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Melanie
Los Angeles- Califórnia
Segunda-feira 03:03

𝗟𝗜𝗠𝗜𝗧𝗘. Momento, espaço de tempo que determina uma duração.

Meu limite já tinha esgotado. Ele já havia sido esgotado a muito tempo, chega uma hora em que as pessoas não aguentam mais. Chega uma hora em que nosso limite é alcançado. E a minha hora chegou, e junto com ela a vontade de morrer. Vontade que chega toda noite, todo instante, para falar a verdade acho que ela nunca nem saiu da minha mente.
Não me lembro de quando essa vontade não vinha a tona. Não me lembro de quando era feliz, se é que já fui algum dia.

A felicidade é relativa, mas para mim é querer estar ali, querer continuar ali. Só que quando você pensa demais seus conceitos mudam, sua mente está tão cheia que seus pensamentos vagueiam sem nem você perceber. Decisões são tomadas, você se deixa levar, sua mente te impulsiona a fazer aquilo.

Minha mente está me impulsionando nesse exato momento.
São 03:03 da manhã e eu tô tentando tirar esses pensamentos da minha cabeça, mas como sempre desisto.
Desisto de tentar, desisto de querer tentar.

Quando pessoas vão discutir com outras sobre desistir a primeira coisa que falam é "Mas e sua família?" "Mas e as pessoas que te amam?" "Mas..." "Mas..." "Mas..."
Mas e eu? Mas e as pessoas que assim como eu sentem esse vazio? Nós desejamos isso porque finalmente teremos paz.

Ou essa pode ser só mais uma analogia burra que passa pela minha cabeça.

Ponte Winchester, rua 9. Conhecida como o maior ponto de suicídio de Los Angeles. E é exatamente aqui que eu estou.
Em cima desse parapeito os piores momentos da minha vida vem a tona, momentos de desespero, momentos em que eu pedi mas ninguém me salvou. Ninguém estava lá por mim.
Ninguém me amou.

- Ei moça! - Sou tirada de meus pensamentos por uma voz grave.

- Garota, são quase 04:00 da manhã. - A voz continua a falar.

- É, eu tenho relógio. - O respondo.

- Eu sei o que tá tentando fazer e te garanto que essa não é a solução, tirar sua própria vida não é a solução.

- E o que te faz pensar que eu esteja tentando "tirar minha própria vida"? - Pergunto em um tom sarcástico.

- Bom, pelas séries suicidas que já vi quando uma pessoa está parada no parapeito de uma ponte, de madrugada e sozinha comprar bala é  que ela não quer. - Ele diz com um tom de certeza.

Fico quieta sem ter o que falar.

- Não sei o que passa pela sua cabeça.... - Diz esperando que eu fale meu nome.

- Hm, Bela, meu nome é Bela. - Falo o primeiro nome que vem em minha mente.

- Então, não sei o que passa pela sua cabeça Bela, mas tenho certeza que suicídio não é a solução.

- Eu não vou discutir com um estranho sobre meus conceitos de o que é suicídio. - Digo bufando.

- Ok, você não precisa discutir nada comigo, só pergunte isso pra si mesma, talvez seus conceitos mudem.

- Ou não. - O retruco.

- É, talvez não. - Adeus Bela, espero te ver de novo, e aliás o nome faz jus a dona. - Diz já indo embora.

E ali, junto com o tal "garoto mistério" minha coragem foi embora.

Ele podia até não ter certeza do que eu estava prestes a fazer, mas mesmo assim me ajudou.

O garoto mistério salvou minha vida.

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eu tô na aula e publiquei capítulo, me mamem.

- lah.

𝐎𝐮𝐫 𝐋𝐚𝐬𝐭 𝐆𝐨𝐨𝐝𝐛𝐲𝐞- 𝐕𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora