O mundo é um lugar horrível, miserável e triste e para sobreviver nessa selva de concreto você precisa dança conforme a musica e isso significa se agarra a todas as oportunidades possíveis e manter sempre o "você" como centro do seu universo, só voc...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
As crianças do cabaré
Luz
Eu andava pela rodovia de bicicleta ouvindo o rap do "Draken" e meu irmão como essa musica parece combinar comigo eu também nasci e cresci em um "putero", minha é mãe é uma prostituta, nunca que eu nem se quer ouvi falar do meu pai.
Eu ainda ouço as pessoas dizendo que eu sou só mais uma delinquente, projeto de marginal e etc. Eu sou Lucia Noceda Melo Andrade ou só Luz como minha mãe me chama.
- Hey filha de uma égua - surge uma outra bicicleta quase colando em mim.
- E aí meu mano - estendi um uma mão fechada pra ele que ele rapidamente devolveu o "soquinho".
- Então qual seu plano? - ele me pergunta.
- Chegar pela porta da frente
Estamos há caminho da quadra comunitária da cidade, território de uns otários que estão expulsando qualquer um que não seja da galera deles, então eu decidi vim junto do Hugo vulgo Hunter como é mais conhecido, decidimos descer a lenha nesses projetos de marginais.
Eu e Hunter somos quase gêmeos, nos conhecemos desde maternal, ambos nascemos no mesmo cabaré, não temos pais, somos problemáticos e somos bons de briga, graças a isso nos chamam de os dragões gêmeos, da onde veio o dragão? Eu não faço ideia, mas eu curto pacas quando nos referem desse jeito.
- O que você tá ouvindo? - ele pergunta, ainda se mantendo ao meu lado.
- Rap do Draken
- Anirap ou 7minutoz?
- 7minutoz, acho que combina mais com o momento
- Errado o que combina é esse aqui - ele me estendeu um dos fones dele, eu tirei o meu e coloquei o dele.
- Draken e Mitsuya do Ishida! - exclamei.
- Exato, os dragões gêmeos da Toman
- Acho que é daí que vem os dragões gêmeos né? - comentei.
- Cacete tu não tinha se tocado que era isso? - ele perguntou incrédulo.
- Ah, cara como eu ia adivinhar?
- E depois você não gosta quando eu te chamo de loira - ele revirou os olhos.
- Em primeiro lugar você que é loiro - argumentei. - E esquece isso tá na hora do show- disse avistando a bendita quadra.
Catra
Talvez essa não tenha sido a melhor ideia do mundo, fugir com uma criança sem nenhum recurso a não ser o que você conseguiu colocar na mochila definitivamente não te garante uma boa estabilidade financeira. Desesperada eu fiquei vagando por ai até que encontrei aquele cara, ou melhor aquela pessoa há 13 anos atrás eu estava vagando por ai com a pequena Luz e em uma noite de chuva nos abrigamos atrás de um bordel e enquanto estávamos lá encolhidinhas alguém chegou até mim.
