Domínio Próprio

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- O que... o que aconteceu? - questionou Loki segurando Amilan, seus olhos verdes estavam arregalados de preocupação ao segurara Amilan pelos ombros. - Você está bem?

- Sim... - respondeu Amilan fechando os olhos e passando seus dedos pelas pálpebras, sua cabeça estava pesada de tanta informação que ela havia recebido.

Loki rapidamente puxou uma cadeira para a garota se sentar e logo em seguida puxou uma cadeira para si.

- Os seus olhos... - começou Loki ainda encarando Amilan de perto. - Os seus olhos estavam amarelos!

- Essa pena... - comentou Amilan finalmente abrindo os olhos e olhando para a caixa de madeira a sua frente com a tampa aberta. - Essa pena pertenceu ao pégasos de Kára, a minha ancestral... eu vi ela... eu.. eu... eu me conectei com ela! - exclamou a garota soltando um sorriso como se aquela experiencia tivesse sido a mais marcante de sua vida.

- Como eu suspeitava, Jade me contou que quando ela tocou a pena as veias dela brilharam uma energia dourada. - acrescentou Loki aliviado que ela parecia bem.

- Jade? Então ela também se conectou a ancestral dela? - questionou Amilan olhando para Loki surpresa.

- Não verdade não, apenas as valquírias de descendência direta tem esse privilégio de se conectar com o seu verdadeiro ancestral, qualquer valquíria de descendência indireta que tocar a pena de um pégasos entra em um tipo de hipnose temporal mas ela não chega a se conectar com o seu ancestral original. - explicou Loki. - Como elas são? 

- Elas são impressionantemente bonitas e poderosas... - respondeu Amilan ainda encarando a caixa a sua frente se lembrando da visita a Valhalla. - Kára era muito alta, eu praticamente batia na cintura dela, é realmente surreal. - a conversa que as duas tiveram subitamente apareceu em sua mente. - Loki precisamos ir para Xandar quando Fenrir nascer! - exclamou ela virando sua cabeça na direção dele.

Loki se afastou e encarou Amilan por alguns segundos estranhando a sua mudança rápida de assunto.

- Xandar? - perguntou Loki. - Você que ir para lá? 

- Sim, quando Fenrir nascer, ou quando ele completar 2 meses, precisamos nos mudar para lá!

- Tem... tem... certeza? - indagou Loki surpreso em ver que Amilan havia aceitado a sugestão de sair de Asgard.

- Absoluta. - confirmou a garota com uma voz firme e sólida.

- Tudo bem querida, se você quer ir para lá, iremos. - aceitou Loki abrindo um pequeno sorriso e se aproximando de sua cabeça e lhe dando um beijo em sua testa. - Não se preocupe, eu resolverei tudo para que possamos ir, Carmen está na porta esperando você para fazer um checape em Fenrir. - avisou Loki sinalizando com a cabeça para a porta.

Amilan se levantou da cadeira e andou até Loki e lhe deu um beijo carinhoso em sua bochecha o deixando desconcertado, os dois se olharam por alguns segundos e Loki abriu um sorriso sincero para a garota fazendo ela se lembrar da conversa que havia tido com Kára,  "Infelizmente foi apenas nessa realidade que Loki pode encontrar a felicidade, foi com o seu amor".

- Eu te amo. - comentou Amilan olhando nos olhos dele vendo a sua surpresa em ouvir aquilo de repente.

- Eu também te amo. - respondeu Loki segurando sua mão por alguns segundos antes dela sair da sala.

Os dois se despiram através de troca de olhares e Amilan abriu a porta e viu no corredor a enfermeira esperando-a.

- Pronta? - questionou a mulher.

- Sim. - afirmou Amilan se juntando a enfermeira.

As duas caminharam juntas pelo corredor, e um fato pelo qual Amilan havia se esquecido completamente pelo excesso de informações e preocupações era a sua gravidez de risco, se ela morresse ou acontecesse qualquer coisa na parto, isso colocaria a vida de Loki em perigo, e quando ambas chegaram na sala de enfermaria e Amilan se sentou na maca para Carmen avaliá-la. 

- Carmen... - chamou Amilan preocupada olhando para o teto da sala. - Você ainda acha que a minha gravidez pode ser de risco? 

A mulher de olhos claros quase transparentes encarou ela possivelmente pensando em uma resposta.

- Qualquer gravidez é de risco Amilan, o que você precisa focar nesse momento é aproveitar o resto da gravidez tentando se manter menos estressada e preocupada. - discorreu Carmen puxando uma máquina para escanear o corpo de Amilan.

- Eu não estou preocupada...

- É claro que está, é visível no seu rosto a sua...

- Eu estou apavorada. - interrompeu Amilan terminando a sua frase.

Carmen mexeu nos botões da máquina e ela começou a escanear o corpo de Amilan.

- Minha jovem, todos os exames que você fez até hoje, apontaram que tanto você quanto o seu bebê estão saudáveis, tem certos momentos na vida que infelizmente não podemos tentar controlar o destino, o que for para acontecer, acontecerá independente do quanto você tente lutar contra isso, não estou dizendo que você deve se entregar para a morte... - acrescentou Carmen logo ao ver a expressão de Amilan ao ouvir aquilo. - Estou dizendo que você deve parar de tentar viver o futuro e viver o seu atual presente, a sua gravidez é de risco porque nunca vi uma Valquíria procriar com um Jotun, são espécies totalmente diferentes uma da outra, diria que é biologicamente difícil...

- Pra tudo tem a primeira vez não é? - contradisse Amilan olhando para a curandeira. - Se um Jotun e uma Valquíria tiveram a oportunidade de procriar significa que é possível, afinal não tem como juntar uma peça igual do quebra cabeça.

A mulher rapidamente se calou, o silêncio se estabeleceu na sala, enquanto Carmen fazia algumas anotações em uma prancheta e Amilan olhava para cima entediada, depois de alguns minutos a enfermeira levantou a máquina e ajudou Amilan se levantar para lhe contar.

- Está tudo bem, seu bebê está saudável, presumo que ele irá crescer cada vez mais durante essa semana, o tamanho da sua barriga me diz que teoricamente está no 4 mês, o desenvolvimento dele é rápido e acelerado como eu já expliquei a você, novamente o que eu lhe recomendo é que você tente-se viver esses meses mais calma e mais relaxa, como eu disse viva um dia de cada vez Amilan, isso facilitará a sua gestação. - aconselhou Carmen colocando a prancheta na mesa.

- Obrigada Carmen. - agradeceu Amilan.

A garota se levantou e se despediu da enfermeira, ela saiu pela a porta da sala e passou a mão em sua barriga, pensando que ela realmente precisava viver um dia de cada vez para que Fenrir pudesse nascer saudável assim como ela. Amilan não queria morrer, ela queria poder criar o seu bebê juntamente com Loki, então ela precisaria ter domínio próprio em controlar a sua ansiedade e estresse para que eles não destruísse a sua vida e a de seu filho. Enquanto e Amilan caminhava pelo corredor reflexiva, a sua frente no corredor, ela encontrou Jade apoiada no corrimão olhando para a paisagem do céu acima, Amilan se posicionou ao lado da amiga e encostou sua cabeça em silêncio em seu ombro para apreciar a paisagem próxima a colega, uma brisa gelada passou por elas tornando aquele momento silencioso em significativo.

Vulnerabilidade - Parte 2Where stories live. Discover now