CAPÍTULO 04

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ೃ⁀➷ Pov_ Deidara


Já haviam se passado alguns dias desde aquele sábado que parecia nunca terminar.
As marcas no meu corpo finalmente estavam começando a sumir. Agora só restava a ardência leve… e o peso por dentro.

Termino de lavar a louça em silêncio e subo para o meu quarto. Eu precisava estudar. Precisava ocupar a cabeça, mesmo que fosse impossível ignorar o medo constante que queimava dentro de mim.

Então ouço a porta de baixo se abrir.

De relance, vejo uma sombra se projetando por baixo da porta do meu quarto.
A maçaneta gira devagar, como em um pesadelo que você sabe que não tem como parar.

Meu pai entra.

Ele me encara com aquele sorriso pequeno, forçado… e estranho.

— Arrume suas coisas. Você vai embora daqui — diz, como se estivesse comentando sobre o clima.

Eu congelo.
Meu sangue gela.

— O-o quê…? — é tudo o que consigo dizer.

— Foi isso mesmo que ouviu. Arrume agora. — Ele sai batendo a porta, deixando atrás de si um silêncio que pesa como chumbo.

Por alguns segundos eu não consigo me mexer.
Depois, como se meu corpo se movesse sozinho, caminho até o guarda-roupa, pego a mala velha que ficava em cima dele… e começo a colocar minhas roupas lá dentro.

Eu não sabia para onde estava indo.

Mas sabia que não tinha escolha.

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Um Dia Antes — Tarde

Pov_Obito

Estava no escritório da empresa quando ouvi batidas na porta.

— Quem é? — perguntei sem levantar o olhar.

— S-sou eu, senhor… — a voz monótona e tediosa denunciava quem era. — Sasori.

— Entre.

Sasori, meu secretário, surge diante de mim: baixinho, cabelo vermelho, expressão sempre vazia.

— Boa tarde, senhor — sorri, mas era um sorriso nervoso.

— O que você quer? — pergunto direto, sem paciência.

— O senhor precisa assinar alguns documentos hoje… a-entregar ainda hoje… e também pediu para eu lembrar de ligar para o homem que… está devendo ao senhor.

Ah.
Aquele homem.

— Só isso? — pergunto, erguendo uma sobrancelha.

— S-sim senhor — ele abaixa a cabeça.

— Vá. Mas antes, Sasori… — digo, e ele se vira depressa. — Quero você aqui até mais tarde.

Ele cora levemente.

— P-para quê, senhor?

— Quando chegar a hora, você vai saber — respondo friamente, sem tirar os olhos dos papéis. — Pode ir.

Quando a porta se fecha, pego o celular.
O número daquele idiota ainda estava salvo.

Dois dias. Apenas dois dias para ele pagar.

E eu sabia que ele não tinha um centavo.

— Olá, Leon — digo com um tom quase gentil — imagino que saiba que só restam dois dias, né?

Silêncio.

Sorrio.

— Se você não pagar… vou ter que te visitar pessoalmente. Arrancar seus olhos. Perfurar seu coração. E sua família vai assistir tudo de camarote. — Minha voz continua calma. — Tenha uma boa tarde.

Daddy •|| Tobi•Dei ||•Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora