Capítulo 24

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Anely Barkoff
Condomínio Richards, Los Angeles
17 de setembro de 2007, 22:19

 Deitada de conchinha com Michael, assisto os três patetas... juro. Não aguento mais esse filme! Eu não sou obrigada a gostar das mesmas coisas que ele, ele é uma pessoa e eu sou outra pessoa totalmente diferente!

 Porém, eu fico na minha e assisto caladinha. Um filme é um grão de arroz perto de tudo o que já aconteceu então, deixa. São uma hora ou duas assistindo a mesma coisa e está tudo ótimo!

 Pra ser sincera eu acho que esse filho da égua sabe que eu já enjoei desse filme e ta querendo me irritar mesmo!

 É a cara dele me irritar do nada desse jeito só por fazer algo que ele queria que eu fizesse! Eu venho evitando ele por conta daquela coisa estupida de ficar um mês sem sexo algum!

 Eu no início até pensei que iria manter a princesinha entretida com meus brinquedinhos com a minha mão que é habilidosíssima! Porém, eu decidi levar isso a sério e agora eu estou uma pilha de nervos!

 Sempre usei o sexo pra jogar energia fora e como uma forma de até mesmo me expressar. Prometi a mim mesma quando terminei o meu primeiro namoro que eu nunca mais deixaria um homem mandar e desmandar no meu corpo

 Enquanto estava com meu primeiro namorado ele falava que mulheres sexuais demais eram uma coisa absurda! Pra ser sincera, os homens têm um comportamento mesquinho e extremamente sexual desde o início dos tempos

 E mulheres sempre foram "castradas" desde o início de suas vidas. Fomos ensinadas desde o início de tudo que nossa existência era apenas para servir os homens!

 "Ah, mas, se você não aprender a cozinhar e limpar seu marido no futuro vai vir me cobrar" era o que as mães diziam porque foi ensinado a elas que a vida de uma mulher não faz sentido se ela não estiver cuidando de um macho

 Pra ser sincera não tenho nada contra cuidar de um macho, portanto que o macho seja meu filho e que use fraudas!

 Quando meu relacionamento com meu primeiro namorado, Nick, terminou eu me lembrei de tudo o que a minha mãe havia me ensinado!

 A liberdade sexual e a liberdade de mostrar o quanto quisermos do nosso corpo é o que devemos defender até a morte!

 Existem as que condenam isso, mas, não deviam condenar! Se não quer fazer, é só não fazer, mas, não venha ditar o que outra mulher faz com o próprio corpo!

 E eu estou começando a levar esse um mês sem sexo como um castigo e não "uma prova de amor" ou "uma maneira de construir algo solido". Eu posso amar esse infeliz de todas as formas e ainda sim, ter sexo!

 Não sou viciada em sexo nem nada, mas, eu gosto! Toda mulher ama! Mas, nos foi ensinado a reprimir e achar isso errado!

 Masturbação é outra prática que demonizaram! Pelo amor, qual é!!! Olha só pra nós! Acha mesmo que Deus daria todo esse parque de diversões pra ficar de enfeite?

 Que a mulher é a criação favorita de Deus não se discute. Somos mais inteligentes, mais focadas e bem melhor em todo resto!

 Por isso logo de início os homens começaram a nos tratar como inferiores e nos privar de coisas simples como o poder de decidir o que quer. Sabe quando a pessoa trata a outra pessoa mal para se sentir melhor? É isso que acontece, eles rebaixam as mulheres e nos colocam como sexo frágil pra assim se sentirem os poderosos, mas os infelizes não podem pegar uma gripe que o drama começa!

 O medo que eu tenho após sair desse um mês sem sexo é o sexo não fazer diferença nenhuma pra mim!

 Eu já comecei a intensificar meus exercícios físicos. A leitura que era algo que eu praticava de mês em mês agora leio mais de dois livros na semana e isso é ótimo!

 Esse mês sem sexo só esta me mostrando que eu não preciso de ninguém. Nem de companhia, nem de namorado no meu pé o tempo todo

 Há uns anos eu tinha uma carência surreal porque eu nunca tive meu pai ao meu lado, sinto que ainda a tenho, mas, esta bem mais controlada!

 Pode parecer exagero, mas, eu me sinto menos eu. Me sinto um pouco reprimida. Presa. Sinto uma leve vontade de chorar algumas vezes. Não porque sinto falta, mas, porque estou me privando de fazer o que gosto!

 Pra alguém super resolvida que tem a sexualidade bem aflorada passar um tempo assim não é tão difícil, o difícil é dizer pra sua cabeça que sempre fez o que quis que você não pode fazer nada do que você tinha liberdade pra fazer

 Concluindo, a sensação que tenho é de estar presa. Sinto um aperto gigantesco. A companhia de Michael já não é a melhor coisa do mundo pra mim porque de alguma forma sinto que ele esta tirando a minha liberdade que é tão preciosa pra mim

 Até penso em terminar com ele, mas, agora tem esses três anjinhos em minha vida e eles me ligam todos os dias desde que eu voltei pra casa

 Fiquei apenas dois dias em Neverland e voltei pra casa. Foram ótimos dois dias! Eles foram uns amores comigo!

 Porém, se for preciso eu me colocar em primeiro lugar. Eu vou. E se pra isso seja preciso terminar com ele assim que esse um mês acabar, eu vou. Eu o amo, mas, a minha liberdade sempre vai ser o mais importante pra mim.

Anely | Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora