Presente especial

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Cada dia que passava a gente ia ficando mais próximos. Desde o combinado, todos os dias as 2:00 nos encontrávamos na sala, e ali conversávamos sobre tudo, e cada dia mais descobríamos mais um do outro. Ele era além de lindo, inteligentíssimo, estudava não só por obrigação mas por amor mesmo ao direito, queria ser igual ao pai, nunca mais que o pai, porque pra ele o pai era o melhor, ele adorava churrasco, tinha uma coleção de meias coloridas, não era fanático por futebol, adora Nova Iorque, mas estava doido pra vir trabalhar com o pai. Contei a ele também coisas minhas, falei que estava estudando para prestar vestibular, mas não contei a data, e falei que estava em dúvida do que ia fazer, ele ainda estaria aqui quando o resultado saísse, tenho medo de não passar, e se eu passar queria fazer uma pequena surpresa, ainda não entrei em detalhes sobre o acidente, meus pais, o orfanato, ainda não me senti confortável. Nossos carinhos também iam se intensificando, os beijos, os carinhos, sentia até calor hora ou outra. Eu estava muito envolvida com ele. Eu não sabia dos sentimentos dele, mas desde o começo do combinado, ele não saia a noite, falava comigo que só tinha uma coisa que ele queria, que era ficar comigo. Sabia que era errado, eu era apenas uma empregada, mas o que eu ia fazer, e as coisas foram acontecendo naturalmente.

O natal esse ano seria no sábado, e essa semana eu estava lembrando muito do orfanato e da minha irmã. Eu gostava dessa época.
Na terça cheguei na cozinha para tomar café, e dona Ana já estava na mesa, com a dona Maria.

-Bom dia, quanto tempo a senhora não toma café aqui, senti saudades das nossas conversas - fui até dona Ana lhe dando beijo no alto da cabeça.

-Bom dia Dona Maria. - faço o mesmo.

- ha menina Natália, esse fim de ano fico doida, não vejo a hora dos meninos voltarem para me ajudar no escritório, e até você mesmo pra me aliviar um pouquinho lá. e ainda tem natal, o baile...as vezes acho que Diego tem razão, eu pego coisa demais.

- Falta pouco pros meninos voltarem, eu ainda falta um pouquinho, sendo que ainda vou fazer vestibular, quanto o baile, está tudo como programado, pode ficar mais tranquila.

- ainda bem que você apareceu, me adiantou coisa demais no baile. Bom queria conversar com você sobre o natal, todos os anos vamos para a casa de campo, e fazemos a ceia lá, e queria te convidar pra ir com a gente.

-eu nem sei como agradecer, vou ficar imensamente feliz, de estar com vocês nesse dia.

-Mas conversando com Maria, tivemos outra ideia, o natal esse ano dá no sábado, vamos para casa de campo na sexta após o almoço, ou seja sexta a tarde, sábado e domingo ficaremos lá. Estávamos pensando se você não quer ir a sua cidade, passar essa data lá.

Nessa hora meus olhos encheram de lágrimas, eu não aguentava de tanta saudade da minha irmã e de todos do orfanato.

-Mas como que dona Maria vai dar conta de tudo, eu não posso só ir e deixar ela aqui.

- você e esse coração bobo, Maria não vai fazer nada lá, e se você for, também não irá fazer nada, tenho outra equipe que mora lá na casa de campo.

-Sendo assim, vou ligar pra Cecília e se eles forem passar o natal na cidade, eu quero ir sim. Obrigada, obrigada.

Me levanto rindo, e chorando e dou um abraço nas duas. Volto pro quarto e ligo pra Cecília. Ela ficou muito feliz que vou ir ver eles, e pedi pra não avisarem o orfanato, quero fazer uma surpresa pra elas.
O dia passa voando, não vejo a hora de ver minha irmã, ver todos do orfanato.

Quando contei a Diego que ia passar o Natal na minha cidade, ele falou que estava feliz porquê ia ver minha família, e sabia que eu sentia saudades, principalmente da Nádia, sendo que falava nela sem parar, mas que ia sentir minha falta e que não negava que estava um pouco triste de eu não ir a casa de campo com eles, ele sempre fala de lá, e tem certeza que eu ia amar, mas que não ia faltar oportunidade da gente ir lá.

