THE FAME || Timothée Chalamet

FIRST DATE - PART TWO

JEHANE

Eu me perguntei por que as pessoas escreviam de uma maneira que dava a entender que coisas boas só acontecem quando o céu está estrelado.

A beleza das estrelas era inegável, sim, mas, naquele momento, enquanto eu olhava para o céu e não via nada além de nuvens, eu poderia afirmar que era um dos melhores dias da minha vida.

Não era idiota de pensar que teríamos privacidade naquele local, mas nem isso me atormentava.

Eu estava feliz, não apenas por estar com Timothée, mas, também, comigo mesma.

— O que há no céu? — ele perguntou. — Parece que você consegue enxergar as estrelas.

— Você não acha que deveríamos aprender a admirar a beleza do céu independente de como ele está?

Timothée sorriu para mim.

— Você deveria ser poetisa.

— Por quê?

— Não sei — riu, antes de desviar os olhos.

Eu sorri e voltei a olhar para o céu, mas logo senti que ele me encarava, então fiz o mesmo. Assim que nossos olhos se encontraram, Timothée olhou para baixo, sorrindo e com o rosto vermelho.

— O que está acontecendo? — perguntei.

— Ah... Então... Eu meio que... Você é tão... Merda.

— Eu sou tão merda?

— Não — gritou. — Não, não, não. Ah, como eu odeio quando...

Eu o beijei, porque havia algo naquele seu jeito que me deixava com vontade de abraçá-lo e beijá-lo para sempre — e não era algo carnal.

Era algo que me fazia pensar em momentos diferentes daquele que vivíamos.

Nós dois, mais velhos.

Juntos.

Em uma fase em que sexo já não seria um aspecto tão importante daquele relacionamento.

Relacionamento.

Eu me afastei de forma brusca e o encarei.

— O que houve? — perguntou, atordoado.

Talvez não fosse o momento certo para falar aquilo, mas eu queria falar, e me recusava a continuar vivendo de momentos-quase.

— Você acha que nós teremos um relacionamento sério? Tipo namoro.

Ao ouvir a pergunta, Timothée engasgou.

Com absolutamente nada — ou com a própria saliva, algo que sempre achei um pouco humilhante.

Eu me levantei do seu colo e sentei na cadeira ao lado, esperando que sua crise passasse — e torcendo para que ele não expelisse nenhum órgão durante o processo.

Voltei a olhar para o céu, mas o barulho de tosse não era uma boa trilha sonora para observar aquela beleza nublada.

— Você está morrendo?

Quando Timothée não conseguiu responder, soube que era o momento ideal para tentar ajudá-lo.

Mas eu não sabia como ajudá-lo.

Os tapinhas nas costas eram o correto naquela situação?

O tempo que levei para pensar em alguma coisa foi o suficiente para que ele se recuperasse — e também para que eu me arrependesse de ter dito o que disse.