1977

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Nesse ano eu agradeci mentalmente por Dumbledore precisar do pessoal, pois não precisava ficar mentindo sobre um novo problema que surgia em meu pai. Lucius me informou sobre o armário sumidouro na sala de aula então não precisava usar quase toda sua magia para me buscar toda vez que ia me treinar ou Voldemort nos mandava em missões sanguinárias contra trouxas ou bruxos que não tinham sangue puro, embora muitos dos comensais não fossem também. Como Severus que descobri por acaso enquanto ia até o armário sumidouro, foi um choque para nós dois, porém não tocamos muito nesse assunto embora tenhamos um tipo de amizade longe dos marotos. Agora eu virava fumaça, aprendi a invocar a marca do senhor das trevas ao matarmos pessoas inocentes que cujo o sangue sempre estaria marcado em minha pele. Eu sempre me lembraria de quantos matamos, Lucius e eu, ao todo foram vinte, nas primeiras seis vezes eu chorava de noite ao lembrar de suas expressões assustadas, mas após isso é como se eu não sentisse mais nada além de arrependimento, mas nada além disso.

-por que você faz isso?-pergunto ao Severus na torre de astronomia e ele me encara-seguir você sabe quem.

-foi uma escolha que fiz, apenas isso-respondeu tentando não parecer grosseiro

-você tem um coração bom-comento

-você também.

Nos entre olhamos e sorrimos, era bom saber que pelo menos não precisava mentir para um amigo, que na realidade não compartilhavamos da mesma crença que os outros, seguimos Voldemort por um objetivo em comum, proteger quem amamos. Logo vamos até o armário sumidouro e coloco uma maça verde dentro dele e o fecho, esperamos alguns segundos e o abrimos, alguém deu uma mordida nela, damos risada.

-Lucius já implicou comigo duas vezes por fazer isso, mas participar disso poderia ter um pouquinho mais de diversão-sorri fraco para ele que apoia sua mão em meu ombro

-algum dia, não sei quando, tudo isso vai acabar e estaremos...livres-sua voz continha esperança

-quando isso acontecer eu acho que devemos fazer um enorme banquete para comemorar-ele sorri concordando-é uma pena eles não saberem sobre o que você faz, concerteza seriam amigos.

-não acho que mudaria muita coisa, mas perder a amizade de Lilian realmente doeu. Infelizmente perdi para o Potter, o santo Potter-revirou os olhos

-torço por você, para que um dia possam voltar a ter o que tinham, seja nessa ou em outra vida-ele abre um sorriso solidário

-torço por você e o peludo-diz e eu o encaro sem entender

-como assim?-perguntei

-ele não te contou?...Megan, ele e os marotos são animagos, Remus é um lobisomem-sinto o peso do meu corpo todo se apoiar na cadeira, surpresa é um dos vários sentimentos que estou sentindo agora

-por isso eles somem as vezes...-ele hesita mais logo confirma com a cabeça-como você sabe disso?

-Dumbledore, é claro, ele acabou me contando e me fez prometer que não contaria para ninguém.

-obrigada por me contar-sorrio e ele assente com a cabeça

O dia passou tão rápido, não comi nada além da maçã mordida do armário meio empoeirado mesmo que Severus me alertando para comer algo eu ignorei seus pedidos e por fim vim ler qualquer coisa, um romance idiota que achei na biblioteca. Lilian logo passa pela porta e vai até sua cama amarrando seu cabelo e dobra a manga da sua blusa.

-já jantou?-perguntou parado na beira da sua cama

-não.

-não vai comer? Os garotos estão nos esperando-sorriu

-tanto faz.

-tanto faz?

-não estou com fome Lilian-me virei para o outro lado sentindo minha barriga doer

A sinto me observar por menos de um minuto e logo sai do quarto, olho para o espelho pendurado na parede e noto meus olhos começando a ficar vermelhos por excesso de magia das trevas.  Engulo em seco e volto a ler o livro mesmo não prestando atenção no que estou lendo e anoto mentalmente que preciso de barrinhas para deixar aqui, melhor evitar morrer de fome e ficar tanto tempo exposta.

My Boy-Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora