Capítulo Três

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White

Tenho certeza que Gumpa está irritado comigo. Já estou lutando contra ele por duas horas e ainda não consegui nem lhe der um soco e nem o impedir de me derrubar no chão.

O homem mais velho do grupo suspira fundo enquanto tenta não desistir de mim. Então ele me dá uma pausa de cinco minutos e vai fumar.

Me sentei ao lado dele curioso ele é uma pessoa que meu irmão deve realmente confiar. Eu não conheço bem o meu irmão mas sei que ele não confia em muitas pessoas.

- Como o Black é com os amigos? - pergunto.

- Black é o tipo de pessoa que trata os amigos com mais rudeza do que ele trata os inimigos. - ele diz.

Sei que ele pode achar que isso explicou algo mas pra mim continuou igual.

- Por quê?

- Black não confia facilmente nas pessoas, sua mãe praticamente o abandonou então ele sempre os trata severamente pois quem não o abandona mesmo quando ele é a sua pior versão esses são seus amigos de verdade.

Não acredito na espécie de mulher que é a minha mãe. Ela é um ser humano horrível , papai dizia que ela era assim desde criança. Uma pessoa má, mesmo os pais dela haviam alertado meu pai que era melhor mantes distância dela.

Minha mãe gostava só do Black quando éramos crianças pois ele era parecido com ela, sua personalidade horrível de ser traquina a atraía.

Mas ela me odiava por eu ser uma criança gentil e bondosa o oposto dela. Então as vezes quando meu irmão aprontava ela fingia me confundir com ele só para me bater.

Então ela convenceu meu pai a se separar os exigiu ficar com o Black. Mas ele não era como ela pensava, ele era hiperativo e gostava de azucrinar as crianças mas era só isso. Black nunca foi uma pessoa ruim, tanto que ele me amava. Por tanto meu amado irmão tentava me ver de vez enquando.

Mas quando ele conseguia, mamãe descobria e batia nele. Na verdade meu pai tentou resgatar Black dela, mas ele disse que ela não teria ninguém se ele fosse embora.

Mesmo aquela mulher agredindo ele e só causando dor ele ainda queria cuidar dela. Esse é seu eu verdadeiro mas a maioria das pessoas não pode ver pois ele coloca várias proteções entre si e elas.

Alguém que consiga atravessar esses escudos com certeza seria alguém especial.

Gram

Eu continuo profundamente angustiado sem Black aqui comigo. O fato dele ter desaparecido só me causa mais aflição. Ele podia ao menos mandar uma mensagem dizendo que está vivo. Droga Black!


Enquanto remoia a sua falta comecei a pensar na primeira vez que o vi, quando ainda éramos crianças.

Aquele garoto pequeno passou correndo por mim tão rápido que eu acabei caindo no chão. Mas logo atrás dele estavam indo mais três caras. Eu odiava injustiça, eu odiava aquela desigualdade.

Meu senso de dever era muito alto quando eu era criança principalmente por eu assistir filmes de heróis. Depois cresci e descobri que vilões são reais e estão por aí vivendo da energia de gente pobre e sem recursos.

Ao alcançar os garotos pude ver que dois seguravam um deles e o outro batia sem piedade. Mas o garoto de corpo pequeno era durão ele se mantinha sério como se estivesse acostumado a dor.

Aquilo me irritou encontrei um pedaço de madeira e arremessei na nuca do agressor. Ele parou imediatamente olhando pra mim e parecia meio tonto. Eu corri na direção de um dos garotos que estavam segurando já lhe dando um chute com toda força no peito.

O garoto caiu e enquanto isso o pequeno que estava apanhando puxou o outro que segurava seu braço e acertou seu nariz com tudo. Enquanto o outro recobrava a consciência o peguei pela mão e sai carregando pelos corredores.

- Já pode me soltar despistamos eles. - o outro diz.

- De nada. - falo pondo a mão na cintura.

- Não pedi ajuda. - ele diz.

- Não vi você rejeitar também. - respondo.

Seus olhos se iluminam  de modo selvagem e  naquele momento percebi que aquele jovenzinho era muito bonito.

- Que seja. Qual seu nome ? - ele pergunta.

- Gram, e o seu?

- Não é da sua conta. - ele diz e sai andando com as mãos no bolso.

Adoro o jeito delicado do Black gente.

Not MeOnde histórias criam vida. Descubra agora