Blaser Preto

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Yelena

Meus olhos ainda estavam sonolentos e se acostumando com a luz, também estavam inchados e doloridos. Quando minha visão finalmente era clara, podia ver Kate dormindo de barriga para cima, estou agarrada em seu braço direito. Eu nunca havia acordado antes dela, não sabia o que fazer. Fiquei um tempo apenas a observando respirar, ela ficava linda mesmo dormindo. Há um machucado em sua testa e outro em seu queixo, isso me tira uma pequena gargalhada.

De repente ela se vira de lado, ficando cara a cara comigo. Novamente estamos a poucos centímetros de distância mas, dessa vez, Kate não estava acordada para me impedir a algo. Obviamente não faria nada sem que ela permita, mesmo que todo o meu corpo esteja implorando por isso. Então apenas faço um carinho delicado em seu rosto.

Cheguei a conclusão de que não conseguiria ficar ali mais um minuto sem fazer algo astucioso.

– Lucky, Funny – Sussurro, para os mesmos subirem na cama e acorda-lá. Acontece que ela não foi a única a ser atacada.

– Caralho – Me assustei ao ouvir a morena dizer, porém continuei rindo ao ver ela ser lambida pelo cachorro.  . – Sai de cima de mim, Funny.

– Desde quando você fala palavrão? Kate Bishop– Tirei Funny de cima dela.

– Só quando sou acordada sendo beijada por um certo ser-vivo em cima de mim – Ela arregala os olhos em forma de repreensão para Funny, que coloca as patas no rosto.

– Que pena, você não gosta de ser acordada com beijinhos – Eu fiz um biquinho falso e me apoiei nos meus braços por atrás de mim – Eu ia começar a fazer isso, se você gostasse.

Seus olhos saíram de Funny, foram para meu rosto e em seguida abaixaram para meus seios, que estavam parcialmente a mostra na camiseta meio transparente da Taylor Swift.

– Cala a boca – Ela deu risada e jogou um travesseiro em mim.

– E você, controle seus olhos! – A morena se fingiu de indignada.

– Olhar não é pecado, desde que a outra pessoa queira – Disse enquanto fazia carinho em Funny.

– E quem te garante de que eu quero?

– O simples fato de eu ser irresistível – Ela jogou o cabelo para um lado dos ombros e deu uma piscadinha.

Ela realmente era irreversível.

– Você já amou alguém? – Depois de um certo tempo, a frase saiu sem que eu pudesse impedir. – Sem ser no sentido família ou amizade.

– Ah... Acho que amar seja uma palavra muito forte – Ela colocou os fios pretos de cabelos por trás da orelha – Mas eu já gostei, já gostei de muitos garotos... E você?

Garotos.

Sim, uma vez – Tudo era dito com muita cautela. Desviei os olhos de seu rosto machucado – Não era um amor físico, corporal, geralmente não sinto esse tipo de atração, para falar a verdade é muito difícil até mesmo sentir atração romântica por alguém. Mas tem uma pessoa, que acho que minha atração não seja somente romântica.

– Oh, é mesmo? – Assenti enquanto ela fingia não saber quem era a pessoa. – Com a minha pessoa é ao contrário, estou começando a achar que minha atração não seja somente física...

Ficamos alguns segundos em silêncio, apenas brincando com os cachorros. Mas resolvi quebrar isso com alguma piada sobre a situação anterior.

– Bem, é melhor eu trocar de roupas – Eu disse levantando da cama e colocando as pantufas –Se não, daqui a pouco você vai começar a babar.

– Yelena! – Ela jogou mais um travesseiro em mim e, de longe, me acertou em cheio. Não era atoa que Bishop mandava bem no arco e flecha.

[...]

Nunca fui de assistir programas de televisão, mas nunca tinha visto nenhum dos que passam na TV de Kate. Apesar da imagem ser antiga, a programação era incrível. Logo cedo, eles colocavam alguns episódios de alguns variados desenhos animados, que fica passando por um grande tempo, depois, passava um programa onde se resolvia conflitos familiares cujo eu não me lembro o nome. Porém, esse programa não passava aos sábados e domingos, então eles deixavam para o resto do dia ser uma seção de filmes.

Era Sábado e devia ser quase 20h, estava um pouco triste pois amava ver os familiares brigando e se xingando e não havia passado. Mas iria passar Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, que eu nunca havia assistido, por falta de tempo e liberdade. Poderia ter usado um dia dos cinco anos perdidos da minha vida.

Senti um cheiro de perfume, não era forte demais e nem suave demais, era uma combinação perfeita. Até que vi a porta do quarto de Kate aberta, o perfume estava vindo de lá?

– Toc, toc... – Imitei a trilha sonora enquanto batia o punho na porta já aberta. – Onde vai?

– Isso se chama socializar – Ela estava com um blaser, uma calça não larga, mas não tão justa, que caia perfeitamente em seu corpo, ambas pretas. Eu só esperava que estivesse com um top tomara que caia por debaixo do blaser fechado. – Abriu uma casa de festas nova por aqui, da tempo de você se arrumar, se quiser ir.

– Não, obrigada – Cruzei os braços e me escorei na porta. – Não me dou muito bem com "baladinhas".

– Certo, como eu estou?

Estava tão perfeita como a lua no céu.

– Está legal – Era tudo o que saia da minha boca.

[...]

Já eram quase uma da manhã e a morena não chegou em casa. "Deixe ela viver, Yelena, vocês não tem nenhum compromisso" era o que eu ficava repetindo para mim mesma, enquanto fingia prestar muita atenção em um livro.

De repente o barulho de chave surgiu, eu rapidamente me levantei e vi que Kate estava beijando um garoto aleatório.

– Se quiserem eu posso sair para deixar os pombinhos mais a vontade – Cruzei meus braços, com uma expressão não tão boa no rosto.

– Yelena! Você me assustou – Estava ofegante por conta do beijão de novela. – Josh já está de saída, ele veio apenas me deixar em casa certo?

– É, isso aí – Ele também estava ofegante. – Até mais, Kate Bishop.

Antes de sair, o garoto deu uma piscadinha e passou a mão em sua bunda, o que me fez ficar mais furiosa ainda.

– Mais que abusado! – Eu ia ir atrás dele, mas Kate fechou a porta antes disso.

– Relaxa, eu fiquei com ele pelo carro – Ela deu dois tapinhas em meu ombro – Não precisei gastar em taxi na volta.

– Sua blusa está aberta – Não havia um top por baixo, mas não mostrava nada que não seja sua barriga e seu peito.

– Espera... está com ciúmes?

– Não! Obviamente não – Seu blaser estava ali, aberto, e era impossível parar de olhar para ele e não sentir vontade de tirá-lo.

– O que? O blaser? – Ela ergue os braços para frente. – Pode tirá-lo.

– Você bebeu – A olho de cima a baixo.

– Está com medo de tirar um blaser? Lena – A proposta era tentadora, mas ela não estava sóbria. Se fosse para tirar ele essa noite, seria para por uma camiseta confortável para ela poder dormir.

𝐉𝐔𝐒𝐓 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒; bishovaOnde histórias criam vida. Descubra agora