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Quando, de maneira inesperada, Louis agarrou a mão de Harry e o levantou da cadeira, ele teve uma enorme surpresa. E imediatamente depois da surpresa, chegou o medo. Quereria levá-lo a algum lado? Não teria que pensar nisto muito para adivinhar quais eram suas intenções. Maddy e Louis acreditavam erroneamente que tinha saído da casa as escondidas e estavam zangados com ele. Era evidente que, para certificar-se de que não voltasse a infringir as regras, Louis Tomlinson tinha a intenção de castigá-lo.

No passado, Harry levou boas surras. Castigos que seu pai lhe impunha no escritório a maioria das vezes e sempre com seu chicote, aquele horrível látego improvisado. Ele sabia por experiência que a ardência só durava um momento e que as manchas roxas desapareciam
uns poucos dias depois. Mas isto era quando seu pai o castigava. Louis Tomlinson era duas vezes maior que seu pai e muito mais forte.

Durante um instante, considerou seriamente a possibilidade de fugir. Mas, antes de seguir esse impulso, lembrou-se do bebê que supostamente levava em seu ventre. Se, como ele se imaginava, estava metido em um frágil ovo, não podia correr riscos. Sem dúvida, tentar fugir de Louis Tomlinson representava um perigo. Suas pernas eram largas e muito musculosas. Em uma corrida contra ele, Harry não tinha nem a mais mínima possibilidade de vencer. E o que aconteceria quando o agarrasse? Dava medo só pensar nisto. Harry sabia que os ovos se rompiam com grande facilidade. Duvidava que o seu pudesse suportar a força se lhe esmaguem os braços daquele homem ao redor de sua cintura.

Enquanto ele o levava ao corredor, o pobre rapaz escrutinava sua mente com desespero, tentando encontrar uma maneira de lhe dizer que não tinha saído as escondidas. Só foi a seu canto secreto um instantinho. O que tinha isso de mau? Estava acostumado a fazê-lo com muita frequência na casa de seus pais. Quase todos os dias durante a temporada de chuvas. Sua mãe nunca se incomodou que o fizesse e muito menos se zangava.

Arrastando-o atrás dele, Louis caminhava com passos enérgicos e rápidos que faziam com que lhe gelasse o sangue. Ao ver o movimento de seus ombros, recordou a manhã em que o viu sem camisa. Agora estava a ponto de lançar toda aquela força sobre ele. Harry esperava que o levasse a seu escritório, como estava acostumado a fazer seu pai. Entretanto, quando chegaram ao andar e baixo, ele se dirigiu diretamente à porta principal. Agarrando seu pulso com força, usou sua outra mão para remexer no bolso de sua calça. Uns segundos depois tirou uma chave, abriu a porta e o arrastou até o alpendre. Adivinhando quais eram suas intenções, o coração de Harry começou a pulsar com força contra suas costelas e olhou a seu redor com os olhos exagerados. Aonde pensava levá-lo? A seu julgamento, só podia haver um motivo para que o tirasse da casa; não queria que nenhum de seus empregados visse quanto severamente o castigava.

Harry estava tão assustado que mal podia pensar. Lançou lhe um olhar suplicante, mas ele estava muito absorto em esquadrinhar com os olhos tudo o que lhe rodeava para perceber isso. De repente, com uma expressão resolvida em seu rosto, o homem esboçou um sorriso e desceu com ele as escadas principais, dobrando à direita ao chegar ao caminho. Depois de rodear a casa, chegaram a um formoso jardim, engenhosamente entrecruzado por atalhos de pedras brancas. As roseiras floresciam em abundância, e os distintos tons de rosa e vermelho conformavam manchas luminosas que ressaltavam contra o fundo de cor verde escuro composto pelos arbustos podados artisticamente e a grama.

Ele diminuiu o passo para que Harry caminhasse a seu lado, como se quisesse que desfrutasse do passeio. Harry só podia pensar na surra que lhe esperava. Lançou um olhar furtivo a seu rosto moreno e viu a brisa jogar com seu cabelo reluzente, agitando-o até formar ociosas ondas que caíam sobre sua fronte ampla. Como se houvesse sentido que ele o estava olhando, Louis se voltou e o surpreendeu observando-o. O garoto em seguida afastou o olhar. Logo, sobressaltou-se quando ele roçou docemente sua bochecha para afastar uma mecha de cabelo de seus olhos. Seus olhares se cruzaram. Harry sentiu de repente que os pés lhe tinham intumescido. Sabia que se não olhasse com atenção o caminho, poderia tropeçar. Mas não podia afastar o olhar de seus brilhantes olhos cor de céu, por nada do mundo.

Harry's Song - Adaptação Larry StylinsonWhere stories live. Discover now