𝙲𝚊𝚙 𝟷𝟼

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Era por volta da meia-noite quando ele chegou na ponta dos pés. Eu quase sorri ao imaginar Noah sorrateiramente no meu quarto depois do apagar das luzes, era tão divertido. Era como ter dezesseis anos novamente.

- Shivani? - ele sussurrou, se arrastando sobre a cama. - Você está acordada?

Depois de brigar, fazer as pazes, brigar novamente e de conversar com Joalin, eu estava exausta. Aborrecida. Emocionalmente, eu só precisava ser pendurada para secar por um tempo, então eu decidi fingir que estava dormindo. Eu meio que também queria saber o que ele faria se eu não respondesse.

Ele tinha ido correr com Josh depois que terminaram o trabalho no estúdio. Eu fiz um prato de comida e me retirei para o quarto.

Vou te contar, me arrastar escada acima, com um prato na mão, não foi uma coisa fácil. Talvez não tenha sido uma boa ideia. Mas lá embaixo ainda havia pessoas trabalhando e, honestamente, eu precisava de algum tempo em silêncio, só eu, comida boa e a câmera nova.

Foi bom para desacelerar. As coisas andavam bem intensas ultimamente.

Noah deslizou por baixo do cobertor, e o colchão se moveu com o seu peso. Deitei de costas, apoiando o meu pé em um travesseiro. Por um tempo, ele pareceu satisfeito apenas em ficar deitado perto de mim. Meus ouvidos se apuraram para ouvir cada suspiro seu, cada farfalhar do lençol.

O que ele estava fazendo aqui?

Tinha que ser sexo, com certeza. Eu fiz uma careta na escuridão, aguardando a revelação e sem receber absolutamente nada pelo meu incômodo. Não entender nada parecia ser o tema do ano.

- Pedi desculpas a Dean - disse ele, calmamente.

- Pediu mesmo?

- Sim.

- Bom. Fico feliz. - Então alguns dedos vieram me procurando. Eles rastejaram por cima do meu quadril, pararam e puxaram o material da minha camiseta de dormir, tocando um dos diversos buraquinhos na barra.

- Essa é minha camiseta velha, não é? - Ele se aproximou. O colchão se moveu de novo quando ele estendeu a mão sobre mim e acendeu o abajur na mesinha de cabeceira. Pequenas luzes dançavam diante dos meus olhos. Quando minha visão clareou, ele estava parado sobre mim, um pouco embaçado, pois eu estava sem óculos. - Eu sabia que você tinha pegado.

- Eu não tenho a menor ideia de como ela se misturou com a minha roupa.

- Você mente muito mal.

Segurei um sorriso. Se ele pensava que eu ia devolver a camiseta, estava sonhando.

- Isso não é uma coisa legal de se dizer.

- Você quer algo legal? - ele perguntou, com a voz caindo em um tom sensual. - Eu posso ser legal.

- Eu sei que pode.

- Eu simplesmente não pensei quando vi o Dean. Você estava certa, eu fico com ciúmes. - Ele calmamente xingou, ainda brincando com a barra da minha camiseta. Seu polegar se escondeu debaixo dela e acariciou a pele nua da minha barriga. Era uma sensação doce e delicada. Era sexo, tal como eu suspeitava, e eu me envergonhava por não me importar. Minha mãe deveria gritar comigo por ser tão fácil.

Eu parei de respirar por um momento.

Quando se tratava dele, eu era simplesmente uma tola.

- Fale comigo - ele disse, com a voz suave.

- Sobre o quê? - perguntei tão suavemente quanto ele.

- Qualquer coisa.

O que dizer? Eu me virei para encará-lo. Sua cabeça estava sobre o travesseiro ao lado, nem muito perto, nem muito longe. A distância perfeita para tocar ou falar. Como seria bom se eu o visse toda noite e acordasse com ele toda manhã, deitado ao meu lado.

𝐒𝐀𝐕𝐄 𝐌𝐄/𝐍𝐨𝐚𝐯𝐚𝐧𝐢 (concluída)Where stories live. Discover now