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NÃO REVISADO!

Boa leitura <3

É pessoal...esse ia ser o último capítulo mas acabei me cedendo a colocar outra idéia em prática... aguardem que vai ter mais capítulos<3

Às vezes, sinto que o mundo não é mais o mesmo para mim. Passaram-se anos desde tudo: Erica partiu, Arthur morreu... e tudo aconteceu tão rápido que ainda não consigo acreditar que estou prestes a comemorar meus quinze anos.

Sobre Erica... bom, não a vejo pessoalmente há cinco anos. Às vezes, ela se dá ao trabalho de me mandar um "bom dia" cheio de emojis de coração, mas nossas conversas acabam logo depois do "como vão as coisas?". Talvez ela tenha encontrado novos amigos interessantes no Canadá; pelas fotos nas redes sociais, parece levar uma vida incrivelmente feliz. Quanto a mim, minha vida continua a mesma, sem muitas mudanças. Agora faço terapia duas vezes por semana desde os onze anos.

Agora que Carol já é grande o suficiente para brincar sozinha no parquinho, posso desfrutar do meu videogame em silêncio no quarto escuro.

Estava deitado lendo um livro quando ouvi minha porta se abrir.

─ Caramba, o que custa bater!? ─ perguntei, sentando-me na cama.

Ao olhar para a porta, lá estavam Carol e minha avó, segurando um bolo com várias velas acesas.

─ Parabéns pra você... ─ Carol começou a bater palmas enquanto minha avó cantava. Nunca aprendi como reagir quando o "parabéns" começa; sempre é tão vergonhoso. Minha vontade era me enfiar embaixo da cama, mas apenas desviei o olhar, envergonhado.

─ Viva ao Thomas! ─ minha avó disse, aproximando-se com o bolo. ─ Faça um pedido, querido! ─ ela pediu, carinhosamente.

Fazer um pedido? Não tinha nada específico em mente, então fechei os olhos e, sem uma ideia clara, simplesmente assoprei as velinhas.

─ O que você pediu? ─ Carol perguntou, empolgada.

─ Minha filha, se ele falar o desejo não se realiza ─ minha avó alertou.

─ Que sem graça!

Acabei rindo. No final, levamos o bolo para a cozinha e comemos. Notei que Carol estava inquieta durante um bom tempo.

─ Aconteceu alguma coisa? ─ perguntei a ela, enquanto ainda comia o bolo.

─ Eu tenho uma surpresa para você! ─ ela respondeu, empolgada.

Não sou fã de surpresas. A última foi há cinco anos, e eu não gostei nem um pouco.

─ Vem comigo! ─ ela me puxou pelo braço.

O que custava me chamar educadamente, sem contato físico?

Ela me levou para fora de casa até a saída do condomínio, e eu fiquei grande parte do percurso em silêncio, até que paramos em frente a um parque — o mesmo onde ela entregou a prova do crime para Castilho, um dia que era impossível esquecer.

─ O que é a surpresa? ─ perguntei.

─ Um segundo, Thomas... um segundo! ─ ela pegou o celular e começou a digitar freneticamente.

─ Um... dois e...

Fiquei encarando-a, esperando alguma coisa acontecer.

─ E aí, Robin Hood! ─ ouvi alguém falar atrás de mim.

Ao me virar, vi uma figura de cabelos quase loiros, olhos azuis e um sorriso sínico que eu reconheceria em qualquer lugar. Erica estava mais alta, não era mais uma criança — agora quase uma adulta, como eu. Mesmo vendo fotos atuais dela, pessoalmente era bem diferente.

─ Ficou mudo? ─ ela perguntou, rindo. Ela não tinha mudado nada.

─ Feliz aniversário? ─ ela falou novamente.

─ Oi... O que você veio fazer aqui? ─ perguntei, desconfiado.

─ É bom ver você também, Thomas... você não mudou nada, não é? ─ ela disse, com a mão na cintura.

E você mudou bastante...

─ Respondendo sua pergunta, eu vim para o seu aniversário. Na verdade, sua irmã me chamou, e eu não poderia recusar essa oportunidade incrível. Afinal, só se faz quinze anos uma vez! ─ ela respondeu, empolgada.

─ O quê!? ─ eu a olhei, incrédulo. ─ Caroline, quem mandou você chamar ela? ─ encarei minha irmã, que observava tudo de longe.

Ela revirou os olhos, com um tom irônico que tinha desde pequena.

─ Pare de fingir que você não gostou da surpresa. Agora eu vou voltar para casa, e vocês, conversem bastante. ─ ela disse, indo embora sem me dar chance de protestar.

Sentei-me no banco, em silêncio. Aquilo começou a ficar desconfortável.

─ Calma, eu não vim para ficar... na verdade, meu pai vai casar com a Flávia daqui alguns dias. Cheguei semana passada.

─ E por que não me mandou mensagem?

─ Você se afastou, achei que não seria conveniente invadir seu espaço... mas como Carol me chamou, eu vim!

Como ela tinha coragem de dizer isso?

─ Eu me afastei? ─ respondi, surpreso. ─ Foi você quem começou a ignorar minha existência, foi para o outro lado do mundo e ignorou esse lado!

─ Para de ser idiota, eu não ignorei você coisa nenhuma!

─ Então por que nas redes sociais age como uma patricinha mimada? Você se tornou isso?

─ Cala a boca, você não sabe do que tá falando! ─ ela disse, levantando-se irritada.

Vi a raiva em seus olhos; ela podia ter mudado, mas ainda reconhecia aquele olhar de tristeza.

─ Foi um erro eu ter vindo... feliz aniversário, Thomas! ─ ela disse, virando-se.

─ Espera... não foi um erro você ter vindo. Foi um erro você ter mudado tanto em tão pouco tempo.

─ Eu não mudei, Thomas, eu me adaptei. As coisas lá não são como aqui.

─ Como assim?

─ Lá, eu era "a esquisita"... no meu primeiro ano, me jogaram dentro do banheiro e me trancaram lá. Você tem noção disso? Eu só me adaptei a eles, me tornei convencional para eles; assim, ao menos fiz amigos e consegui ser ignorada pelos "fiscais" de padrão!

─ Não são seus amigos...

─ Eu sei. Olha... eu quero provar que não mudei nada! Então, vamos dar uma volta pela cidade, e você me diz se realmente mudei! ─ ela falou, chamando-me com a mão.

Pensei um pouco se era realmente necessário, mas antes que eu pudesse recusar, ela me puxou pelo braço.

» continue? ˎˊ˗ ࿐°


REVISADO DIA 16/06/2024

𝙸𝚗𝚘𝚌𝚎𝚗𝚝𝚎𝚖𝚎𝚗𝚝𝚎 𝚞𝚖 𝚊𝚜𝚜𝚊𝚜𝚜𝚒𝚗𝚘Onde histórias criam vida. Descubra agora