capítulo onze

609 96 23
                                    

capítulo onze

Se eu deitasse aqui,
Se eu apenas deitasse aqui,
Você se deitaria comigo e esqueceria o mundo?

Harry e Draco ficaram se encarando em silêncio por algum tempo enquanto estavam sentados um em cada ponta da cama do príncipe. Potter tinha conseguido se recuperar, quase completamente, depois de começar a chorar. Seus olhos ainda estavam vermelhos e seu nariz estava irritado, e Draco ainda parecia preocupado que ele voltaria a chorar a qualquer momento.

— Eu realmente não sabia que você pintava. — Harry disse para quebrar o silêncio, sua voz estava estranha.

— Minha mãe me ensinou quando eu era criança. — Draco estava se sentindo envergonhado. Nunca ninguém tinha estado tão próximo dele daquele jeito, tanto do jeito físico como emocional. Ele nunca mostrava as coisas que pintava para ninguém, mas estava ali agora com Harry encarando as diversas pinturas espalhadas pelo quarto.

Depois de tudo aquilo, Harry tinha até esquecido que seu motivo de ir até o quarto do príncipe era para desvirtuá-lo. Ele só queria abraçar Draco e escondê-lo do mundo, levá-lo para bem longe dali. Por isso se aproximou aos poucos do outro, meio que arrastando sua bunda na cama. Draco ficou surpreso com a aproximação repentina, mas não se afastou, ele abriu seus braços para que Harry pudesse se aconchegar, estava com medo que ele pudesse chorar novamente. Potter entrou no abraço do príncipe e deixou sua cabeça se encostar no ombro dele.

— Posso dormir aqui? — Ele perguntou, sua voz abafada pelo corpo de Draco.

— Harry... — A voz de Malfoy saiu como um aviso.

— Só dormir, eu prometo. — Ele levantou sua cabeça para que pudesse olhar nos olhos do outro e ergueu seu dedo mindinho. Draco suspirou profundamente e concordou.

Feito isso, Harry se soltou do abraço e deitou-se na cama do príncipe. Bateu suas mãos no espaço vazio ao seu lado para que Malfoy se deitasse ali, e foi o que ele fez, porém, mantendo o máximo de distância possível.

— Você deveria ser um padre. — Harry sorriu e se aproximou de Draco antes que ele pudesse afastar mais. Ele fez com que o príncipe abrisse um de seus braços para que pudesse pôr sua cabeça em cima, e o encarou sorridente.

— Durma, Harry. Está tarde. — Malfoy cobriu ambos com o cobertor, e dessa vez foi ele que trouxe o cacheado para mais perto, o abraçando completamente. Fechou seus olhos e caiu no sono ali mesmo.

[...]

Pela manhã, os dois acordaram com batidas frenéticas na porta. Harry jurava que teria caído da cama se não fosse pelos braços fortes o segurando. Ambos se levantaram no susto e olharam um para o outro.

— Fique aqui, eu vou ver quem é. — Malfoy se levantou e caminhou até a porta. Abrindo apenas uma pequena brecha, apenas para ver quem era.

— Oi, irmão. Você viu o Harry? Ele não está no quarto e Scorpius está louco procurando por ele. — Era Serpens Malfoy. Potter escondeu-se dentro dos cobertores, esperando realmente que o quarto príncipe não lhe visse ali. Seria muito vergonhoso ter que explicar depois.

— Eu estava dormindo. Não vi nada. — Draco falou, com seu tom de voz arrogante de sempre.

— Hmm... Ah, Cepheus disse que deseja sua companhia para irem caçar juntos essa tarde. — Serpens lembrou-se do comunicado do irmão mais velho.

— Eu estarei lá. — Draco respondeu impaciente.

Antes que Serpens pudesse ir embora, ele parou por alguns segundos e sorriu.

Somewhere Someday | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora