5/ Rosé

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   Todos já tiveram o coração partido, certo? Não é possível que alguém tenha realmente o coração intacto. Não acredito que nunca houve alguém que se machucou, que se iludiu. E eu não digo isso de coração quebrado apenas em relação ao amor, mas sim a própria família ou amigos tenha te deixado com coraçãozinho partido. Nem tudo é sobre amor entre duas pessoas, e no meu caso foram os meus pais que fizeram isso.

   Agora estou trancada no meu quarto após ter descoberto que minha família daria um jantar em comemoração ao meu noivado hoje mesmo.

  Encarei o vestido novo que a mamãe tinha deixado no meu quarto há algumas horas mais cedo. Eu tinha ido na loja de filmes e quando voltei lá estava o lindo vestido exagerado. Eu mesmo que não usaria!

   Não basta me forçar a se casar agora quer escolher minhas roupas? De jeito nenhum.

  Mandei mensagem para minha melhor amiga e ela me ligou. Agora tô aqui sentada na cama escutando ela.

- Ridículo o quê eles estão fazendo.

- Sim, Chu. Jantar para comemorar essa porcaria? Todos sabem que eu não quero me casar.

- Olha, sei que não concordei sobre a gente fugir, mas...

- Espera! Você quer fugir comigo? —Minha voz saiu empolgada.

- Quê? Não! Não é isso.

- Mas...?

- É que você pode assustar os seus pais, diga novamente que não quer se casar e não irá, se eles continuarem com essa ideia você diz que morará com sua irmã. Faça eles terem medo, com certeza não querem perder a filha caçula.

- É, não custa nada já que eu não tenho ideia.

- Espero que dê tudo certo.

   Ficamos uns minutos conversando e claro que precisei dar algumas cantadas em minha amiga.

  Às sete e quarenta comecei a me arrumar, a empregada tinha me chamado já que as visitas chegaram e eu disse que logo desceria. Mas só saí do meu quarto às oito e meia. Eu vestia um shorts jeans com alguns rasgados e uma blusa sem manga, eu estava sem nada no meu lindo pezinho. Se fosse para eu me casar o meu noivo tinha que saber realmente como eu gostava de ficar em casa, certo?

  Meus cabelos estavam preso em uma trança de lado e eu estava sem nenhuma maquiagem.

  Desci sem ânimo nenhum e encontrei todos reunidos na sala principal. Meus pais me encararam seriamente.

- Boa noite, pessoas. —Acenei com a cabeça.

- Boa noite, Roseanne. —O senhor que eu nem fiz questão de lembrar o nome falou, forçando um sorriso.

- Boa noite, querida. —A senhora até que parecia simpática. Percebi que seu sorriso foi sincero e com bondade.

- Vá cumprimentar sua noiva, filho.

  O garoto levantou sem ânimo e aproximou de mim.

- Oi. Boa noite. —Ele apenas tocou em meu ombro e afastou novamente.

- Bora "cumer"? Tô morta de fome. —Dei uns tapinhas em minha barriga.

  A senhora linda deu uma risada baixa enquanto o resto me olharam incrédulos. Fazer o quê, né? Se quiserem me aturar que aturem.

- Modos, filha. Modos. —A mamãe levantou. — Mas vamos jantar sim. Está na hora.

  Todos caminhamos até a sala de jantar e meu pai ordenou as cozinheiras nos servir. O garoto puxou a cadeira para eu sentar, mas sentei em outro lugar. O peste veio para meu lado e se sentou.

The feels {Concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora