Capítulo 2: Moranguinho

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São Petersburgo, Rússia
20 de abril, de 2010
20:00 PM

—Não corra tão rápido Corina, se não eu não consigo acompanhá-la— Minha mãe grita a alguns centímetros atrás de mim, e eu me apresso sorrindo

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—Não corra tão rápido Corina, se não eu não consigo acompanhá-la— Minha mãe grita a alguns centímetros atrás de mim, e eu me apresso sorrindo

Brincar de pega-pega era a minha brincadeira favorita, e eu amava brincar ela com a minha mãe

—Te peguei bobinha—Ela me pega por trás me assustando

—Que susto mãe—Sorrio e ela me acompanha

—Vamos para casa tomar um banho, você está suada demais—Ela me pega no colo e caminha até a nossa casa, que era próximo do parque que estávamos

Éramos só apenas eu e ela, eu não questionava sobre não ter um pai mas às vezes sentia falta. Minha mãe conseguia fazer o papel de mãe e pai ao mesmo tempo muito bem, e eu a amava infinitamente.

Nossa vida nunca foi fácil, eu cresci rápido demais, a vida me fez ter pensamentos que uma criança da minha idade nunca pensaria, por exemplo a raiva incontrolável que sinto as vezes, minha mãe não consegue me controlar quando estou explodindo. Isso é uma coisa ruim? eu não sei, mas ela nunca toca no assunto e finge que nada aconteceu depois

Sei que tem algo de errado comigo, mas não sei o que é, e não conseguiria descobrir sozinha, por fim, deixo isso para lá sempre que penso na possibilidade dessa raiva aumentar e acontecer algo mais grave.

Também não tenho amigos, eu consigo afastar todos, eu no máximo tenho primos mas não falam comigo por que querem,falam apenas por interesse.

Eu tenho dez anos de idade mas consigo enxergar muito bem o interesse das pessoas, as pessoas só falam comigo e com a minha mãe por puro interesse no dinheiro que temos, mesmo não tendo uma figura masculina para "sustentar" as finanças, minha mãe é uma ótima empresária e dona da própria vida, não precisamos de nada e nem de ninguém.

Acontece que minha mãe está com dificuldade em questão de saúde, ela está esquecendo as coisas demais, e às vezes esquece até nomes de pessoas, é claro que isso me preocupa mas não irei dizer algo pois sempre recebo a mesma resposta "está tudo bem Corine, você não precisa me dizer o que eu tenho que fazer, você é só uma criança e precisa se preocupar apenas em brincar"

Chegamos em casa e fui direto para meu banho, não precisava de ninguém para me banhar pois já sabia fazer isso perfeitamente, menos meu cabelo que embolava demais e eu não tinha uma certa paciência com ele.

—Mãe, a senhora poderia arrumar meu cabelo por favor?—Grito do banheiro e logo a vejo na porta com um sorriso amoroso

—Seu cabelo está ficando enorme Moranguinho—Ela diz enquanto escovava meus cabelos ondulados com delicadeza

Os Quatro Elementos [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now