epílogo

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epílogo.

"A melhor lição que você aprenderá sobre amar é ser amado."

Mama, podemos ir?

Carina enrola os dedinhos na calça de Harry, parecendo a dois segundos de perder a cabeça, — O jogo começa em vinte minutos– vinte. E você sabe que levamos quase dez só para chegar lá. Temos que sair.

— Uhm, ok. Esse foi ótimo cálculo, amor. — Ele fecha o zíper no sapato de Serpens, torcendo para que o tempo esteja a favor dele. — Mas eu preciso encontrar as minhas meias, Cari. Só vai levar um momento– prometo. Scorpius, pode olhar no seu quarto? Talvez elas foram por engano na sua gaveta- não sei.

Je vais jeter un ceil. — Ele corre escada acima, os pés ligeiros e um pouco desleixados.

Y a pas l'feu. — Harry suplica.

— Desculpe. — O menino retorna isso com um tom levemente culpado, ainda que ele saiba que isso vai se repetir.

Quando volta a atenção para o seu caçula, ele está esticando-se todo para escorregar da bancada para o chão. — Mama, descer. — Harry deixa um beijo em sua têmpora e o liberta. — Draco. — Ele o apressa e deita um beijo em sua bochecha. — Precisamos ir. Vem, larga esse sanduíche.

— Respira um pouco, crème brûlée. — O outro murmura embolado, com as bochechas inchadas antes de engolir, mas se apressa quando o moreno acentua o olhar. — Ahhh, ok, indo. Já estou no caminho, ange. O carro estará ligado num minuto.

E então Harry percebe. Claro.

As sobrancelhas franzidas e os olhos estreitos são o segredo para Draco parar em curiosidade. — C'est quoi?

— Você está usando.

— O quê?

— As minhas meias. — Ele descrentemente explica. — Eu estive falando delas por trinta minutos, Draco, e você não disse nada.

Draco checa os próprios pés. — Não percebi?

Pelo canto, ele percebe que Carina abriu a porta e segurou o irmão nos braços, resmungando baixinho. — Cassi vai acabar com a gente, eu só estou dizendo. Ce n'est pas de ma faute. Dieu.

— Ela não vai acabar com ninguém, ok? Estamos indo, filha. — Ele pega a carteira sobre a bancada e meio que grita. — Já encontrei as meias, bebê, você pode descer. Vamos sair em cinco segundos.

Scorpius desce as escadas às pressas.

Correndo.

É, isso não vai mudar.

[...]

— Seus sapatos. — Draco aponta.

Harry está dirigindo, mas não precisa olhar para sentir os próprios pés despidos e se dar conta: ele esqueceu. — Merda– Digo, não acredito. Isso que eu disse: não acredito. Vocês não ouviram a primeira parte.

Oui, mama. — Carina abafa uma risadinha.

— Eu trouxe. — Draco se inclina no banco o suficiente para alcançar algo próximo dos próprios pés e então puxa os sapatos esquecidos de lá. — Imaginei que talvez fosse precisar.

Harry respira em alívio, rolando os olhos e mostrando um sorriso que ganha lugar em seu rosto. — E eu amo você.

— Que prazer é ser amado por você. — O francês comenta como se aquilo fosse alguma novidade, fazendo Harry rapidamente desfere um beliscão leve em seu ombro. — O que você quer, que eu diga que amo você também, mon petit?

— Bem, sim?

Ai. — Scorpius choraminga, cortando o assunto entre eles. — Serpens me mordeu de novo, papa.

Draco vira, conhecendo essa história tão bem como a palma da mão, tão bem quanto todos no carro. — E o que você fez?

— Uhm, nada?

Draco pressiona. — Estava checando os dentes dele de novo?

Scorpius responde com o silêncio.

— Agora você tem o porquê. — O francês murmura, dando aquilo como resolvido.

— Mas papa...

— Scorpius, filho, eu já expliquei que os dentes ainda estão nascendo. — Harry tenta explicar aquilo pela vigésima vez, a voz aveludada e tênue. — Ele vai morder seu dedo se deixar ele de bobeira.

— Eu sei, mas ele não morde Carina. — Reclama o garoto. Quando Harry olha para o retrovisor, ele está abraçando a mão inteira com o corpo– curvado e emburrado. — Ou Cassiopeia.

— É que ele é mais rápido que você. — Carina sussurra.

— Isso não é verdade. — O menino se defende.

Ok. — Ela dá de ombros.

Scorpius sopra com um bico nos lábios. — Ele só não gosta de mim.

— Bem, isso não é verdade. — Draco não deixa isso passar. — Ele é seu maior fã.

— Papa. — Serpens chama da cadeirinha. — Colo.

— Um segundo, Bub número quatro. — Draco estica a mão para trás, tentando alcançar a mão de Serpens. — Já estamos quase lá.

Número quatro? — Harry tenta não gargalhar. — E quantos ainda pretende ter?

Draco pisca. — Eu não sei. Temos uma casa nova, quartos sobrando– Me diga você.

Oh.

Deus.

— Você acabou de iniciar essa conversa, de verdade? — Harry não tira os olhos da rua, mas recompensa com o choque na voz. — Porque isso é absolutamente uma possibilidade, mas se é só uma brincadeira, não é nada engraçada.

— Voltaremos a falar disso. — Sussurra o francês.

— Estamos chegando? — Carina insiste, cheia de pressa. — Estamos?

[...]

Harry se certifica de checar os fones nos ouvidos de Serpens porque quando o time de Cassiopeia entra em campo, eles explodem em gritos e assobios.

Scorpius fez um cartaz brilhoso com o nome gigantesco da irmã. Ele era provavelmente quem gritava mais alto na arquibancada. Deus, é sempre tão comovente vê-la ali, tão feliz e cheia vida. Tão focada em dar o seu melhor.

Draco sussurra em seu ouvido. — Essa partida já é dela.

Ele sorri, derretendo quando ela para no meio do campo e acena na direção deles.

Harry gesticula com os lábios. — Je t'aime.

E o jogo começa.

[...]

Há ainda mais gritos quando o time ganha um título para as semifinais. A menina corre até eles antes mesmo de partir para o vestiário, chorando quando Draco a abraça– Harry acha que todos eles estão chorando agora. Ela puxa sua blusa até que ele esteja perto o bastante para que ela consiga um abraço triplo– porque Serpens desliza para dentro.

— Feliz, Cassi? — Scorpius decide entrar no abraço também.

E Carina logo depois.

— Nunca estive mais feliz.

Fim.

— X —

Mais uma jornada tem seu fim! Eu amei adaptar R&J e espero que vocês tenham amado tanto quanto eu!

Obrigada a todos que acompanharam e, como sempre, nos vemos nas outras fics, sim?

Com amor,
Sunny.
💛

Roma & Julio | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora