O Papel das Sombras - O menino que sobreviveu 2

8

s i g a m    a s    a r a n h a s

Os alunos do segundo ano receberam algo novo em que pensar durante os feriados de Páscoa. Chegara a hora de escolher as matérias para o terceiro ano, um assunto que Draco levara muito a sério. Ele não queria se sobrecarregar escolhendo matérias demais, mas também não queria deixar oportunidades passarem, então sua decisão tinha que ser perfeita.

Suas amigas não pareciam muito indecisas. Pansy recebeu uma carta de seus pais lhe indicando as matérias que deveria escolher, enquanto Diana apenas fechou os olhos e fez um sorteio aleatório. Por fim, Draco apenas escolheu aquelas que acreditava ser mais interessante, e decidiu que poderia tentar trocar caso algo desse errado.

Mas as aulas não eram a única coisa na cabeça de Draco. O jogo da Grifinória com a Lufa-Lufa chegou, e com a vitória sob a Sonserina, a Grifinória tinha chances perigosamente altas de ganhar a Taça naquele ano. Draco não queria deixar isso acontecer, mas se a casa sucedesse nessa pertida, a Sonserina seria obrigada a vencer a Corvinal no jogo seguinte se quisessem ter uma chance.

Para o azar dos Sonserinos, as condições do clima no dia do jogo estavam perfeitas para o quadribol, um sol radioso e uma brisa leve e fresca. O time da Grifinória parecia confiante no café da manhã, e Draco percebera que Oliver Wood não parava de gritar ordens sobre estratégias para o jogo. Ele notou ao sentar na mesa da Sonserina que Pansy não estava por perto, mas isso não era mais uma novidade naquela altura.

"A Taça chega cada vez mais perto, Malfoy. Sinto que esse ano vai dar Grifinória." Harry provocou Draco ao passar por ele com Weasley e Granger na saída do Salão Principal.

"Foi o que você pensou ano passado, Potter. Vamos ver."

Harry abrira a boca para retrucar quando Draco ouviu outra vez...

"Matar desta vez... me deixe cortar... estraçalhar..."

O sonserino parou de andar, segurando o braço de Diana com firmeza. Seus amigos perceberam a mudança na postura do menino, e todos o encararam com preocupação.

"A voz..." Murmurou Draco. "Acabei de ouvir de novo!"

"A mesma do dia do ataque a Madame Nor-r-ra?" Harry questionou, arregalando os olhos.

"Do que estão falando?!" Hermione questionou, olhando de um para o outro. Ela e Ron pareciam confusos, e Draco trocou um olhar com Diana e Harry. Suspirou e assentiu diante do olhar do grifinório.

"Draco escutou uma voz no dia do primeiro ataque." Harry murmurou, abaixando seu tom de voz. "Com Madame Nor-r-ra. Por isso ele estava no corredor com Diana quando chegamos lá."

Todos permaneceram em silêncio por um instante enquanto os dois grifinórios pareciam absorver a informação. Ron olhava de Draco para Harry sem parecer saber o que pensar, enquanto Hermione parecia estar tentando decifrar uma charada. Até que a menina deu uma palmada na testa.

"Acho que acabei de entender uma coisa! Tenho de ir até a biblioteca!"

"Que é que ela entendeu?" Perguntou Draco distraído, ainda olhando à volta, tentando descobrir de onde vinha a voz.

"Muito mais do que eu." Disse Ron, sacudindo a cabeça.

"Mas por que ela tem de ir à biblioteca?" Diana questionou.

"Porque é isso que Mione faz." Disse Ron sacudindo os ombros. "Quando tiver uma dúvida, vá à biblioteca."

Draco ficou parado, indeciso, tentando ouvir a voz novamente, mas os alunos agora vinham saindo do Salão Principal às suas costas, falando alto, dirigindo-se à porta da frente a caminho do campo de quadribol. Ele trocou um olhar com Diana, que apenas suspirou e deu de ombros, sem saber o que fazer em seguida.