Pegue minha mão antes que eu te mate

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A minha raiva foi tão grande que resolvi sair logo daquele lugar. E quando menos esperava, estava entrando na casa de Henry, gritando. Até que ele apareceu.

- O que você quer aqui, Lia? - disse entrando na sala.

Fui pra cima dele, e dei um tapa tão forte em seu rosto que ficou vermelho. Peguei ele pelo colarinho da camisa, e olhei fundo em seus olhos.

- Você mentiu pra mim. Disse que eu era a única suspeita das mortes, mas era mentira! Você me fez sofrer com a morte do Ralf, e depois com mais cinco anos de prisão. E tudo isso a toa. Mas agora, eu vou te fazer sofrer tão profundamente, que você vai preferir morrer! - disse tudo bem rápido, depois o soltei e sai de lá.

Eu não sabia o que fazer, meu desejo de causar dor nele era enorme. Até encontrar Luiza no jardim. Não parei pra pensar no que estava fazendo, apenas fiz. E não sei se me arrependo.

Quando me viu, ela me olhou com medo. Ia entrar em casa, mas eu não deixei. Peguei ela pelo braço e comecei a puxar ela, até o rio, que ficava no meio da floresta.

Ela sentiu que eu não estava no meu normal, era meu subconsciente agindo por meio do meu corpo. Continuei a puxar, ela gritava e se jogava no chão, tentando se livrar de mim e procurar ajuda. Mas era em vão, ninguém podia ouvi-la, a mata era muito fechada.

Chegamos ao rio, e meu instinto foi mais forte. Joguei a na água, ela chorava muito. Mas não importava. Eu precisava atingir Henry, e machucar ela, era o melhor jeito.

Enquanto ela estava caída, segurei sua cabeça e mergulhei na água. O desespero foi enorme, ela se debatia muito, após alguns segundos eu puxava ela para cima de novo, ela pegava um ar, e eu mergulhava sua cabeça novamente.

Até que chegou o momento, que ela parou de se debater. Permaneceu imóvel, estava gelada e não se mexia. Tirei ela da água, seu rosto branco, lábios roxos e cabelo tão branco quanto o meu.

Meus olhos se encheram de lágrimas, peguei ela e a abracei o mais apertado que podia. Consegui sentir seu corpo intensamente frio e molhado. Comecei a chorar, a puxava para mais perto de mim, tentando a aquecer com meu amor.

Mas que tipo de amor era aquele? Eu não sei. Por isso eu chorava, e chorava muito!

- Me perdoa, minha filha!

Depois de um tempo. E muito chorar, decidi que eu tinha que fazer algo. E não ficar lá, lamentando a morte dela.

Foi quando tive a ideia de enterrar ela. Corri para casa, e antes de alguém me ver, peguei uma pá, e voltei para o rio, onde eu havia deixado o corpo dela.

Comecei a cavar uma grande cova, bem funda, joguei toda terra do lado, eu podia sentir minhas lágrimas caindo ainda, enquanto cavava, mas mesmo assim continuei meu trabalho sujo.

Quando terminei, peguei o corpo dela no colo, e coloquei delicadamente na cova, quando a soltei, ela abriu seus olhos e segurou meu braço fortemente. Havia ódio nos seus olhos.

- Não me deixe mamãe!!

- Me solta, me deixa em paz. - eu disse me jogando no chão, tentando fugir dela.

- Você não pode me abandonar, eu sou a sua maldita filha! Volte!

Eu comecei a gritar tão alto, e correr desesperadamente que não consegui ver nada a minha frente. Senti um medo enorme, e a voz dela ecoava na minha cabeça, e ia se distorcendo parecendo cada vez mais diabólica.

- Some daqui! Me deixa em paz, eu não sou sua mãe!

Senti uma mão me puxando com força, e fechei meus olhos.

- Nããããoo!!! - eu gritei.

- Calma, Lia. O que aconteceu contigo? - abri meus olhos. E vi Rafa na minha frente, o abracei bem forte, olhei para os lados, mas não vi Luiza, e nem seu corpo.

Meu Subconsciente - A SagaOnde histórias criam vida. Descubra agora