Eles foram para Arlington em uma minivan alugada. Emily fingiu dormir a viagem toda, ele sabia disso, deixando que Davina Todd, a outra vencedora, conversando com ele sobre o último jogo, como ele jogou bem e como ele era bonito...
Eles foram na tarde de sexta para passarem a noite, para que no dia seguinte pudessem dá início à excursão.
Emily e Davina dividiram o quarto, Aaron, o sortudo, assim pensou Emily, ficou sozinho. A diretora aparentemente fez par com a professora de ciências.
Emily ignorou todas as tentativas de conversas com Davina, principalmente suas tentativas de investigação sobre o relacionamento dela e Aaron. Emily quis dizer que ela era muito bonita e inteligente para ficar babando um idiota do time de futebol.
Uma batida na porta. Uma que ela não se incomodou em abrir, então ficou deitada na cama de olhos fechados, esperando a temporária companheira de quarto fosse abrir.
Seus olhos abriram de repente quando reconheceu a voz. Olhou na direção da porta e ele estava parado lá, os olhos brilhando com diversão.
— Ah, por favor, você usa maquiagem para dormir? — Ele perguntou, alegre demais para quem foi ignorado durante toda a viajem de carro.
— O que está fazendo aqui? — Não respondeu o comentário dele.
— Posso entrar?
— Não.
— Então pode vir aqui?
— Não.
Ele olha para Davina, como se estivesse relutante em dizer qualquer coisa na frente dela. Olha para Emily e ela ergue uma sobrancelha, esperando.
O rapaz suspira, sabendo que não tinha outra opção.
— Vim te convidar para uma caminhada.
— Não.
Era por isso que ele não queria falar nada na frente de Davina. Emily já é uma pessoa difícil sozinha, com público então, era impossível. Um público que não eram seus amigos.
— Ah, vamos lá. É só uma caminhada.
— Então caminhe só.
— Estaremos de volta antes que perceba. Você quer que eu peça por favor e faça uma carinha triste?
— Eu quero que saia daqui.
— Por favor — ele de fato fez a carinha triste.
Ela achou aquilo a coisa mais ridícula de se fazer. Irritante e infantil. O olhar cortante e furioso não afetou a expressão dele. Contra todos os seus instintos, ela tentou...
Ela revirou os olhos.
— Tudo bem.
O sorriso triunfante que ele deu a fez se arrepender no mesmo instante.
Emily enfim levantou-se da cama e caminhou até ficar na frente dele. Não foi a primeira vez que ela reparou no cabelo dele, no comprimento dos fios ou como o modo que ele penteava o deixava chamorso. Mas naquele momento aquilo não pôde deixar de chocar um pouco, ele estava bonito. Atraente até.
Que ela o achava bonito também não era um segredo entre os dois. Mas ainda assim a beleza dele chegava a surpreender, e apesar de ela achar isso algo superficial, fazia ela se sentir pequena e que ele não estava sendo genuíno em suas ações. Que ele só está ali para cumprir alguma brincadeira feita com seus amigos populares. Era um saco.
— Vamos — declarou Emily.
— Não vai se arrumar?
— Eu já estou pronta.
