CUIDADO, ELES VOLTARAM!

10 3 8
                                    

hoje vou contar uma história que eu não me orgulho de contar. ela não é muito poética.

certo dia, enquanto pulava de poça em poça à procura de Jane, o amor da minha vida, avistei algo há uns metros de distância.

não era algo, era tipo uma coisa muito louca. distante, muito distante. a luz do sol deixava a minha visão turva. "quem seria ali?" eu me perguntava.

fui mais adiante e quem diria que eu reencontraria O AMOR DA MINHA VIDAAAAAAA.

Jane, era ela. eu a reconheci na mesma hora.

"Jane!"

"Sapoeta, é você. quanto tempo."

eu me desculpei com ela, ela me perdoou e nos beijamos como aqueles casais poéticos de contos de fadas. ao invés de "a princesa e o sapo", era "a lindeza e o sapoeta".

foi o melhor dia da minha vida, a não ser... bem, a não ser um imprevisto.

um imprevisto maldito, odioso e anti-poético. vocês já devem imaginar de quem falo.

m-o-s-q-u-i-t-o-s. os malditos mosquitos.

enquanto eu e Jane comemorávamos nossa relação pulando em poças de lama, eles chegaram.

dessa vez, com novos amigos.

lembra quando falei que, da gangue de mosquitos que comi, restaram alguns que juraram vingança? então, eles não estavam blefando.

"ei, você aí, seu sapo antirrockeiro!"

"antirrockeiro?" perguntei.

"sim! nós somos, ou melhor, éramos a gangue de mosquitos rockeiros! você comeu 90% da nossa gangue! viemos nos vingar!"

"Sapoeta, o que significa isso?" perguntava-me Jane.

"fique tranquila, querida, não é nada demais. o nosso jantar está apenas fazendo piadas."

quando falei aquilo, não demorou para mais mosquitos aparecerem, saindo por trás das árvores e nos cercando.

"eu trouxe mais mosquitos rockeiros comigo, Sapoeta. assim como você tirou de nós algo importante, vamos tirar o que é de mais valioso pra você como moeda de troca."

"não. vocês não estão pensando em...?" perguntei, Jane me interrompeu.

"Sapoeta, eles são agiotas?!"

"o quê? não!"

os mosquitos iniciaram o ataque. fui atacado por trocentos insetos e acabei sofrendo uma leve anemia. desmaiei.

acordei em um local desconhecido.

"onde estou? Jane, você está ai?"

uma voz masculina soou em seguida.

"você não precisa saber onde está, jovem sapo. ninguém precisa. Jane não está aqui, seja lá quem for ela."

[continua...]

Crônicas do Sapo PoetaWo Geschichten leben. Entdecke jetzt