quantum te amo.

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Era apenas mais um dia após um longo período de aulas exaustastes que, provavelmente, teriam derretido o cérebro de vários de seus alunos. Professores iam para lá e para cá, contudo, um certo professor cheio de cores se encontrava na sala de aula de seu irmão, sentado ao lado dele no chão, enquanto abraçava os joelhos.

— Vamos, Anfi... — Salazar suspira, passando gentilmente a mão no ombro do irmão — você não pode ficar com este pensamento paranoico, deveria falar com ele.  

— Mas... Mas... — talvez fosse o efeito dos remédios, talvez eles apenas estivessem trazendo seus pensamentos a tona, contudo, tudo que o menor podia sentir era uma enorme confusão generalizada em sua mente como se várias pessoas conversassem, discutissem, cada uma com um ponto de vista, cada uma com uma solução. Enlouquecedor. 

— Não há mais, você não é burro, sabe que digo a verdade — levantou-se, ajudando o outro a fazer o mesmo. Colocou a mão sobre os fios de sua franja e a aceitou, fazendo um carinho em sua cabeça logo depois — converse com ele. Ele mais do que ninguém vai te entender. É do Remus que estamos falando.

— É exatamente por ser ele! — Puxou levemente os próprios drads e olhou para o irmão com cara de choro — quer dizer, é o Remus. Ele literalmente é a pessoa mais linda dessa escola, mano... Então por que ficar comigo? Quer dizer, o que eu tenho de especial?

Salazar suspira, balançando a cabeça em negativa. 

— Irei manter meu conselho, você sabe como prosseguir — beijou gentilmente a testa do irmão e se afastou — irei dar uma aula sobre fotografia agora, não posso faltar.

Viu o irmão se afastar e acenou, suspirando. Porra, claro que Anfitrião sabia o quanto ele estava certo, só não queria aceitar, oras bolas! 

Quem ainda usa "oras bolas" como uma expressão...?

Ah, dane-se. 

Saiu da sala de aula com a mão na testa, dando um longo suspiro. Ao menos tinha acabado de dar aulas no dia e Kaiser saiu com Nathaniel e Joui para alguma programação bem gay que não sabia ao certo o que era, se não se enganava tinha ouvido "piquenique" e "flores" vindo do loiro enquanto contava seus planos para o japonês.

Anfitrião tinha soltado uns 10 rojões para comemorar que Joui havia deixado de ser lerdo.

— Anfi? 

"Puta que pariu, Destino da porra, tá de graça com a minha cara, é?"

Virou-se e sorriu, vendo o belo moreno de longos fios da mesma cor de sua pele se aproximar. Os olhos verdes, a jaqueta aberta revelando os colares de ouro junto do peitoral bem esculpido e a calça rasgada... Puta merda, como um ser podia ser tão lindo? Deveria ser impossível! Bem, não que houvesse coisas impossíveis para Remus, afinal, o mundo parecia se dobrar para atender a seus desejos.

— Sim?

— Posso ir na sua casa hoje?

"Oh, Destino, seu arrombado, quer parar de me ODIAR?" 

— Claro — sorriu mais e estendeu o abraço para o outro — acompanha-me, senhorita?

Riram baixo, mas, mesmo assim, Remus aceitou entrelaçar os braços para saírem andando na direção da casa de Anfitrião, este que encontrava-se um pouco nervoso. Quer dizer, não por Remus estar indo a sua casa, isso já era costume, mas o porquê dele estar o fazendo. Tinha notado algo estranho em si? Provavelmente, era de um gênio que estava falando. 

Deus, por que se apaixonar logo por um deus grego genial? 

Apaixonar...

Ah sim, era apaixonado pelo melhor amigo desde que eram pequenos, mas nunca tinha falado com ele sobre isso por pura insegurança. Não saberia explicar os próprios medos, apenas sentia uma ansiedade tão forte em seu peito que, por dias, não conseguia nem mesmo suportar a própria cabeça quando estava sozinho e, quem sempre o acode, é justamente Remus. Parecia que o outro sempre sabia exatamente o que falar, o que fazer, para acalmar seu coração. 

stella mea - remtrião.Onde histórias criam vida. Descubra agora