Briguenta. Teimosa. Chata. Dramática.

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Eu e Vi apenas nos olhamos e levantamos da mesa, Vi com o seu pão nem mordido e eu com meu café sem nenhuma gota tomada.

– Tudo bem meninas, eu mando arrumar para a viagem, vocês não podem ficar com fome.

Eu e Vi assentimos, saímos pela porta em direção ao hall de entrada, Vi precisava de suas manoplas e o seu uniforme, eu também precisava do meu uniforme que estava no meu quarto.

– Preciso ir lá em casa pegar as minhas manoplas, a gente se encontra na Academia Rota Dourada.

– Ótimo – então ela beijou a minha testa e correu para fora.

Subi até meu quarto em questões de segundo, coloquei o meu uniforme – escolhi o uniforme que cobria meu ombros e toda a região que Vi deixou marcas – e encarei o nada, tem sido tão bom estar longe de tudo, dos crimes e do tumulto, mas preciso focar, preciso fazer o meu trabalho. E de qualquer forma eu sabia que Jinx não ficaria longe por muito tempo, ainda me surpreendo ela não ter ido ao baile ontem e feito um enorme estrago, talvez eu veja ela e agradeça pela gentileza. Peguei o meu rifle que ficava em uma sala própria para armas, tinha todo tipo de arma lá dentro.

Obrigada por poupar vidas inocentes, Jinx, você é sempre um amor.

Me dei conta de que Jinx é a única família que ainda resta para Vi e que se ela é irmã de Vi, ela também se torna parte da minha família, Jinx tendo laços com uma Kiramman, isso soa muito revolucionário, mas ao mesmo tempo uma atitude bastante irresponsável, que se dane, quem sabe agora ela não queria me matar já que sou sua cunhada. Ou talvez ela queira isso ainda mais.

Cruzei até a saída e mamãe me aguardava com uma cesta, provavelmente com o café da manhã, achei atencioso da parte dela não deixar a gente com fome e Vi fica insuportável com fome.

– O café da manhã de vocês está aqui, leve com você até a Academia e mais alguns mantimentos caso não voltem hoje, por favor, Cait, sei que sempre peço isso, mas tome cuidado, você e Vi. Agora ela é da nossa família também, me preocupo com ela. Não deixem de comerem, precisam estar fortes para enfrentar o que surgir.

Ela beijou a minha testa e me abraçou, era sempre assim quando eu precisava ir para algum lugar, ela ficava apreensiva, mas sempre entendi isso, ele é mãe, tem medo de me perder. Não consegui conter o rubor em minhas bochechas quando ela disse que Vi fazia parte da nossa família e que se preocupava com ela.

– Tudo bem, mamãe. Eu volto assim que puder, enquanto isso, fique tranquila.

– Vou tentar. Mas é sempre um grande desafio ver você partindo e tenho medo de você não voltar.

– Nossa, mamãe, não pense nisso – ri de nervoso, às vezes ficava com medo de algo acontecer comigo, mas a morte é inevitável. Credo.

– Vou tentar – a abracei mais uma vez.

Papai surgiu e me abraçou também, mas felizmente ele me desejou boa viagem ao invés de uma avalanche de paranoias igual mamãe.

[...]

Vi e eu nos encontramos e fomos até Jayce que esperava na porta de entrada do meu escritório – agradeci mentalmente por não ter entrado sem minha permissão. Ele estava sério e trazia consigo alguns papéis. Entramos na minha sala e não consegui sentar na cadeira porque estava nervosa demais e precisava me mover para controlar isso, Vi sentou em cima da mesa e Jayce na minha cadeira, ele abriu um mapa e tinha algumas anotações de caneta vermelha nele.

– Nem fodendo que ela atacou uma família de idosos – Vi e eu ficamos surpresas de ouvir os detalhes do ataque de Jinx.

– Sim... Mas eles estão bem, foram ajudados por alguns moradores próximos, vocês vão investigar e tentar encontrar qualquer outro vestígio dela. Caso ela esteja lá – o que eu duvido, sabem o que precisa ser feito. Há poucas casas, vão conversar com um por um dos moradores para saberem sobre Jinx, esse mandato dá o direito à vocês de, caso desconfiarem de alguém, poderem vasculhar a casa. As Casas de Campos tem porões, sótãos e até mesmo passagens secretas, Jinx esteve lá e depois de sermos alertados sobre ela, colocamos oficiais em saídas e entradas por vários lugares, ela pode estar lá ainda e é um risco para a vida das pessoas.

Pink In the NightOnde histórias criam vida. Descubra agora