Deliciosamente atrevida

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Tudo, absolutamente tudo dentro de mim se encontrava em caos, meu corpo tremia, minha respiração falhava, a palma da mão suava. Conforme a sensação do clímax se dissipava pelo meu corpo, a minha consciência retornava, como se meu corpo inteiro estivesse flutuando pelo espaço e agora ele pousava como uma pluma sobre o chão.

Vi se sentou comigo ainda sobre ela e meu corpo estremeceu porque ainda sentia o consolo dentro de mim, ela me beijou, ela tocou com as mãos a minha nuca, tocou no meu cabelo, tocou a minha cintura, tocou no meu rosto, a cada toque dela parecia que eu ganhava mais um ano de vida, sentia que o toque dela, o calor e o beijo cicatrizava cada fissura do meu corpo, cada imperfeição se desvanecia.

De todos os romances que li, o nosso era diferente, talvez por sermos mulheres, talvez porque nossa paixão nos livros é inexistente, além de que nunca tive alguma referência de relacionamentos como nosso, eram sempre homens e mulheres, como mamãe e papai, como meus avós, e todos os antecessores a eles, gosto de como isso soa libertador para mim e de como é bom ser livre para amá-la mesmo sendo uma mulher, em algum lugar na gigantesca árvore genealógica de minha família deve ter existido alguém assim como e que não teve a mesma sorte que, espero que essas pessoas possam se sentir orgulhosas de mim e de como isso pode impactar positivamente nossas futuras gerações, eu quero que minhas escolhas sirvam de inspiração para os futuros Kiramman's que assim como eu também irão amar alguém e irão querer ser livres para amá-los.

E ser livre para amar Vi é uma coisa verdadeiramente incrível.

– Você não acha que acabou, acha? – ela retirou uma mecha do meu cabelo que se grudava na minha testa pelo suor e me encarou.

Eu estava cansada, mas não esgotada.

– B-bom...

– Você disse que não sabia se eu dava conta, bom, eu dou – ela pegou as minhas mãos que se apoiavam nos seus ombros e levou as para frente, desfez o nó, deixou a faixa do seu lado e colocou as minhas mãos para trás das minhas costas – E muito. – ela apertou forte a faixa com outro nó fazendo meu corpo balançar.

Ajoelhou tem que rezar, não é mesmo?

A faixa dessa vez estava mais apertada.

– Sabe... Eu gosto bastante de pessoas que dão conta das coisas, não gosto que brinquem em serviço.

Verdade, muito verdade.

– Ah sim, você é uma xerife bastante durona, mas aqui e agora, quem gosta das coisas certinhas sou eu, você só faz o que eu mando.

– Eu ainda quero saber o que acontece se eu não obedecer você...

Mesmo no escuro conseguia ver seus olhos, ela olhou para mim e desceu o olhar para todo o meu corpo, soltou um riso e voltou a me olhar.

– Cait, você... É muito... Deliciosamente atrevida.

Deliciosamente atrevida?

Me arrepiei.

– Podemos ir dormir, então? – sim, era inegável o quanto eu era apressada, gosto mesmo da rapidez, agilidade, posso morrer daqui cinco segundos sem saber o que poderíamos fazer ou dizer, por isso diga e faça logo, não enrole.

Vi molhou os lábios. Não sei porque a lembrança de que em linguagem corporal isso significa sinal de apetite.

Hm...

– Não. Deite-se.

Saí de cima dela e me deitei, nossos corpos se separaram. Me senti desconfortável com as mãos por baixo do peso do meu corpo, então me virei de bruços, acho que essa que Vi queria que eu fizesse, ela

Pink In the NightOnde histórias criam vida. Descubra agora