109 - Self Defense

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Crystal permanecia inabalável perante ao assassinato que cometeu, mas aquele não foi seu primeiro e apesar do discurso de sua avó de como as pessoas merecem ter uma segunda chance, ela sabia que aquela não seria a última e que haveria uma próxima vez se necessário. Norvock não era inocente, ele não era o mocinho, ele era um homem ruim que fazia coisas ruins, então qual o grande problema em matá-lo? Se ela não o fizesse, ele teria matado Cisco, ela não permitiria isso, nem foi preciso ela acordar, ela levantou ao sentir o problema próximo e apenas isso foi o suficiente, sua sensibilidade ao perigo, um de seus dons.

Apesar do momento ser perigoso e inapropriado considerando que Amunet ainda estava liberta, Caitlin decidiu ficar em Central City com Cisco. Amunet não apareceria agora, era o que ela esperava, e no S.T.A.R. Labs, ela teria tempo de treinar e entender melhor sobre sua filha.

— Quer dizer que eu não posso me defender? - Indaga Crystal com o cenho franzido.

— Você pode se defender e é possível fazer isso sem matar ninguém.

— Norvock teve o que ele mereceu. - Disse a garota sentada na cadeira giratória do córtex, era manhã e Caitlin esperava Cisco e Barry para o trabalho.

— As pessoas também merecem uma segunda chance e eu mais do que ninguém, sei disso. - Os olhos de Crystal brilharam mudando a cor por breves segundos.

— Você ajudou o meu pai quando ele queria matar a Iris... - Sua voz era quase um sussurro. - Não foi só a Frost. Você também estava lá. - Caitlin suspira.

— Acho melhor a senhorita parar de buscar informações em meu cérebro. Quando chegar à hora, eu lhe contarei tudo.

— Eu lembro de tudo. - Caitlin encara a filha sem entender e Crystal faz uma careta. - Tudo mesmo.

— Bom dia... - Cisco entra no córtex. - Já levou bronca das duas mães? - Cisco bagunça os cabelos da menina e dá a volta ficando de frente para ela que estava sentada próxima aos monitores.

— Sim e ela me prometeu que não mataria outra vez e que essa seria a última em sua lista. - Cisco franziu a testa.

— Espera... - Ele levanta as duas mãos. - Crystal já matou antes? - Caitlin assentiu.

— Ela matou nossa vizinha que chamou a Amunet para nós e matou mais um. - Diz Caitlin.

— Ah, mas porque vocês fazem disso grande coisa? - Indaga a menina. - Sim, eu já matei antes, podemos mudar de assunto?

— Ela fala que matou como se falasse que comprou pão. - Crystal realmente não parecia nenhum pouco abalada.

— E vocês nunca mataram antes?

— A única morte nas nossas costas é o Savitar.

— CISCO! - Caitlin o repreendeu e então ele percebeu que havia falado de mais.

— Como assim? - A testa dela se franziu. - Vocês se importam porque eu matei o Norvock, mas seguem suas vidas sem nenhum remorso de terem matado meu pai? Que tipo de hipocrisia egoísta é essa?

— Crystal... - Cisco tenta falar algo, mas nenhuma palavra se forma em seus lábios, além do mais, Crystal tinha uma certa razão, eles estavam fazendo da morte de Norvock parecer algo abominável, quando na verdade Crystal só fizera o mesmo que eles fizeram há alguns meses atrás. Crystal se levanta e corre em direção ao corredor, Barry estava chegando com um copo de café em mãos e viu a garota, franziu a testa e decidiu segui-la. A menina estava sentada no Speedlab, quando Barry se aproximou, ele sentiu um pequeno deja vu. A garota estava sentada com os joelhos curvados e a cabeça escondida entre os braços enquanto ela abraçava as pernas, seu corpo sacudiu levemente em um pequeno soluço, fazendo Barry perceber que a garota estava chorando. Ele se sentiu incomodado e entrou no local, se aproximando da garota, ele nada disse, apenas acariciou um dos braços da menina.

— Vai embora... - Ela falou com a voz arrastada e abafada. - Você também o matou. - Barry franziu a testa e só após alguns segundos ele percebeu de quem a menina falava. Suspirou, ele também tinha o peso da morte de Savitar nas costas.

— Crystal, eu sinto muito e eu sei que você tinha o direito de conhecê-lo, e não tem um dia sequer que eu não pense que eu poderia ter feito mais por ele e que ele deveria conhecer a filha linda que ele teve, mas nós... Eu, Iris. - Barry engole em seco. - Nós tentamos salvá-lo, tentamos mesmo, mas ele não quis ser salvo, ele estava cego por vingança e ressentimento. - Crystal levantou o olhar.

— Norvock estava atacando o Cisco e o réptil que Norvock tinha em seu olho iria matar ele, eu só estava defendendo o Cisco e me protegendo também, vocês mataram o meu pai para se defender e eu matei pelo mesmo motivo. - Barry suspirou.

— Você está certa. - Crystal enxugou as lágrimas. - Você matou para se defender e defender o Cisco, mas o que queremos é que você não repita isso, que você não viva com esse peso nas suas costas.

— Mas eu não me arrependo. - Barry se surpreendeu. - Todos os que eu matei tentaram algum mal contra mim ou contra a mamãe. - Ela dá de ombros.

— Matar deve ser apenas a nossa última opção, vamos tentar ao máximo deixar o vilão vivo e entregá-los para as autoridades, você entende. - Crystal assentiu.

— Foi o que a vovó me disse. - Barry abriu os braços e Crystal se aninhou ali, o rapaz acariciou os cabelos da garota e se perguntava como havia se apegado à alguém tão depressa. Crystal era incrível e ele sentia como se já a conhecesse há tempos. - Será que meu pai iria gostar de mim? Cisco tem pensamentos horríveis sobre ele. - Barry afagou as costas da menina, deveria ser confuso saber o que todos pensam de seus pais, principalmente quando um pensamento é diferente do outro.

— Ele era eu, de certa forma, então acho que ele te amaria com todo o coração e que você o consertaria.

— Mama Frost diz que eu consertei seu coração gelado. Talvez se o papai tivesse se deixado ser salvo, eu o consertasse também.

— Sinto muito, Crystal. - Diz Barry.

— Não sente não. - Ela afirma convicta. - A morte dele não significou muito para você. Afinal ele tentou matar a Iris. - Barry suspira. Ela tinha razão, Iris ter matado Savitar, para ele, se tornou um alívio.

. . .

Crystal Savi Snow, nascida em 01 de Junho de 2017, cinco meses, aparência de 12 ou 13 anos. Habilidades desconhecidas. Geminiana. 1.49m. 40kg. Cabelos loiros. Olhos verdes/violeta. Branca.

O dossiê sobre a garota era repleto de informações necessárias sobre ela, exceto o número de habilidades e o que ela poderia fazer. Crystal surpreendia a todos a cada dia que se passava e Cisco cada dia mais se impressionava com a garota. Olhando os arquivos que Carla o mandou para ele por e-mail, Cisco se perguntava:

— Crystal. O que você é?

Crystal Frost [Snowbarry]Where stories live. Discover now