O que quer de mim?

567 97 5
                                    


O trajeto do hospital até minha casa foi muito mais rápido do que imaginei, talvez por ser uma moto, foi muito mais eficiente na pista do que um carro. Assim que paramos confesso que minhas pernas ainda estavam trêmulas ao descer daquele trambolho desnecessariamente alta, ele riu de mim quando tive que me apoiar num poste e desceu em seguida com uma facilidade, tirando o capacete que deixará seus fios desalinhados quase que propositalmente para o deixar ainda mais atraente fazendo as pessoas que passavam por ali olhar. Eu morto de vergonha por estarem obviamente falando de mim pelas costas, logo eu ser visto com um cara que chamava tanta atenção. Retirei o capacete o mais rápido possível, o devolvendo em suas mãos, arrumei a mochila nas costas e sai andando.

- Ei... te trouxe até aqui. Não vai me convidar pra subir?

- Nunca ouviu a frase "nunca convide um vampiro pra entrar na sua casa" ? De certa forma você é como um vampiro. Então não, mas agradeço a carona.

- Está me comparando com um vampiro? - riu ele me olhando de uma certa distância.

- Foi uma analogia.

- Estou com sede. Me dá pelo menos um copo de água.

- Essa da água é velha. Porque todo cara quando quer passar dos limites pede água? Tem um 6eleven ali, vai comprar uma.

- Que? Essa eu não sabia. Seu coração é uma pedra?

- Só vai embora. - fiz uma careta voltando a andar.

- Jura que vai me deixar assim? Te trouxe até em casa sem pedir nada em troca, quero apenas um copo de água.

- Você é muito chato. Deus me livre. Só uma água, nada mais! Apenas um copo de água!

- Ok, entendi! Um copo apenas!

Eu sedi aos encantos dele e tenho raiva de mim mesmo por isso, não sei ao certo do porque sempre caio de joelhos em qualquer palavra que saia de sua boca por mais que tentasse negar. Assim fomos em silêncio até o alevador, fui seguido como se tivesse carregando um animal pra casa. Foi incômodo no elevador, tinha apenas nos dois e o silêncio pairava no ar até o próprio quebrar.

- Jimin... eu realmente não quero fazer mal nenhum a você. Parece que estou te seguindo eu sei mas tudo que quero é fazer amizade mesmo.

- ... Não é todo dia que se escuta isso.

- To falando a verdade.

- Porque eu?

- Como porque?

- Porque o interesse repentino em mim?

- Só te achei uma pessoa legal e queria ser seu amigo. Mas também percebi que se afasta bastante de mim.

- Qualquer pessoa no meu lugar faria o mesmo. - o barulho do elevador ecoou sinalizando as portas se abrindo. - Vou pensar no seu caso, talvez eu aceite ser seu amigo. - ri fraco saindo do lugar antes dele já me direcionando até a porta do meu apartamento no fim do corredor.

- E isso é um sim??? - veio ele atrás e sem nem me virar sabia que tinha um sorriso no rosto.

- É um talvez.

- Mas ainda assim me pareceu um sim.

- Você se emociona muito rápido - Ri fraco abrindo a porta e entrando no local, passeava a mão pelas paredes no escuro para achar o interruptor e acender as luzes. Feito isso o olhei e disse para entrar.

- Sua casa é bonita. E bem limpa.

- Moro sozinho, ninguém bagunça nada.

- Também moro sozinho e a minha não é tão arrumada assim.

All my first timesWhere stories live. Discover now