Uma manhã de calmaria.

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[  NOTA DO AUTOR ]

         Olá, seja muito bem vindo à Kyanos, o navio mais mágico de todos os sete mares, embarque comigo e sinta o balançar das ondas e a maresia contra seu rosto.

Boa leitura!

          
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1952, England leaving for France.

         A manhã estava em seu maior esplendor naquela quinta-feira, o céu estava límpido, com pouquíssimas nuvens. Esbanjava um azul celeste invejável, aves das mais variadas espécies rasgavam o céu empolgadas com o começo daquele dia. O comandante devidamente acomodado na câmara já bem conhecida, saboreava um adocicado chá de hortelã, refrescando a garganta. Cuidadosamente guiava a xícara de porcelanato polido até os lábios sutilmente cheinhos, espantando a fumaça com um soprar delicado.

Afastando a xícara, cuidadoso em não acabar queimando os dedos pálidos, posicionou o objeto sobre uma das mesas disponíveis na cabine. Em passos animados, guiou o corpo até a pequena janela, colocando a cabeça para fora da mesma, instantaneamente segurando o chapéu que ameaçou ser levado aos ventos quando a brisa fresca e salgada alcançou seu rosto, o causando um sorriso espontâneo, suas narinas sendo invadidas pelo cheiro característico da maresia. Os olhos curiosos voltaram até os passageiros, estes que embarcavam de forma organizada, ainda que o entusiasmo estivesse estampado em seus rostos. Eram de todas as idades, Jeon pudera ver idosos, adultos, crianças, adolescente, bebês e até mesmo mulheres grávidas, que aqueceram seu coraçãozinho. Todos pareciam animados com aquela viagem, animados para desbravar aquele mar imenso ao lado do jovem capitão.

– Capitão Jeon? – Foi abruptamente levado para longe dos pensamentos gratificantes quando seus ouvidos capturaram a voz de Jung Hoseok, oficial náutico, responsável por supervisionar as operações, equipamentos, e quando necessário, acionar os botes e coletes. Despediu a atenção que antes estava presa na janela, se virando em direção ao rapaz que possuía quase a mesma idade que si, fitou os cabelos negros escorridos e o largo sorriso contagiante, aguardando que ele desse continuidade ao chamado, arrumando o chapéu branco com detalhes em azul e dourado. – Peço perdão por interrompe-lo tão de repente, mas alguns representantes da coletiva já embarcaram, se encontram no saguão e desejam conhecer o comandante.

Afirmando com um balançar de cabeça, Jeongguk observou Hoseok se virar para si, o uniforme nos mesmos tons de branco e azul celeste, as ombreiras eram adornadas por um detalhe dourado, realçando os ombros desenhados de outrem. Seguiu o homem em passos tranquilos, sentindo o leve balançar que as ondas causavam no grande navio ainda ancorado, Kyanos era o seu nome. Dono de um porte único e inconfundível, Kyanos se destacava entre os diversos navios que cruzavam periodicamente as águas salgadas, seu saguão bem planejado, as festas que sempre eram bem sucedidas, até os aposentos confortáveis que eram disponibilizados, desde a mais alta classe até as mais baixas. E como se esquecer do inesquecível buffet? Todos os anos milhares de pessoas embarcavam no navio, induzidos a experimentar a saborosa lagosta vermelha servida na folha de lótus.

– Capitão, este é Kim Namjoon, um famoso telegrafista das redondezas, este veio acompanhado por seu colega, Joohyun, colunista que o senhor provavelmente já ouviu falar. – Hoseok comentava, o semblante sorridente como de costume, gesticulava bastante, o aquaviário era de fato muito comunicativo, concluiu.

O jovem capitão mantinha sua postura intocável, o paletó bem alinhado e uma áurea de imposição. Estendeu as mãos habilidosas, essas responsáveis por guiar a grande embarcação, em um cumprimento singelo aos rapazes que lhe foram apresentados. Logo, ouviu Namjoon. Homem este que havia descoberto o nome recentemente, era alto, e apesar da distância presente entre os corpos, Jeon julgou que muito certamente sua testa alcançaria no máximo o queixo bem delimitado do telégrafo. Suas vestes eram de alta classe, um terno cinza escuro feito por um tecido que assemelhava-se à camurça. Os cabelos possuíam um tom avermelhado, muito próximo ao cobre dando um contraste elegante aos olhos profundos, que o deixavam com um ar de ferocidade. Era um belo homem.

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⏰ Última atualização: Jan 18, 2022 ⏰

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