1.4K 186 24
                                    

Não revisado!

— Park Jimin! ─ A porta estava sendo batida com certa brutalidade

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Park Jimin! ─ A porta estava sendo batida com certa brutalidade. ─ Você prometeu que iria se comportar dessa vez, realmente quer perder todos os privilégios que estamos dando para você, meu filho? Achei que poderíamos entrar em um acordo, o seu segurança está para pedir demissão e já é o quinto da lista dos melhores que conseguimos aqui. Se ele pedir suas contas se prepare para o pior, nada vai continuar a ser fácil para você, seu pai não tem mais cabeça para lidar com sua rebeldia, eu acreditei realmente que você estava ok com o acordo! ─ Ficou parada em frente à porta esperando uma resposta, que certamente não obteve, não conseguia ter diálogos com seu filho que não terminassem em um grande desastre

O som da guitarra de Jimin começou a fazer estrondo naquele silêncio que estava após o diálogo que sua mãe teve sozinha em frente ao seu quarto.

Honestamente não tinha tempo a perder ouvindo o que ela tinha a dizer, poderia chegar no número cem da lista que não iria se importar. Não pediu aquela vida para si, e não poder ter liberdade de fazer o que desejava só o deixava ainda mais revoltado com tudo. Enquanto pensava nisso fazia o solo de Ghost Of The Navigator em sua guitarra com seus dedos furiosos, seu quarto abafado sugava todo som e estava ficando extasiado com o barulho.

Sempre que entrava em alguma discussão com seus pais ou se sentia triste, gostava de tocar seu instrumento precioso, era uma forma de escape daquela realidade turbulenta. Desde que nasceu sempre viveu sob proteção de babás e seguranças a sua volta, seus pais nunca foram muito presentes em sua vida, era uma criança sem liberdade alguma. Costumava ver as outras crianças se divertindo no parquinho ou tomando sorvete com seus pais, mas nunca poderia fazer aquele tipo de coisa sem um segurança em sua cola. Seu pai havia finalmente se tornado presidente da Coreia Do Sul, o que fazia jus aquele tanto de seguranças que cercavam sua residência.

Durante algum tempo conseguia ser centrado e entender que aquilo tudo era necessário, seu pai almejava muito aquele cargo e tinha que manter as aparências, mas após sua adolescência tudo havia se complicado. Fez "amigos" encrenqueiros e começou a despertar um lado rebelde dentro de si, curtia pular muro da escola para fumar um baseado pelas ruas sujas da parte não nobre de sua cidade, fazia misturas de bebidas alcoólicas em horário escolar e sempre que conseguia dava um perdido em seus seguranças. As coisas só foram piorando com o passar dos anos, e em um desses perdidos chegou em sua casa totalmente mudado, com piercing no septo e tatuagens em seu braço. Sua mãe teve um desmaio após notar os desenhos recém-formados em sua pele branca, que mostrava vermelhidão ao redor, e o seu segurança, bom.. criou um trauma do garoto, fazendo-o no mesmo dia pedir demissão.

Com seus vinte e um anos, conseguiu entrar em sua desejada faculdade de Música e não havia sido por mérito seu, mas àquela altura já não importava mais, só queria ser livre, livre de todo aquele peso que seus pais jogaram em cima de si sem seu consentimento, livre daqueles seguranças, das babás e das pessoas que fingiam amizade consigo pelo seu dinheiro. Se sentia cansado e estava no ápice de sua impaciência, às vezes sentia vontade de fugir e nunca mais voltar, mas daí lembrava que era filho do presidente e iria ser encontrado facilmente.

─ Senhor Park, o jantar está pronto e seus pais lhe esperam lá embaixo.

Logo após ouvir o que a empregada disse revirou seus olhos, sabia que não tinha escapado do sermão que havia levado mais cedo de sua mãe, e naquele jantar teria que também ouvir seu pai reclamando que era irresponsável e que não aguentava mais seus shows.

