Capítulo 15

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A primeira paixão vem carregada de promessas e sonhos. O apaixonado vive intensamente, como se aqueles momentos fossem ser eternizados, mas aí, quando o fim chega, deixa uma pequena marquinha: de crescimento, de alegria, de dor... A segunda paixão aparece e quando, por alguém motivo ela se vai, a segunda marquinha aparece. Da mesma maneira que a terceira, a quarta...

Existem pessoas que conseguem deixar as pequenas marcas guardadas em potes escondidos, aprender com elas, e se renovar ao viver um novo amor, mas existem aquelas que de alguma maneira, tonam-se reféns e não conseguem deixar o passado para trás. Não permitindo entregar-se a um novo amor e viver uma nova história.

Infelizmente eu fui esse cara por mais de sete anos!

Quando Sabrina foi atropelada, depois que Joseph descobriu nosso envolvimento, ela partiu e levou com ela um pedaço do meu coração. A morte de Sabrina deixou uma marca tão grande, que acabei me escondendo atrás dessa dor, tornando-me um cara rancoroso. Eu não me permitia amar: nem mulheres, nem amigos, nem família...de certa maneira, acabei me fechando para tudo, e me afundei no trabalho.

Não importava quantas pessoas afirmassem que eu precisava seguir, eu simplesmente ignorava. Eu não podia seguir enquanto meu coração sangrava por Sabrina, mas Sofia, mesmo sem saber de nada, acabou fechando aquela ferida.

Estávamos há dois dias sem nos ver. Apenas algumas mensagens trocadas nesse período e a saudade já me consumia. Utilizei esse tempo para pensar sobre o que havia entre nós, e constatei que estar longe dela já não era mais uma opção.

Apanhei o telefone e disquei seu numero. Para a minha alegria, ela atendeu no terceiro toque. Sua voz era doce e eu me puni mentalmente por ter permitido aquela distância entre nós. Eu tinha planos para aquela tarde, então, convidei-a para um passeio que foi prontamente aceito.

Eram dezesseis horas, quando estacionei o carro em frente a sua casa e para a minha surpresa, enquanto eu a esperava dentro do veículo, meu celular notificou uma nova mensagem: entre - pedia ela.

Não demorei chegar ao interior da casa simples, muito simples por sinal.

— Naíla não está. — Afirmou. Meus olhos percorrendo cada canto do cômodo.

— Naíla? — perguntei intrigado, voltando minha atenção para ela.

— Sim! Minha colega, dona dessa casa.

Acenei em concordância. 

Eu não conhecia Naíla, e Sofia não havia mencionado o nome da tal colega — dentre tantas outras coisas que ela omitia. — Decidi não pensar sobre isso naquele momento, afinal, fatos como esse haviam nos deixado longe por dois dias.

Sofia ainda apanhava algumas coisas que eu julguei serem seus objetos pessoais, ignorando de certa maneira a minha presença no local.

Ela estava chateada?

Não seria eu quem deveria estar triste com a falta de confiança?

Não importava!

Andei até ela, que estava de frente para um móvel, colocava o celular e algo como um batom dentro de uma pequena bolsa. Enlacei sua cintura e senti o cheiro do perfume doce na nuca. Como eu senti sua falta!

— Acho que está na hora de ir, não é?! — falou, tentando desviar do meu toque.

— Está querendo fugir? — perguntei em tom de brincadeira.

— Adam...

Tentei vira-la de frente para mim, mas ela se esquivou.

— O que foi? Quer que eu vá embora?

SOFIA, meu doce perigo (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now