver o processo todo, mas mais instigante ainda era não poder ver.
— Quero— assenti e Fred colocou a gravata em meus olhos, me levando a escuridão total. Agarrou seu cinto que prendia meus pulsos e os testou— Estou bem presa, Freddie, não se preocupe, não vou fugir.
Ele deu uma risadinha gostosa e, com apenas dois dedos no meu ombro, ele me empurrou para que eu me deitasse. O ouvi invocar cordas e rapidamente meus braços se levantaram, senti as cordas mágicas se envolverem no cinto e aparentemente estavam presas na cabeceira da cama. Agarrei-me à elas com força e me remexi. A sensação de vulnerabilidade é nova e ameaçadora. Não consigo livrar meus pulsos. Respirei fundo e me arrepiei com um pouco de frio. Plenamente ciente de que Fred está me observando, me pergunto como deve estar sua cara em me ver assim. Seus olhos esverdeados queimam minha pele sem que eu possa ver. Ele está passando a língua nos lábios deixando-os mais convidativos ainda, aposto.
