Jungkookie, eu sinto ciúme

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Dentro do carro, antes mesmo que eu ligue o veículo, consigo notar que Jimin não está irritado. Na verdade, ele parece magoado com alguma coisa, e se eu o conheço bem, ele está se sentindo inseguro. Em momentos como esse, cabe a mim tomar conta do meu amor e garantir que ele se sinta melhor, porque esse é o meu papel não apenas como seu alfa, mas como seu porto seguro há tantos anos.

— Amor, você quer conversar comigo? — Pergunto, mas quando penso em esticar a mão para tocar a sua, ele se encolhe mais ainda. — Amor?

— Precisamos buscar as crianças.

Não é um comentário grosseiro ou com tom hostil. Na verdade, Jimin apenas parece chateado e sem vontade de conversar. E está tudo bem que ele não queira falar o que está sentindo agora. O que me incomoda, é pensar que fiz algo que o magoou.

Talvez ele tenha passado por algo ruim ao longo do dia e simplesmente não queira me contar, e eu vou respeitar sua decisão, mas isso não significa que eu não me preocupe.

Por isso, apenas concordo com a cabeça e me coloco a dirigir, indo rumo à escola dos meus pequenos para buscá-los. Não é longe, mas dá quase dez minutos de carro entre meu escritório e o colégio deles, então, de certa forma, ainda há tempo de Jimin me dizer o que está havendo, caso seja do desejo dele.

Pelo canto do olho, consigo notar que ele segura com força a barra de sua camisa e que morde seu lábio inferior. É notável o seu desconforto.

— Eu não ando me sentindo muito atraente nos últimos dias. — Diz, então, me surpreendendo. — Você não tem chegado muito perto querendo alguma coisa, é normal que eu me sinta assim.

Seu tom tristonho me quebra por inteiro, tendo em vista que não notei ser esse o seu motivo para estar de tal maneira. Me sinto péssimo no mesmo instante, afinal jamais foi minha intenção fazê-lo sentir-se assim.

— Não, não é normal, porque em nenhum momento pensei em ceder ao que aquela mulher queria, Jimin. Você é o amor da minha vida, a pessoa mais linda que já beijei, o corpo mais atraente que já toquei. Você é único para mim, e se tem algo do qual tenho total certeza, é de que você sempre me fará sentir amor, desejo e paixão.

O lábio inferior de Jimin treme, e noto isso no mesmo instante em que estaciono em frente ao colégio, esperando que nossos filhos entrem.

— Amor, você é lindo. — Sussurro, segurando a sua mão. — Eu nunca tive dúvida alguma disso. Eu amo cada pedacinho seu. Você como um todo é perfeito. Sou o homem mais sortudo do mundo por poder ser seu.

— Eu tenho mais de quarenta anos, meu corpo não foi mais o mesmo depois de ter nossos filhos, eu não tenho tempo de me cuidar como fazia antes... essas coisas mexem com minha insegurança, Jungkookie.

Mas não há tempo para que eu diga qualquer coisa, pois nossos amores entram no carro, eufóricos, e nos cumprimentam em meio a risadas e comentários sobre o dia de aula. Esse momento, da chegada da aula deles, é sempre um momento muito nosso, onde conversamos sobre o que quer que seja e eu os dou toda a atenção do mundo.

Mesmo que agora eu esteja preocupado com Jimin e com seu silêncio.

— Appa, posso fazer uma pergunta? — Somin questiona e eu apenas concordo com a cabeça, dirigindo e pensativo. — O que você sentiu quando descobriu que seria pai?

Sorrio, lembrando-me das minhas duas maneiras totalmente distintas de descobrir sobre a paternidade. Uma foi péssima, a outra incrível, mas o amor pelos meus três amores sempre foi o mesmo.

— A primeira vez eu não tive a melhor reação. — Confesso, um pouco envergonhado. — Eu e a mãe da Ji tivemos apenas um caso, que não deveria ter resultado em um filho, pois não havia sentimento algum entre nós. E eu odiei a ideia do começo ao fim, mesmo afirmando que cuidaria do nosso filho, criaria e daria tudo que fosse necessário. Só que, quando eu peguei a Ji no colo a primeira vez, que eu a vi tão pertinho de mim, eu descobri que ser pai era a minha maior benção.

Diário de uma Família em Apuros | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora