01 | worst

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Quando mais eu escondo minhas cicatrizes, mas fácil eu sangro. Talvez eu seja o seu pior, o pior que você teve.

Blackbear | @ my worst

Eleazar conhecia todo o mundo, suas missões a mando de Aro lhe garantiram isto, das mais variadas culturas, as experiências mais únicas que já viveu, porém a parte mais satisfatória de suas viagens eram os dons na qual encontrava pelo caminho, os ...

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Eleazar conhecia todo o mundo, suas missões a mando de Aro lhe garantiram isto, das mais variadas culturas, as experiências mais únicas que já viveu, porém a parte mais satisfatória de suas viagens eram os dons na qual encontrava pelo caminho, os poderes atingiam algo em seu âmago que ele não poderia explicar, era como se pudesse comer sua comida favorita toda vez que os encontrava, ele não se recordava de todos eles, mas se lembrava de sua caçula, não porque ela era como sua filha, mas por conta do poder que irradiava sobre ela.

Quando os olhos dourados a encararam, em primeira instância ele se questionou o porque de Carlisle trazer uma humana para sua casa. Um óculo de sol cobria seus olhos mesmo que não houvesse sol para incomodá-los, sua estatura era pequena e inofensiva, sua família se questionava o porquê dentre olhares, o aliado não costumava fazer vistas sem antes os comunicar, mas quando a jaqueta na qual a garota usava foi aberta e óculos retirados sua mente parou por alguns segundos. O vermelho era vivido. Em tudo! Em seus olhos a cor escarlate brilhava feito vinho de amoras frescas, na gola de sua camisa o sangue seco se grudada sobre o tecido claro. Era como uma blasfêmia, um anjo pecador. Por alguns segundos todos foram silenciados pelo cheiro do liquido vermelho os despertando memórias sangrentas, mas não o patriarca da família, a única coisa que ainda o deixa estático era o poder que emanava daquela doce criatura.

O antigo membro do Clã Volturi, não tinha conhecimento de onde vinha a jovem de pele pálida e cabelos escuros, não sabia a qual lugar a garota pertencia, não sabia quem eram seus pais, ou se os possuía, ou se tinha um lugar para chamar de lar. Ela era uma completa desconhecida e possivelmente uma viciada compulsiva em sangue humano, mas como ele poderia a julgar, a forma em que Carlisle se colocava cuidadosamente ao seu lado afagando seus cabelos o demonstrando que a garota apenas precisava de ajuda, uma que ela ainda não tinha conhecimento sobre o porquê precisar.

Nos primeiros instantes em que Carlisle se retirou após explicar brevemente a situação da criança, Amelia derramou grossas lágrimas enquanto Carmen assumia o trabalho de a limpar, a mulher assustada com tal peculiaridade correu até seu marido para o contar sobre o fato. Assustando todos na casa põe conta da caixinha de surpresa na qual eles haviam adotado.

Nos primeiros dias, Amelia apenas observava as paredes recém decoradas por Tanya, e as grandes janelas projetadas por Eleazar para que pudessem observar sem levantar suspeitas a neve caindo sobre as ruas. Os mínimos instantes se tornavam horas, as lentas horas se tornavam dias e os tortuosos dias se tornaram anos.


Dez anos se passaram sem que Amelia Wright dissesse uma única palavra, nem mesmo poderia se recordar da última vez que utilizou suas cordas vocais, mas imaginava que elas haviam sido algo relacionado a Edward. A convivência com o clã, não era sufocante, eles respeitavam seu espaço e tempo próprio, nunca a forçando, com o tempo admitiu para si mesma que gostava de suas singularidades, como quando Kate cantarolava para casa como uma gralha, uma música antiga que havia sido lhe ensinada por sua mãe quando ainda eram humanas, ou quando Tanya enchia seus ouvidos com conversas longas sobre decorações e roupas, Irina era a mais nova e a mais temperamental, gostava de a assisti surtando quando as coisas não se desenrolavam como ela gostaria, principalmente seu companheiro e sua dieta carnívora, Carmem era aquela que a fazia companhia durante a noite, contando histórias sobre os lugares que conheceu junto de seu marido. Ah Eleazar! Ela o amava, mas não da maneira errada, apenas uma extensão livre de uma relação cultivada a anos, todas as tardes com ele na tentativa de expandir seu dom, haviam criado um laço, uma conexão de almas, um amor que Amelia nem mesmo se atrevia sentir por seu pai biológico. Eleazar diferente dos outros a aceitava como ela era, quebrada, ele não queria a concertar, não desejava que ela fizesse algo na qual não gostaria. Mesmo que as palavras ainda não saltassem de sua boca, ele sabia que estava fazendo um bom trabalho apenas a direcionando para o caminho mais certo que um vampiro poderia encontrar, o equilíbrio entre a sanidade de sua alma e a sede seu corpo.

𝐈𝐌𝐏𝐑𝐔𝐃𝐄𝐍𝐂𝐄 - 𝑬𝒅𝒘𝒂𝒓𝒅 𝑪𝒖𝒍𝒍𝒆𝒏Where stories live. Discover now