14. What should I do

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슈화 - (Shuhua)

Um biquinho na boca de Shuhua demonstrava sua frustração enquanto ajudava sua mãe a pegar algumas frutas. Dezembro na casa dos Yeh era sinônimo de fartura, obrigando-a ir ao supermercado todos os dias.

Mas dessa vez não estava sozinha. Sua mãe estava logo à frente, tentando entender tudo que se passava na cabeça da filha.

- Shuhua? - A mais velha tentou chamá-la, mas não adiantou. - Shuhua. - Pigarreou.

- Precisamos conversar.

- Está bem, filha, mas acho que agora não é o momento.

- Mãe, nós realmente precisamos conversar.

Antes que a matriarca pudesse responder, Shuhua segurou sua mão, deixando todas as compras para trás, arrastando-a em direção ao estacionamento.

Suas mãos trêmulas não seriam suficientes para impedir aquela situação.

Já fazia uma semana que Yeh havia voltado para Taiwan. Nos primeiros dias, passou pela entrevista da faculdade de enfermagem, sendo rapidamente aprovada. Era um motivo suficiente para deixá-la feliz, certo?

Bom, não era assim que as coisas funcionavam.

Assim como os dias em Taiwan, as noites se tornaram mal dormidas. Preocupações nas quais não queria ter que lidar invadiam facilmente sua mente. Seus pais não sabiam de Soojin, e aquilo era o suficiente para fazê-la delirar.

- Shuhua, você está me preocupando.

- Não vou entrar para a faculdade.

- Como é? - A mulher demorou um bom tempo para assimilar. - Você não pode desistir disso assim sem mais nem menos.

- Eu posso e eu vou.

Shuhua era fuzilada pelo olhar confuso de sua mãe. Não saberia descrever se a mulher sentia mais confusão ou raiva.

- Eu não vou deixar você jogar seus estudos no lixo dessa forma.

- Mãe, eu vou fazer 20 anos. Não tenho o direito de tomar minhas próprias escolhas?

- Não quando suas escolhas vão simplesmente acabar com sua vida. - A matriarca esticou os braços em frustração. - O que está acontecendo com você, Shuhua?

- Eu encontrei alguém.

Shuhua respirou fundo, deslizando seus dedos pelos fios de seu cabelo. Encostou seu corpo na primeira parede em sua frente, antes que caísse para trás.

- Então você está me dizendo que vai largar a coisa mais importante da sua vida por alguém? - A mulher riu sarcasticamente. - Você só pode estar de brincadeira.

- E desde quando a senhora sabe qual é a coisa mais importante da minha vida, mãe?

- Não haja dessa forma. Eu não sou a vilã dessa história.

- Eu só... Não sei o que fazer. - A mais nova se deixou cair na frustração.

Inesperadamente, sua mãe também escorou na parede ao seu lado, respeitando o silêncio até um certo tempo.

- Você quer mesmo desistir de tudo?

- Não... - Shuhua quase sussurrou ao sentir as lágrimas escorrendo pela sua bochecha. - Mas também não quero deixá-la.

Yeh sabia que sua mãe estava sem respostas, e isso era bom. Aquela situação já era difícil demais para guardar tudo para si. Tudo havia se tornado muito incerto.

Waterfalls - SooshuWhere stories live. Discover now