Capítulo 11- Minha Megan

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Embora nosso lobo fosse mal-intencionado, famoso por seu apetite e talento para enganar suas vítimas...nesta história ele poderia ser dez vezes pior. Muitos dizem que ele não possuí coração, mas claramente os rumores surgiram por aqueles que não conhecem sua história...Pois todo vilão tem uma história, não?

Christopher

O som abrasivo dos galhos em período outonal fizera com que as janelas da cabana no segundo andar ganhasse risco, ao quais, em uma batida sinfônica sincroniza com a orquestra florestal. Tudo estava vivo e respirava vida pelos imensos bosques e os ruídos no segundo andar criara uma trilha sonora enquanto meus olhos não deixavam os da garota surpreendente.

-Diga alguma coisa...-meu tom saiu dois terços mais grave do que queria e no entanto, a princípio, não pareceu assusta-la...mas apenas a princípio.

As pontas delicadas de suas mãos, entretanto desgastadas, indicavam o terrível percurso que tivera para chegar aonde estava: em meio a floresta assombrada de Virgen River. Poucos foram os sortudos que sobreviviam para contar suas histórias e lendas, os que restavam, matavamos. Meus olhos se simiceraram em sua direção intropectiva e observadora, quase uma sombra de meus reflexos. E em uma tentativa advinda de seu nervosismo, pressionava a mesa como se o objeto inanimado fosse um de seus piores pesadelos, se não por dois homens que a olhavam ferozmente.

-Esvamos indo tão bem, doce Megan...-instiguei-a a continuar. Olha-la e percebe-la ao meu redor tinha um sabor dolorosamente visiante ao qual poderia sentir no fundo de minha garganta. E mesmo sabendo que não se assustava fácil e usava todo o resto de sua humana força medíocre para tentar esconder seus sentidos pulsando em alerta, no fundo, seria como olhar a mim mesmo, sendo por sua aparência a instigar-me como o reflexo de um espelho ou notar o quão fria poderia se tonar para um propósito certo-Você é diferente de tudo que eu já vi...-comentei levando a caneca de café para entorno de meus lábios sentindo-o fumegar contra meu rosto.

Esperei impacientemente para ouvir sua voz rouca e harmoniosa abraçar meus sentidos como antes, mas ela não o fez. Apenas me encarava com aqueles olhos azuis, iguais ao meus, com um brilho fascinante rugindo. Certamente era uma força da natureza.

Jhon arqueou um sobrancelha de ante a sua terrível petulância e eu achava incrível como o fato de a garota respirar e dar umas olhadelas em seu entorno poderia perturbar-lhe. O homem coçou a barba encabulado e no entanto continuou reencostado sobre o pilar entre a cozinha e a sala.

Continuei tentado a provoca-la apenas para ganhar uma resposta ríspida de sua parte. Foda-se, apenas queria que a garota falasse comigo como tinhamos acordado, mas minhas palavras retiraram todas as dela. Talvez tivesse sido precipitado em minhas reações, mas meus poros fervilhavam com sua estranha presença.

-Espero não ter-lhe perturbado com minhas palavras...-argumentei debruçando-me sobre a mesa e quase pude sentir sua respiração tornar-se irregular. O brilho do medo, como um presa, inundou como um fundo tenebroso seus olhos e quase pude vê-los marejarem por pouco. Mas em um piscar, sumiram assim como vieram. Jesus, quais seriam seus limites?-Está com frio?-questionei ao sentir a brisa gélida entrar pela fresta entre madeira e rachaduras da cabana e fazer com seu pequeno corpo fraquejasse e protestasse.

Observei minusciosamente quando Jhon retirou seu sobretudo preto e tentou colocar sobre seus ombros, ouvindo uma recusa de seus lábios em um tom cortante.

-Sou capaz de me esquentar sozinha...-as palavras foram audíveis e de uma baixo tom que fez com que meus pelos se arrepiassem. Por todos esses anos, imagina-la se tornava uma missão quase impossível. Algumas lembranças se perderam entre as noites embriagado e drogas que faziam o luto cessar e meu coração se acalmar, minha mente explusar todos os pesadelos com o qual vinha convivendo. E mesmo com as que restavam, ainda era difícil recordar de seu rosto se não por fotos. Os cabelos loiros e a risada contagiante.
Minha Megan. Adorava histórias de terror e se aventurar pela floresta. A única parte boa da minha miserável vida e apesar disso foi tirada dos meus braços-Agradeço se tiver uma bebida forte, vai ajudar...-comentou após a recusa.

De volta à Cabana (Disponível Por Tempo Determinado)Onde histórias criam vida. Descubra agora