072

1.8K 148 33
                                    

Any Gabrielly

O andamento do quarto dos gêmeos está indo a todo vapor, tanto minha mãe quanto Ursula estão empenhadas em terminar o quarto dos bebês o quanto antes.

Já estou no quarto mês de gravidez, detesto contar em semanas, eu sempre me perco, prefiro assim, todos entendem.

– Amor. – Chamo Joshua que está no andar de baixo pois estou no começo das escadas.

Josh vem e me ajuda a descer as escadas com cuidado, nessas últimas semanas a barriga está cada vez mais pesada, minhas costas já não existem mais e meus pés? Nem vou falar deles.

– Quer alguma coisa baby? – Questiona quando chegamos no fim das escadas.

– Um hambúrguer duplo com batatas médias e um refrigerante. – Digo sorridente. – Não me olha com essa cara não, eu estou me alimentando bem, só hoje que será uma exceção. – Explico. – Vai querer que seus filhos nasçam com cara de hambúrguer? – Jogo sujo, se você quer algo, use suas artimanhas e argumentos para conseguir.

– Ok, minha mãe diz que não se nega nada a uma grávida, se sente no sofá, eu vou comprar. – Diz simples.

– Eu amo você. – Deposito um beijo rápido nos seus lábios antes de me direcionar ao sofá, onde me jogo pegando o controle da TV.

Josh pega a chave do seu carro e sai, escolho uma série para olhar já que daqui pra frente só ficarei em casa, pois é, por recomendações medicas poderei trabalhar somente de casa, deitada na minha cama.

No começo não gostei mas depois quando vi que não precisaria sair pelo prédio com papéis em mãos para pessoas assinarem, só reviso os documentos do me Notebook e acabou.

Ficarei assim até que a licença maternidade acabe, isso quer dizer de três a quatro meses, pois terei gêmeos mas estou pensando em começar a trabalhar de casa, assim fico perto dos meus filhos e de meu noivo.

Em poucos minutos ouço o carro de Josh estacionar e meu estômago ronca, Josh está literalmente ferrado com os gêmeos, eles irão puxar a mim, irão a fome de um dragão. Irão adorar doces e quem terá que se virar será Josh, ele não terá problema, pelo que conheço a peça, será um pai babão, irá mimar as crianças a todo custo mas darei limites também. Filhos meus não serão aquelas crianças que não gostam nem de pisar na grama de pés descalços.

Detesto esse tipo de criança.

Quando a porta se abre Josh parece ofegante com o que pedi em mãos.

– O quê foi amor?

– Eu vi um garotinho na rua, ele tinha mais ou menos Oito anos, ele foi para o orfanato aqui perto. – Seu olhar mostra o quanto isso o afetou e o tocou.

– Eu quero ver esse garotinho. – Digo ao me levantar.

– Você não deveria ficar de repouso? – Questiona.

– Ficarei depois que ver esse garotinho. – Digo irredutível, Josh me conhece, quando eu quero algo, não tem ninguém que me pare.

O mesmo suspira e assenti, me dando espaço mas não deixa o que trouxe para trás, pois segundo ele, saco vazio não para em pé e preciso alimentar nossos filhos.

Fico meio ansiosa no trajeto, não sei o motivo mas saber dessa história me afetou, uma criança tão pequena andando por ai, isso me fez querer conhecê-la imediatamente.

Assim que Josh estaciona no orfanato que passamos quase todos os dias meu coração se acelera.

– Eu ou trouxe para cá, não sabia o que fazer. – Explica.

MemoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora