Capítulo 12-Fique longe dela

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Neste conto, chapeuzinho vermelho não seria uma menina indefesa....Sua mãe ensinara muito bem o caminho a percorrer para a casa da vovôzinha e se o lobo tentasse engana-la....[...]

Sua respiração entre cortada e pesarosa caia como uma torrente sobre meus ombros arrepiando a maré de pelos ruivos em minha nuca. Seus braços me envolviam como se fosse uma presa preste a fugir e apesar de que este se tornara uma das coisas ao qual mais almejei na vida, tive que fechar os olhos e torcer os dedos dos pés para que o medo não me consumisse e destruísse toda a postura que havia criado.

A ponta de meus dedos da mão formigavam em um desespero crescente e mudo, nômade e viral, se espalhando e infiltrando-se por cada tecido e músculo. A razão a muito tempo trabalhava em meu inconsciente pronta para me manter viva. Em estado de alerta e com meus músculos retesando com cada expirar de meu diafragma, o rosto dela foi tudo que pude ver quando minha visão turvou-se. Ela me preparou. Me protegeu. Me guiou como se não pudesse lutar contra o destino. E por um vislumbre de segundos enquanto olhava os olhos de Christopher pude jurar que tudo o que minha mãe me causou na infância criara a personalidade que me faria sobreviver até o amanhã. Uma mulher paranóica e calculista. Ainda que, meu pai jurasse de pés juntos que, em uma época muito remota, fosse apenas um jovem inconsequente e livre, antes. Antes de Virgen River. E mesmo sem nos contar, sofriamos com as consequências do acontecido todas as madrugadas.

Os incessantes galhos ainda arranhavam as janelas do andar de cima enquanto a respiração em uníssono de Jhon cortava a minha. Seus braços músculos me preendiam sob seu peitoral de músculos e seu perfume amadeirado impregnava todo o ambiente. Ele reencostou o queixo sob meu ombro com dificuldade, já que, era tantos centímetros mais alto que jamais sonhei em ser. Seus lábios inconsequentes fraquejavam na curvatura de meu pescoço e artéria local bobava a adrenalina por todo o restante de meu corpo.

-Me solte!-rugi entre dentes-Não é como se eu fosse fugir!-argumentei. Contudo, a mentira não foi detectada.

-E se eu não quiser, ratinha?-brandou em um sussuro grave que fizera até os mais remotos pelos de meu corpo se eriçarem com o encontro de palavras. Duvidava muito que Christopher pudesse ouvir mas a carranca de seu rosto alegava o desgosto de ver Jhon com os braços em meu entorno.

-Então vamos começar com o pé esquerdo...-comentei enquanto deslizava meu pé contra a ponta do seus, em um pisão ferrenho com o solado do meu sapato. Senti o corpo se tensionar sob minhas costas e o fôlego pesado esparramar alguns fios de cabelo. E independente da dor que estava causando nele e em como seu corpo demonstrasse a todo instante isso, seu aperto não se afrouxou por um segundo, tanto quanto o meu. Sua teimosia persistente fez com que minha unhas afiadas se infincassem contra a pele exposta de se ante-braço.

-Porra...-sussurou em um riso contido de dor e eufória-Parece que a ratinha tem garras...-sua voz dissoou entre meu ouvido em um lamúrio corajoso e logo senti sua língua roçar meu pescoço e subir até o lóbulo de minha orelha, mordendo-a com força e raiva embutida.

A dor aguda se espalhou por todo meu corpo e lágrimas lambuzaram meus olhos. Conforme a luta persistia entre os dois lados orgulhosos, a espera do perdedor, minhas unhas conseguiram se afundar e marcar sua pele com sucesso e a força com que sua mandíbula travava uma disputa contra minha orelha parecia prestes a arranca-la.

-Jhon!-a voz imponente de Christopher fez cessar qualquer agressão por parte do homem em minha costas. Seu olhar gélido repreendia ambos os comportamentos e me fez engolir em seco, ao recuar.

Sangue manchava e mergulhava por debaixo de minhas unhas e escorria pelos braços e mãos de Jhon, até se encontrarem com a madeira da cabana e não puderem ser mais restreadas pelo meu olhar.

De volta à Cabana (Disponível Por Tempo Determinado)Where stories live. Discover now