CAPÍTULO 07

1.3K 95 50
                                        

ೃ⁀➷ Pov_ Deidara

Lá estava eu, deitado na cama. Havia acabado de acordar, mas o cansaço ainda me dominava, então decidi permanecer ali por mais alguns minutos.

Ouvi a porta abrir, mas estava tão exausto que nem me virei para ver quem era. Apenas fechei os olhos, fingindo estar dormindo.

- Vamos levantando - escutei uma voz, seguida por duas palmas. Ele se dirigiu à janela e abriu as cortinas, permitindo que os raios de sol invadissem o quarto. - Vamos, eu reservei meu dia hoje somente para você. - Ele voltou para a cama e puxou o edredom que me cobria. Eu apenas me virei de lado e cobri a cabeça com o travesseiro. Isso pareceu irritá-lo. Ele segurou meu braço com força, fazendo-me virar para encará-lo. - Levanta. Agora. - Ele fitou meus olhos profundamente. Acenei em concordância, e ele soltou meu braço sem a menor delicadeza.

Levantei-me e fui até o banheiro, onde realizei meus rituais matinais antes de tomar banho. Ao terminar, voltei ao quarto usando apenas uma toalha na cintura. Percebi a presença de outra pessoa no ambiente e me virei para ver quem era. Era Obito, sentado em uma poltrona, olhando diretamente para mim.

- Seu tarado! - disse, com a voz um pouco elevada. - Sai daqui!

- Vou fumar - ele respondeu, revirando os olhos antes de sair.

Assim que ele deixou o quarto, vesti-me com as roupas que já estavam separadas sobre a cama: uma blusa de gola alta, uma calça cargo e um tênis preto. Terminando de me vestir, fui me observar no espelho do closet.

A porta abriu-se novamente. Era Obito, é claro. Ele nunca aprendeu a bater?

- Vamos - ele ordenou, saindo imediatamente. Segui-o.

Descemos as escadas imponentes e caminhamos em direção à porta, que foi aberta por dois guardas. Ao sair, pude ver os grandes portões serem abertos ao longe. Quando chegamos lá, Obito entrou no carro, e eu fiquei parado, sem saber o que fazer. Em seguida, fui puxado para dentro pelo moreno.

- Você é lerdo, né? - ele disse, fechando a porta e me colocando ao seu lado.

- Desculpe - respondi, quase em um sussurro.

- Tanto faz - ele retrucou, revirando seus belos olhos ônix.

Após alguns minutos de silêncio, a curiosidade me venceu.

- Para onde estamos indo? - perguntei, quebrando o silêncio.

- Comprar roupas - respondeu, de forma seca, sem me olhar.

Sem mais o que fazer, observei suas roupas: uma blusa de gola alta preta, calça da mesma cor e um sobretudo cinza escuro com detalhes pretos. Ao baixar o olhar, deparei-me com...

...um salto?

Talvez ele apenas gostasse de usá-los, mas decidi perguntar.

- Obito, por que você usa salto? - perguntei, entrelaçando meus dedos.

- Você é mesmo curioso, não é, garoto? - ele respondeu, encarando-me. - Mas, respondendo sua pergunta, uso para melhorar minha postura e evitar que fique torta. - Desviou o olhar novamente.

O carro parou, e descemos. Caminhamos até a entrada do shopping e entramos. Notei que Obito estava nervoso: seus olhos, atentos; seus braços, cruzados. Percebi que ele os apertava com força.

Ao virarmos em uma esquina, ele passou à minha frente. Meu olhar caiu sobre suas nádegas. Talvez ele fizesse muitos agachamentos, e talvez por isso houvesse tantos alfas olhando para ele.

Ele também percebeu os olhares e apressou o passo.

- Aqui - disse, parando em frente a uma loja de roupas.

Entramos, e ele se dirigiu a algumas peças. Eu simplesmente o segui.

- O que você quer? - perguntou, com uma sobrancelha levantada. - Vá escolher suas roupas. - Apontou para um canto aleatório.

Não respondi. Em vez disso, pedi ajuda a uma das atendentes. Passei um tempo escolhendo roupas que me agradavam e, finalmente, entrei no provador. Estava terminando de vestir mais uma peça quando a porta abriu. Fiquei imóvel, observando Obito, que tinha uma expressão entediada e segurava algumas roupas.

- Prove estas - ele disse, estendendo os braços em minha direção. Fiquei paralisado; o espaço era pequeno, e ele estava praticamente colado em mim.

Peguei as roupas e ele saiu. Coloquei-as sobre o móvel e removi a roupa que vestia. Ao examinar a nova peça, vi que era um vestido... um vestido rosa claro.

Vesti-o e notei que, onde meus seios deveriam estar, havia apenas um vazio. No entanto, ele marcava bem meus traços.

A porta abriu novamente. Sabia quem era, mas ele não entrou, apenas ficou parado na entrada, me observando. Ele tinha um leve sorriso no canto dos lábios, e seu olhar percorreu todo o meu corpo.

Sem aviso, senti minha cintura sendo puxada para trás. Como estava de frente para o espelho, ele estava atrás de mim. Sua mão desceu de minha cintura até minhas nádegas, onde começou a acariciá-las.

- Para! - disse, soltando-me e virando-me para ele. Ele revirou os olhos.

- Gostei desse vestido em você. Vou levar alguns desse modelo - declarou, como se meu corpo lhe pertencesse. - Vamos, ainda temos outras lojas para visitar. - Saiu do provador.

Já estávamos saindo da loja. Ele havia pago tudo, e agora seguíamos para uma loja de sapatos. Lá, as atendentes traziam os calçados, e eu os experimentava. Obito também experimentou alguns, incluindo saltos, e ficou com um par. Terminamos e partimos.

Em seguida, fomos a uma joalheria. Disse a ele que não precisava de joias, pois quase não as usava. Ele apenas ordenou que eu ficasse quieto, e obedeci.

Ao sairmos, senti pena dos criados que carregavam as compras; devia ser pesado. Obito dirigiu-se a eles, e eu sabia que ele colocaria aquela pequena sacola de luxo sobre uma caixa maior apenas para não carregá-la.

- Me dê essa sacola. Você não deve carregá-la - ele ordenou, estendendo a mão.

- Não precisa, é apenas uma sacola pequena - respondi, escondendo-a atrás das costas.

Ele não gostou da minha resposta. Segurou meus braços, virou-me e pegou a sacola, ignorando as pessoas ao redor que nos observavam.

Obito puxou-me para perto de si e sussurrou em meu ouvido:

- Qual era a sexta regra? - perguntou, apertando meu braço enquanto caminhávamos.

- Você está me machucando - reclamei, sentindo a dor.

Sem perceber, estávamos em frente ao banheiro. Obito empurrou-me para dentro, fazendo-me cair no chão. Aproximou-se, puxou meus cabelos e forçou-me a olhar para ele.

- Fiz uma pergunta. - Apertou meus cabelos com mais força.

- Nunca te desobedecer - respondi, gemendo de dor, com lágrimas nos olhos.

Ele soltou meus cabelos e dirigiu-se ao espelho, deixando-me no chão, chorando.

- Levante-se e arrume seu cabelo - ordenou, observando-me através do reflexo.

Obedeci. Saímos dali, almoçamos, terminamos as compras e partimos.

Daddy •|| Tobi•Dei ||•Where stories live. Discover now