Ana recusou a ajuda da pele verde e se pôs de pé sozinha, um erro, dado a dor nas costas:
--...E agora?
--Bem, o plano original é que vocês viessem de noite...--ela revirou uma sacola no canto da sala de paredes cruas--...Mas a guarda dos muros foi dissolvida depois que encontraram nosso homem.
--Encontraram o Albius?
Oliwia parou o que fazia e o encarou em silêncio por um momento. O guardião suspirou e sentou no chão, trazendo as mãos à nuca. A arqueira, por sua vez, voltou para a sacola e logo tirou um imenso vestido azul que ela pôs sobre suas roupas, tirou então um lenço vermelho com bolinhas brancas e passou ao redor da cabeça:
--Que lindo!--disse Ana no tom mais sarcástico que conseguiu
--Obrigado,...--ela disse tirando um outro vestido, idêntico ao seu a exceção de ser menor... e rosa... com um lenço rosa pontilhado de corações brancos para acompanhar--...esse é o seu!
Engoliu a seco e vestiu o disfarce enquanto Amis continuava onde estava, encarando o infinito. Oliwia o sacudiu pela mão:
--Eu sei o que você está passando, sei o que você está sentindo, mas precisamos sair daqui.
--...Ok...--tomou fôlego--...Ok.
Se recompôs, deu um beijo em Oliwia e saltou porta à fora, gritando:
--É um belo dia, filhos da égua!
Oliwia botou a mochila nas costas, pôs a orelha na porta e aguardou os sons de espadas e flechas se afastarem. Na primeira oportunidade, agarrou Ana e a arrastou para o apartamento ao lado onde se encontraram com algumas camas de palha esticadas no chão com material de costura:
--Já entendi.--disse Ana, pegando um novilho de lã, uma agulha e misturando os dois enquanto a pele verde trabalhava num boné de bebê azul--...você costura?
--Ehh, quando tenho tempo...--se concentrou num ponto particularmente difícil--...Ele te deu o bracelete?
--...Ahhhh, foi você que deu para ele!?
Ela riu um pouco:
--"Ah, eu não vou precisar". "Eu consigo fazer sozinho." Piada. Hahaha... vou atazanar muito a cabeça dele com isso...
--...Sei...--percebeu que havia prendido o dedo no novilho
Continuaram "costurando" até que um chute abriu a porta, dois imortais quarto a dentro, empesteando o ar com o aroma de saliva, suor e tinta branca:
--Cadê eles!? Cadê eles!?
--Mursia! Wu palakau vris! Visso mursia! Visso mursia!--gritou Oliwia de joelhos
--Cala a boca!--disse o imortal chutando-lhe a barriga
Oliwia caiu sobre Ana, que a segurou como se fosse sua mãe enquanto eles iam de um lado para outro no apartamento quase vazio:
--Nada aqui!--e ambos saíram, sem fechar a porta, diga-se de passagem
Uma vez fora do campo de visão dos ocupantes, Oliwia se recompôs, se assegurou de que o corredor estava vazio e desapareceu porta a fora antes de retornar alguns segundos mais tarde:
--Vai ficar aí?
Ainda um pouco perdida, a ladra seguiu sua "colega de quarto" pelos corredores de tijolo até as escadas de concreto seco. De início, seguiam acompanhadas apenas do cheiro de tijolos e seus próprios passos, quando Ana ouviu um berro ecoando escadas acima:
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O Segredo na Torre
ActionOs muros caíram. Um exército de imortais caminha pelas ruas da cidade. Sem opções ou tempo, o último Guardião da República e uma ladra sem escolhas precisam unir forças para invadir a fortaleza mais segura do mundo, descobrir o segredo dos invasores...