No dia 23 eu estava mais que ansiosa, já estava com a bolsa pronta, passagens compradas. O dia seguiu normal, todos da casa se recolheram mais cedo. As 2:00 estávamos nos dois na sala, como eu gostava de conversar com ele, como gostava dos seus beijos, dos seus carinhos, de uns dias pra cá, ele começou a me incluir em alguns pensamentos futuros dele, falava que quando eu fosse a Nova Iorque ele ia me mostrar os melhores lugares de lá, falava que quando fossemos a casa de campo ia mostrar um lago que somente ele e Peter conheciam, e eu ficava igual boba imaginando.

-Tenho uma coisa pra te dar, ia te dar na casa de campo, mas como você não vai estar lá - ele me entrega uma caixinha, e quando abro um cordão lindo de coração, delicado   , e tinha uma chavinha, ele pega o coração e abre com essa chave..de um lado um lugar pra colocar uma foto, do outro escrito "pra você que se tornou uma das pessoas mais importantes em minha vida em tão pouco tempo - Dez/2021". - A mensagem é a pura verdade Natália, não consigo te explicar o que estou sentindo, mas você se tornou muito importante pra mim nesses ultimo dias, e o lado da foto você coloca alguma que você queira guardar para sempre, seus pais, sua irma, eu. - ele fala e sorri.

-Eu não consigo te agradecer por tanto, é lindo, nunca ganhei nada assim. Agora meu presente vou ficar ate com vergonha de te entregar- e realmente eu estava com vergonha, não chegava nem aos pés do que ele me deu- Fica aqui que vou ali buscar.

Vou correndo no quarto e pego uma sacola, volto com vergonha, e lhe entrego.

- Não precisava se preocupar com nada Natália.

_Já que não quer devolve, eu uso - falo tomando a sacola e sorrindo pra ele.

-Não me devolve é meu presente. -ele abre a sacola, e cada vez mais morro de vergonha - Eu não acredito que você lembrou disso, e conseguiu justamente a que eu queria. Você é  foda mulher- ele me abraça, e me da um beijo de tirar o folego- Agora meu presente que não chega aos pés dos seus.

Em uma de nossas conversas ele me falou da coleção de meias e que tinha uma campanha do Neymar que ele não tinha conseguido comprar, e ele ficou puto por não ter elas. Quando fui ao shopping com dona Maria alugar o vestido do baile, enquanto esperava senhor José nos buscar, estamos olhando as lojas, e dona Maria entrou nessa loja para comprar presentes, e logo vi essas meias, com uma propaganda do Neymar, tirei a duvida com a vendedora pra saber se eram as tais meias, e levei na hora sem pensar. E agora tenho certeza que acertei.

O resto da madrugada foi de puro carinho entre nos dois, ele me agradecia sem parar pelo presente, e eu fazia o mesmo. Nossos beijos foram ficando intensos, e já sentia um calor, o corpo arrepiava com o toque dele, ele desceu os beijos pelo meu pescoço, e nessa hora dei uma puxada maior no seu cabelo, escutei ele soltar um gemido baixinho próximo ao meu ouvido. E não vou negar que estava gostando daquela sensação. Ele veio com as mãos das costas alisando ate minha barriga e colocou por baixo da minha camiseta, e subiu devagar ate quase tocar um de meus seios. Soltei um gemido baixinho, mas ele escutou pois deu um pequeno sorriso. Nessa hora sai do transe que estávamos e vi o que estava acontecendo. Fui parando nossos beijos.

_Temos que ir, já está bem tarde.

_Ha não Natália, vou ficar sem te ver ate segunda, fica mais.

- Não, vamos é melhor para nós dois.

Ele é um cavalheiro, se ajeita no sofá, levanta, me da uma de sua mãos e me puxa pra que eu possa me levantar. Me abraça.

-Vou sentir sua falta,  de verdade.

-Eu também vou.

Me da um beijo, e vamos cada um para um lado. Chego no quarto e abro meu presente, era lindo. Deito na cama e ali adormeço.

Apenas uma empregadaWhere stories live. Discover now