Capítulo 10

833 96 20
                                    


Como se acordasse de um transe Aziraphale andou rapidamente ate o fundo da loja, olhou ao seu redor, ninguém olhando, nenhum cliente, nenhum humano.

Olhou para cima e para baixo, ninguém olhava também, nenhum demônio, nenhum anjo, respirou fundo.

- Tudo está ótimo. – Afirmava para si mesmo, com um milagre uma pedra branca surgiu em sua mão, era pontuda e pela áurea que emanava certamente não era algo pertencente a terra.

Puxou o papel de parede da cozinha e sobre a parede desenhou símbolos que nenhum humano conseguiria entender e poucos anjos conseguiriam replicar, já os demônios... bem Aziraphale nunca perguntou a Crowley sobre o assunto.

Mesmo sendo inteligente e habilidoso ter que fazer aquilo com tanta calma e atenção fazia sua mão doer e seu corpo físico ficar cansado, ao terminar, com um milagre, colocou o papel de parede no lugar.

- Certo, isso não impede nada de se aproximarem, mas ao menos vou saber quando estiverem chegando. Apenas Crowley não será detectado.

Fez isso por vários pontos da livraria, nas paredes que ficavam nas extremidades, em baixo de prateleiras pesadas de livros, que apenas por verdadeiros milagres sairiam do lugar, no andar superior também foram feitos tais símbolos.

A pedra nem parecia ter sido usada, mas o esforço angelical realmente o esgotou, sentando-se em sua poltrona, respirou fundo e fez a pedra desaparecer, estava cansado, sentia seu corpo físico doer e a mão tremula, e sentia sua áurea mais fraca.

Se debruçou sobre a mesa, "Um chocolate quente cairia bem agora" pensou o Anjo, mas estava cansado, precisava de alguns momentos antes de fazer qualquer coisa. Aziraphale esteve tão preocupado e focado no que fazia que nem percebeu a noite chegar, junto dela um Bentley estacionava na rua, saindo dele um Demônio ruivo trazendo em suas mãos sacolas de bebidas e comida para ele e seu Anjo.

Crowley achou estranho, as persianas ainda abertas, e a placa que dizia "aberto" ainda não tinha sido virada, pelo horário isso normalmente já deveria ter acontecido. Em fração de segundos se lembrou da livraria em chamas, da ausência de Aziraphale na mesma e do que sentiu naquele lugar.

"E se aconteceu algo?" A raiva tomou conta de Crowley, a mesma que sentiu naquele dia em que achou ter perdido tudo, o que fez ele abrir a porta com bastante brutalidade, assustando o Anjo que estava com os olhos fechados, ainda debruçado na mesa.

- Crowley querido, - o Anjo disse carinhosamente, fazendo a raiva do demônio desaparecer no mesmo instante. – você me assustou entrando assim. – mesmo tentando disfarçar e sorrir Aziraphale estava cansado, e seu corpo físico não escondera isso, o que fez Crowley se preocupar.

- Você ainda não fechou a livraria.

- E mesmo, acabei me distraindo. – O Anjo se levantou rapidamente, disfarçando a dor física. "Já basta eu com esses pensamentos, Crowley também não precisa ficar com medo ou imaginando tragedias comigo".

- Está tudo bem? Você parece cansado Anjo. – Crowley sentiu algo diferente, ainda estava tentando entender o que exatamente, observou o Loiro trancar a porta e virar a placa.

- Sim... estou... ótimo, perfeitamente bem... só estive trabalhando na livraria a tarde toda. – Crowley tirou os óculos, tinha a testa franzida agora, observando Aziraphale enquanto ele começa a fechar as persianas da loja, ele estava agindo de modo estranho, e falando de foram ainda mais estranha, percebendo que o Anjo estava levemente tremulo se aproximou silenciosamente ficando próximo as costas dele.

- Oh Crowley! – Aziraphale se assustou quando se virou e Crowley estava bem próximo de si o encarando seriamente. - Está gostando de me assustar hoje. – Com um estalar de dedos todas as persianas e janelas foram fechadas pelo Demônio.

Por Que Não?Donde viven las historias. Descúbrelo ahora