Como Uma Família

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Sem correção.

Já começava a escurecer quando o pequeno avião decolou na pista estreita de um aeroporto particular. A saída de Cindy de Londres havia sido tão repentina e brusca, que ela simplesmente mal teve tempo de pensar direito. Em menos de uma semana, a mando de William, Eleanor resolveu todos os trâmites com a assistência do município londrino, arranjando toda a documentação necessária para que ela e Noah fossem para Nova Iorque. Acertou valores que devia a sua senhoria, farmácia, mercearia e
lidou diretamente com Hatcliff sobre a saída da mansão. E embora, a governanta não tivesse ciência ainda do que estava acontecendo, Cindy deixou uma carta para Laurent, Peter e Anne informando a sua ida para Nova Iorque.
Como bagagem, Cindy e Noah traziam poucas coisas. A assistente dele ressaltou a ordem do chefe de que não precisavam levar nada além das roupas que usavam no corpo. A informação que obteve é que mãe e filho teriam tudo o que precisassem no lugar em que ficariam instalados. A única coisa que estava pendente ainda era a vaga de emprego prometida numa das empresas do grupo Thompson, a qual o próprio William decidiria conforme as suas habilidades.

Eleanor quando percebeu que o menino pegou no sono, levantou da sua poltrona para sentar-se em frente a Cindy. Por alguns instantes observou a moça, que lhe sorriu com um certo nervosismo. Para lhe tranquilizar, disse:
__Está tudo bem, Cindy. Procure se acalmar.

Olhando para o rosto da mulher simpática, que usava um tom de cordialidade para se expressar calculou que Eleanor tivesse cerca de 40 anos, pois os primeiros fios grisalhos já começavam a aparecerem. Porém estavam disfarcados por entre as ondulações e as luzes do cabelo louro escuro bem tratado. Clara, magra, alta, inegavelmente, tinha extremo bom gosto para roupas. O tailler rosa antigo e os saltos altos favoreciam em muito a sua silhueta. Também transmitia nos gestos e palavras finesse e confiança.
__ Por favor, relaxe! Sei que tudo foi tão repentino...mas pense que terá um futuro melhor em Nova Iorque. - disse, vendo a insegurança de Cindy quase incontrolável.

__ William estará a nossa espera no aeroporto?

__ Sim.

__ Sozinho?- temia ter que enfrentar Elisabeth pois não tinha emocional para um embate àquela altura do campeonato.

__ Sim querida, ele vem sozinho e se sua preocupação for a noiva, saiba que William jamais colocará você numa situação constrangedora.

Para descontrair, Eleanor continuou a falar:
__Ele fez o mesmo comigo há algum tempo. Se não fosse a confiança que depositou em mim, eu ainda estaria a ganhar uma miséria do governo e disperdiçando todo o meu talento naquele orfanato.

__ Como assim, Eleanor?

__ Quando herdou todo o império dos Thompsons, William me contatou. Quando precisava de conselhos econômicos era a ele a quem recorria naquele lugar. Em contra partida conversávamos sobre suas expectativas quanto ao futuro. Enfim, nós dois nos tornamos ótimos amigos.- ajeitou-se melhor na poltrona e cruzou as pernas com elegância. __
Eu diria que nos tornamos mais que amigos. Arrisco a dizer que a nossa relação é como se fosse de irmãos.

__ Então conheceu William no orfanato... Ele nunca falou-me sobre você.

__ Ele tinha 14 anos quando fui trabalhar lá. Os reveses da vida me fizeram abandonar a faculdade de moda. Meu pai teve um AVC e eu precisei largar tudo e cuidar então das despesas da casa, dos remédios, das fisioterapias...O trabalho no orfanato veio num momento oportuno, mas difícil da minha vida. E o talento de William para lidar com dinheiro, fez a diferença para que o pouco que eu ganhava desse conta das responsabilidades.

__ E como está seu pai?

Com naturalidade, ela respondeu.
__ Faleceu há alguns anos.

__Oh, eu sinto muito, Eleanor! Devia ter imaginado, já que ficou tantos dias ocupada conosco. Desculpe a minha falta de jeito!

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