Capítulo XV

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Capitulo XV

Diego

Minha cabeça estava rodando, eu não tinha entendido nada, o Gabriel só podia estar louco. Fiquei olhando o carro andar pela avenida, o Alexandre não falava nada e eu tinha tantas perguntas.

- Por que não me contou tudo antes?? - perguntei. Ainda estava pensando nas coisas que tinha ouvido.

- Se eu tivesse falado antes sem tu me conhecer melhor, ia acreditar em mim? - ele me olhou rapidamente, mas o som da voz dele estava estranho.

- Talvez não, mas eu merecia saber dessa historia toda. - olhei novamente para fora, precisava colocar minha cabeça no lugar antes de ter essa conversa com o Alexandre,  principalmente entender qual dos dois estava mentindo pra mim, não que eu soubesse a versão do Alexandre, mas se existia o lado do Gabriel com certeza eu precisava saber a versão dele.

Enquanto o carro andava tentei lembrar de tudo que o Gabriel falou, de quando ele conheceu o Alexandre quando eram novos e as famílias ficaram próximas, eles acabaram sendo amigos.

Falou da paixão que o Alexandre tinha por ele, que beirava uma obsessão, falou de que quando eram jovens e o Gabriel começou a sair com as gurias o Alexandre sempre dava em cima das meninas que ele queria, mas ele só descobria depois e quando o Alexandre conseguia a guria e o Gabriel desistia, o Alexandre logo brigava com ela pra ficar na volta dele.

Que um dia eles tinham ido em uma festa e que o Alexandre tinha dado muita bebida pra ele e que no final eles tinham ficado juntos, mas que ele tinha se afastado do Alexandre. Que o Alexandre sempre perseguia ele até que um dia, eles brigaram de forma séria, e que desde então o Alexandre nunca deixava ele em paz, sempre dando em cima de quem ele se interessava.

Durante a conversa com o Gabriel muitas perguntas vieram a minha cabeça, primeiro, se o Gabriel pelo que eu tinha entendido gostava de mulheres e ficou com o Alexandre por que estava bêbado, por que ele estava comigo? Se o Alexandre assediava ele tanto, por que o Gabriel não se afastava dos lugares que ele estava? Por que a amiga do Alexandre me avisou pra me afastar do Gabriel?  

Isso e muitas outras duvidas vinham a minha cabeça, quando comecei a fazer essas perguntas para o Gabriel ele começou a ficar nervoso, disse que eu estava duvidando dele e quando mais eu perguntava mais assustador ele se tornava, até o ponto dele levantar e tentar me levar para casa dele, ele dizia que ia me explicar melhor, eu fiquei tão assustado com a reação dele que não sabia o que fazer até que o Luan chegou e nos separou. Tudo ainda era tão louco que minha cabeça ainda estava tentando processar tudo. 

- Vamos entrar? Acho que tu tem muitas perguntas para me fazer. - Olhei na volta estava tão perturbado que nem tinha notado que estávamos na garagem do apartamento do Alexandre.

- Certo eu...realmente preciso de respostas. - O Alexandre me olhou de uma forma estranha como ele se sentisse culpado. Por que eu confiava nele para entrar no apartamento?

- Antes de entrarmos eu só queria pedir desculpas por tudo isso, eu nunca imaginei que ele iria agir assim apesar de...vem vamos entrar. - ele estava muito estranho, triste na realidade.

Quando entramos no apartamento ele me deixou na sala e foi em direção ao quarto, eu deveria ter medo? Quando voltou ele trouxe uma caixa e sentou ao meu lado.

- Diego eu sei que somente as minhas palavras não vão adiantar, mesmo que eu saiba que a razão é minha tenho que me justificar sempre, por isso tenho elas guardadas. - ele abriu a caixa. - São fotos de quando eu era criança, algumas da minha juventude e algumas mais atuais. - ele abriu a caixa e me entregou algumas.

Peguei as fotos e claro não pude deixar de admirar aquela criança que me olhava de volta, ele realmente tinha sido um menino lindo, parecia aquelas crianças de capa de revistas. Olhei mais de perto a foto, comecei a olhar uma a uma,  claramente se notava a tristeza nos olhos da criança, virei em direção ao Alexandre que estava para olhando na minha direção. Ele separou mais algumas fotos e me entregou novamente, nessas fotos se notava um jovem de uns doze, treze anos, já era alto, ombros largos e com certeza já se notava o homem que ele seria, fui olhando as fotos na sequencia que ele tinha me passado, observei que mesmo nas fotos de viagens ele nunca estava feliz, nunca se via um sorriso no rosto ou no olhar, quando peguei a próxima foto vi que ele estava com um  outro rapaz, demorou um pouco para descobrir quem era, olhei para o Alexandre.

Um caminho a seguir.Where stories live. Discover now