Capítulo 02

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Emily tocou a campainha com uma mão enquanto segurava a cesta com biscoitos na outra.

— Oi — cumprimentou a senhora, com as sobrancelhas franzidas para ela.

O que seria, se perguntou Emily. O visual gótico? A cara desagradável que ela estava fazendo por não querer está ali?

— Esta é a casa de Aaron, certo?

— Certo. Você, quem é?

— A tutora. — O alívio no rosto da outra mulher foi bastante notório. Ela pensava que eles eram algo mais? Resistiu a vontade de revirar os olhos por seguir esse raciocínio — Minha mãe mandou biscoito.

— Sua mãe? — perguntou intrigada e podia até arriscar dizer que tinha ouvido diversão.

Eu não sou uma daquelas que querem a atenção dele, sua velha, ela queria dizer.

— Sim, ela gosta dele.

— E você?

— Não, mesmo assim fui obrigada a vim aqui. Pode chamar ele, por favor? Ou ele está tão doente assim que não consegue andar?

— Felizmente só é uma febre que acompanha uma virose. Entre, eu vou chamá-lo.

Emily ficou esperando na sala de estar, sentou-se no sofá porque não era obrigada a esperá-lo em pé.

Por Aaron ser um garoto popular e pelos amigos que tinha, ela sempre associou que ele fosse rico. Mas agora que estava na casa dele, percebeu que sua família tinha boa condição financeira, mas que não eram ricos. Ou eles não gostavam de ostentar.

— Você sentiu minha falta, sabia que tinha um coração — ela escutou a voz dele vindo da escada.

— Você está um lixo.

— Sua sensibilidade me comove. O que é isso? — ele apontou para cesta ao lado dela no sofá.

— Minha mãe mandou para você. Como está se sentindo? — ele arqueia uma sobrancelha — Tenho que coletar informações para minha mãe ou ela nunca me deixará ver o fim disso.

— Estou me sentindo um lixo — disse ao mesmo tempo que Emily lhe entrega a pequena cesta — hum, biscoitos. Vem — ele chamou, indo em direção à cozinha — vamos comê-los.

— O que... não. Aaron! — ela rosnou o nome dele, mas não causou nenhum efeito.

— Vem logo.

Priscilla, a mãe de Aaron, não comentou nada, apenas seguiu seu filho e a tutora para a cozinha. A intenção dela era servi-los e deixar que eles conversassem, mas quando ela fez menção de se retirar, a garota a impediu, dizendo que a experiência seria muito mais incrível se ela ficasse com eles para os biscoitos. Priscilla se fez ficar, pois ela realmente estava curiosa sobre essa garota que o tem deixado fora no último mês.

Quando Aaron sai para ir ao banheiro, Priscilla comenta.

— Esses biscoitos são as únicas coisas que ele ingeriu o dia todo. — Emily apenas a observou curiosa, mas não queria perguntar. Então a mãe dele explicou — Aaron é um péssimo paciente, quando está doente ele rejeita todo o tipo de comida, até as preferidas dele. Mas ele fez um esforço para comer os biscoitos que você trouxe.

Emily deu de ombros, tentando soar indiferente.

— Agradeça a minha mãe, foi ideia dela.

— Quais matérias você está tutelando a Aaron? —continuou

— Francês, italiano e espanhol.

A outra mulher franziu o cenho, mas não acrescentou mais nada.

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