Tarde de Inverno

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Era dia de inverno, o vento frio e a neve branca remodelavam a paisagem. Um mundo antes cheio de cor e calor, era substituído pelo branco do inverno. Em dias assim eu normalmente ficaria feliz, mas hoje é um dos inúmeros dias de aula, um daqueles dias que você realmente só queria ficar deitado na cama assistindo um bom filme com um copo de chocolate quente e um cobertor quentinho.

Infelizmente eu não me dediquei o suficiente nos estudos, e agora terei que ir a aulas de recuperação, nessas horas eu queria voltar no tempo e fazer diferente, mas infelizmente isso não será possível. Chegando à sala de aula vejo a mesma visão de sempre, alguns alunos conversando sobre sei lá o que, e outros com o rosto enterrado em celulares ou livros. Eu me sento numa cadeira perto da janela, de onde posso ver a neve. Apoiei meu cotovelo sobre braço da carteira e comecei a viajar em meus pensamentos.

Sobre o que estava pensando? Bem, nem eu sei. Só sei que quando me dei conta à aula já havia terminado e eu me encontrava na mesma posição que estava no começo. No caminho de volta para casa naquela tarde fria de inverno, eu penso comigo mesmo: Será que nunca vai acabar? Todos os dias as mesmas coisas se repetem, a mesma rotina chata e monótona. Continuo caminhando até chegar ao ponto de ônibus, então eu encontro alguém, uma garota que aparentemente era da mesma escola que eu.

Ela usava o uniforme de inverno. Seus olhos e cabelos tão escuros quanto a noite sem estrelas se contrastavam com o branco do inverno. Timidamente eu me aproximo. Ela estava sentada no meio do banco e estava tudo deserto. Afinal quem seria louco de sair no frio do inverno sem nenhum motivo? Me sentei na ponta do banco, um pouco afastado dela. Meu coração estava acelerado, minhas pernas tremiam de frio e nervoso, então quando pensei em dizer algo ouvi sua voz misturada ao som do vento frio.

— Se continuar respirando assim ficará gripado. Inspire pelo nariz e expire pela boca.

Timidamente eu olho para ela e confirmo com a cabeça. Tento dizer algo a ela, mas novamente não consigo dizer nada, e como da primeira vez ela fala comigo.

— Eu me chamo Luna, qual o seu nome?

— Eu me chamo Thomas — respondo timidamente quase como um sussurro.

— Eu não ouvi — ela diz dando aproximando seu rosto do meu.

— Eu me chamo Thomas.

— Hm.. — ela se afasta e sorri levemente — É um prazer Thomas. — eu não entendia ao certo como estava conseguindo falar quase que normalmente, mesmo tremendo de frio e nervosismo, claramente não foi a melhor conversa de nossas vidas, mas dava para ver nós dois estávamos nos divertindo falando sobre inúmeras besteiras. Rimos e conversamos bastante até a hora que o ônibus chegou, ela se levanta limpando seu casaco coberto de neve e diz:

— Foi muito bom conversar com você, espero te encontrar de novo amanhã.

— Sim... eu também. — falei dando um leve sorriso. Ela então dá um sorriso e sobe no ônibus. Claramente ela estava apenas sendo gentil, mas não consegui tirá-la de meus pensamentos todo o caminho para casa. Chegando lá faço o de sempre, abro a geladeira para ver se tem algo de bom, vou para meu quarto, ligo o computador, assisto alguns episódios de alguma série aleatória, faço as atividades de casa, desligo o computador, e deito na cama para tentar dormir.

Passam-se as horas e não consigo dormir, talvez por causa da prova de que se aproxima, ou por causa de Luna. É... talvez seja isso. Sim, provavelmente é isso. Eu não conseguia parar de pensar nela, por mais que eu me esforçasse. Entretanto realmente espero encontrá-la amanhã, naquela mesma tarde de inverno que a vi pela primeira vez.


N.A.: Essa foi a primeira história que escrevi, bom ao menos a primeira que ficou boa kkkkk
Espero que vcs tenham um bom natal e ótimo final de ano!!

Outsid StorysWhere stories live. Discover now