─ É, lá vamos nós novamente. ─ Desceu as escadas com certo tédio estampado em seu rosto, quando chegou à mesa, sentou-se e esperou a empregada servi-lo. Estava tudo silencioso demais e seu coração havia se acalmado, isso, não iria ter sermão! Continuou a mastigar tranquilamente sua comida até ouvir um barulho, levantando seus olhos em busca do que tinha acontecido e viu que seu pai havia jogado um jornal na mesa para que conseguisse ler. Estreitou seus olhos para enxergar e viu a manchete, seus olhos automaticamente reviraram e soltou a colher, fechando os braços de imediato.

Na manchete tinha escrito:

"Park Jimin, filho único do Presidente da Coreia do Sul, foi visto em boate com um acompanhante misterioso. Informantes que estavam no local disseram que o loiro havia bebido e dançado muito com seu amigo secreto e que saíram juntos da festa."

─ O que tem a dizer sobre isso? ─ seu pai direcionou um olhar sério para si

─ Eu estava em uma festa... O que tem demais nisso?

─ Estou cansado do seus jogos, Jimin, você tem que mostrar responsabilidade, você é filho do presidente e não pode sair dando esse tipo de exemplo por aí! ─ A impaciência nos olhos do mais velho era nítida, o que assustou um pouco o loiro. ─ Preciso que tenha bom senso e que me ajude, eu não irei ter meu nome em manchetes por um filho problemático, vão comentar que não consigo nem lidar com meu próprio filho, quem dirá com os problemas do país!

─ É bom que fique nítido que você não sabe realmente cuidar do seu filho, você nem ao menos se importa em parecer um pai ruim, seu único problema é com seu nome sujo para a Coreia inteira. Eu que estou cansado de você, DE VOCÊS DOIS! ─ Aumentou seu tom de voz e seus olhos já queriam derramar lágrimas

Viu seu pai respirando impaciente tentando manter seu foco no que deveria.

─ O segurança pediu para mudar seu local de trabalho.. Irei trazer um novo que antes ficava responsável pela força armada, ele irá cuidar de você da forma que merece.

Ouviu as últimas palavras que seu pai pronunciou e o encarou incrédulo, ele realmente não iria desistir de tentar colocar Jimin nos trilhos.

─ Não estou nem aí ─ disse, tentando terminar a refeição que se encontrava em seu prato, mostrando um desdém superficial.

Aquele diálogo fez instalar uma tensão na mesa de jantar, e sua mãe, como na maior parte das vezes, se encontrava calada, como se nada tivesse acontecido ali. Forçava para ela mesma que tinha uma família perfeita, impecável, adorava esconder embaixo dos panos tudo que acontecia. Realmente não entendia como sua mãe aguentava tanta pressão em cima dela, ter que passar imagem de boa mulher, boa mãe, uma dona de casa não tão dona de casa assim... Só de imaginar sua paciência já enchia, não acreditava que havia chegado em um nível que sentia repugnância de seus pais, seu estômago embrulhava cada vez que lembrava de que precisaria interagir com eles em público, mostrando algo que não eram.

Terminou sua refeição e subiu para seu quarto sem trocar mais palavras, entrou nele e fechou a porta a sete chaves. Cuidou de sua higiene e se preparou para deitar, após finalizar tudo, jogou-se na cama olhando pro teto por alguns minutos. Começou a sentir seu peito apertar, sempre que pensava muito em tudo se sentia triste, queria chorar, precisava de um abraço ou um colo de alguém que realmente se importasse consigo, se sentia farto de tudo e todos. Seus pensamentos só foram enchendo sua cabeça e pôs-se a chorar, soluçava alto sem se importar, ninguém lhe ouviria, se ouvissem não ligariam, isso corroia por dentro mais do que ele demonstrava. Não conseguiu parar de chorar até finalmente cair em um sono profundo, que foi a única forma de fazer as lágrimas cessarem.

𝐓𝐡𝐞 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭'𝐬 𝐬𝐨𝐧 (𝐉𝐢𝐤𝐨𝐨𝐤 𝐯𝐞𝐫.)Where stories live. Discover now