Kihyun se lembrava muito bem daquela sensação. Quando era pequeno, seus avós maternos também se foram, a velhice chegou para os dois. O pequeno Yoo não entendia muito bem na época o porquê todos choravam tanto, mas agora, vendo Changkyun daquela forma, ele compreendeu totalmente.
A dor era a mesma.
A sensação de perder alguém importante, que te ensinou tudo, Kihyun sabia o quanto era doloroso, e por esse motivo, não saiu um segundo do abraço do loiro. A dor não iria sumir de um dia para o outro, ele sabia disso. Mas ele estaria ali para que a suportassem juntos.
— Chang, que tal tomar banho? Depois eu preparo algo pra você comer. — Sugeriu, enquanto continuava acariciando os fios de cabelo do outro, ouvindo um resmungo quase preguiçoso.
— Não estou com fome, Ki. — A voz ainda era chorosa, isso partiu o coração do azulado. — Podemos só continuarmos deitados?
— Você precisa se alimentar. — Kihyun se levantou devagar, puxando o maior também. — Vem, eu te dou banho.
Changkyun se deixou levar sem reclamar mais, seu corpo doía como nunca e um banho quente parecia chamativo naquele momento.
Kihyun tirou peça por peça, sorrindo mínimo para o loiro, aquela cena não parecia estranha, desde que soube poucas e boas das vezes que Changkyun bebia muito — Contadas por Jooheon. — imaginou aquilo acontecendo alguma hora, mas a situação em si era triste demais.
Além do fato que sempre imaginou Changkyun fazendo isso por si, contudo era bom de qualquer forma, amava cuidar do loiro.
Em algum momento, o mais velho percebeu que estava se molhando inteiro, decidindo que também precisava de um banho se juntou ao outro, abraçando seu corpo quando as lágrimas tornaram a descer novamente. O banho que era pra ser rápido parecia infinito diante o gesto.
O azulado lavou os longos cabelos loiros do namorado, brincando um pouco com o shampoo enquanto fazia penteados engraçados, e por um momento conseguiu tirar um risinho baixo do outro, isso o deixou um pouco mais aliviado. Kihyun beijou as bochechas vermelhas de Changkyun antes que pudessem finalmente sair debaixo do chuveiro.
Kihyun o ajudou a vestir algo confortável, agradecendo pelo loiro ter levado algumas peças de roupa para sua casa. Colocou-o na cama e o cobrindo com algumas cobertas, nem estava tão frio, mas temia que Changkyun voltasse a tremer pelo choro.
— Vou tentar fazer algo rápido para comermos e já volto, tudo bem? — Changkyun assentiu com a cabeça, recebendo um beijo na testa antes de ver o azulado sair do quarto.
Kihyun suspirou triste, não queria imaginar como seria o enterro e isso fez seu coração doer um pouco mais. Antes mesmo de ir para a cozinha ouviu duas batidas na porta, indo em direção a mesma sorriu ao ver Minhyuk ali, segurando um pote.
— Oi... Jooheon me contou tudo, como ele está? — O acastanhado entrou, se sentando na cadeira da mesa.
— Péssimo, é horrível ver ele assim. — Kihyun respondeu, abaixando a cabeça a seguir, deixando uma lágrima silenciosa cair.
— E você? — Indagou Minhyuk, limpando o rosto do amigo.
— Eu vou ficar bem, minha preocupação agora é ele. — O azulado tentava falar baixo, temia incomodar demais o loiro com o assunto. — Na verdade, estava indo fazer pra gente comer.
— Você é muito sortudo por me ter. — O acastanhado entregou o pote para Kihyun, vendo sua expressão confusa. — Eu fiz uma sopa pra vocês, imaginei que não tinham comido nada e acertei pelo visto.
Fazia um bom tempo que Kihyun não comia nada preparado pelo o amigo, amava quando o acastanhado cozinhava e com certeza era o maior fã, perdendo só pela comida de sua mãe, é claro.
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𝑃𝑎𝑟 𝐶𝘩𝑎𝑛𝑐𝑒 • changki
RomanceKihyun é um jovem que vive como jornalista e recebeu uma matéria muito importante no jornal onde trabalha. Ele só não esperava trabalhar com Changkyun, um descendente francês, que por acaso era seu mais novo ajudante.