Durante toda a viagem, o silencio parecia corroer meus ossos de uma maneira que eu jamais podia imaginar acontecer em toda minha vida, vez ou outra eu encarava Akashi de canto de olho, sua expressão não era uma das melhores, na verdade era uma expressão que eu raramente via em seu rosto
A de angústia, do tipo pura e sem rodeios, aquilo me incomodava mais que tudo no mundo
Abracei fortemente minha bolsa aonde estava guardado todas as cartas e a resposta de julieta, de todos os momentos este era de longe o pior para eu carregar estas cartas comigo
Paramos na estação próxima a minha casa, Akashi continuava quase que mudo apenas encarando seus pés enquanto me acompanhava me deixando completamente saturada de aguardo tudo aquilo em silêncio
- Akashi... - o chamei parando no meio da rua de casa que era bem pouco movimentada o vendo parar a minha frente ainda não me olhando nos olhos
- Me desculpa... - ele disse baixo o suficiente pra que pudesse me ouvir - Eu não sei o que deu em mim, você é livre e desempedida e eu não sei o que deu em mim. Me desculpa... - ele admitiu ofegante encarando os lados se negando a me encarar nos olhos
Já estava cansada de tudo aquilo, de esconder o que eu sentia, das cartas, o sentimento, tudo, eu era um copo que sentiu sua última gota de água pingar pra começar a transbordar para todos os lados sem pensar em mais nada, apenas abri minha bolsa pegando todos os envelopes chamando a atenção de Akashi
- Porque...você tem esses envelopes meus? - Akashi comentou um pouco confuso me vendo abrir a carta que eu tinha envelopado mais cedo e não consegui colocar no correio porque senti que não era o momento certo
Rasguei o envelope e peguei o papel com cuidado abrindo as dobras e suspirando fundo
- "Querido Akashi. - comecei a ler o que estava escrito naquele papel - Não há um momento sequer que eu nao fique imaginando dizer estas coisas a sua frente, porque me dói ver que estou o enganando dessa forma tão baixa pois sou covarde o suficiente para não enfrentar o que eu sinto de peito erguido - parei um pouco para enxugar algumas lágrimas que saiam do meu rosto - Você é o garoto mais especial e gentil que eu tive a honra de conhecer e conviver, por isso não posso mais continuar mentindo pra quem só me deu a mão quando mais precisei. - suspirei fundo novamente tomando meu segundo de coragem - julieta nunca existiu, julieta era só uma casca da garota que eu queria ser pra você Akashi, porque julieta era uma borboleta e eu...sou apenas uma lagarta iniciante nessa metamorfose, por favor eu apenas peço que você me perdoe Akashi.... Com carinho, [nome] - terminei de ler a carta com as mãos suando friamente e as lágrimas novamente enconbrindo meu rosto naquela noite
O pior de tudo naquele instante era o total silêncio que vinha de Akashi, um silencio tão gritante que fazia meus ossos se despedaçarem em vários pedaços espalhados pelo asfalto, ele apenas continuava a me encarar como se eu tivesse cometido o pior dos crimes
- Isso só pode ser piada... - ele murmurou com desdém limpando seu rosto meio molhado - Me diz que isso é uma piada de muito mal gosto [nome]! Anda! - ele quase gritou a ultima parte me fazendo desabafar novamente meu copo mal contendo minhas lágrimas
- Me desculpa Akashi. - solucei tentando segurar sua mão - Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto, mas era a única forma que eu tive de soltar tudo o que eu estava sentindo por anos.
- Sim, mentindo e sendo uma pessoa que você não era, inventando coisas pra me agradar! - ele refutou puxando fortemente seus cabelos escuros - Você ria de mim não é? Ria de como eu realmente estava interessado numa garota que nunca existiu!
- Para com isso, eu nunca ri de você! - voziferei o deixando calado por um momento - Em nenhum momento você foi um motivo de piada pra mim Keiji! Você não sabe como me doía ver você todo feliz pela julieta sendo que aquilo não era nem um terço do que você poderia ter! - ofeguei fechando os olhos - Eu nunca menti sobre o que eu senti e ainda sinto por voce Keiji, você sempre foi e sempre vai ser o homem dos meus sonhos, o garoto que sempre me incentiva a correr atrás do que eu quero e eu viva intensamente até o fim dos meus dias. - termino soluçando alto o vendo encarar o chão com um olhar completamente perdido
- Esse é o ponto [nome], se parasse pra ser um momento ia perceber que o que você sente sempre foi recíproco. - Akashi me refuta fazendo eu arregalar os olhos com sua confissão - Porque voce acha que eu rejeitava todas as declarações de meninas durante todo esse tempo? Porque eu pensava que algum dia...você ia perceber o quão apaixonado eu estou por você. - ele admitiu com as bochechas rosadas pelo choro recente - Mas em vez disso voce se afundou na insegurança e criou uma pessoa irreal que me fez duvidar pela primeira vez do que eu sentia por você, quebrou a minha confiança, a do bokuto e da Akane!
- A Akane sabia... - admiti ouvindo sua risada de escárnio - foi ela que enviou a minha carta e eu fiquei com medo de contar e continuei com a mentira... Me desculpa Keiji. Por favor... - sussurrei a ultima parte juntando minhas mãos em prece o observando
- Ainda tem essa... - Akashi bagunçou seus cabelos e me olhou com um olhar de revolta e ao mesmo tempo de pena - Eu realmente não sei de mais nada [nome], de uma hora pra outra anos de amizade foram jogados no ralo por conta de uma mentira que foi crescendo a ponto de abalar a única coisa que eu pensei que levaria pra minha vida toda que era a nossa relação...
- Keiji... - tentei me aproximar mas o mesmo se afastou rápido de mim
- Eu preciso pensar em tudo isso...até lá a gente... não existe nessas páginas... - ele disse passado saindo dali em passos meio desconcertados enquanto meu peito ardia com aquela dor imensurável quase palpável
Naquela noite eu estava sozinha de novo
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|não é fic minha se não tem momento triste é de lei mas eu ate que peguei leve com eles viu? Ia ser pior sksksks NÃO ME BATAM
