Termino de escrever a última palavra das minhas anotações e então fecho o caderno. A maioria das pessoas já saíram da classe, eles nunca anotam nada, e me pergunto como irão passar para o próximo ano dessa maneira.
Levanto-me sem lembrar que minha bolsa está aberta sobre meu colo e então tudo vai ao chão. Nada fora do normal. Eu não costumava ser tão desastrada, mas dizem que a pratica leva a perfeição. Kurt já está pegando minhas coisas e eu sorrio agradecida.
- Não precisa se incomodar com isso. - Digo me abaixando para ajudá-lo.
- Não é incomodo. - Ele fala.
Kurt é um bom amigo. Foi a segunda pessoa que conversei quando cheguei aqui em Duke alguns meses atrás. Ele e Meg, minha companheira de apartamento, são a única coisa perto de amigos que tenho.
- Senhorita Hale eu posso falar com você um instante?
O professor Cross, de Processos Metabólicos, ainda está encostado em sua mesa.
- Claro. - Digo. - Eu vejo você depois. - Falo para Kurt.
Desço as fileiras de carteiras até chegar a frente da sala e então parar na frente do professor Cross. Ajeito o óculos.
- Aconteceu algo? - Pergunto.
- Não exatamente. - Ele fala. - Você é a melhor aluna que tive nos últimos tempos e por isso gostaria de te pedir um favor. Meu filho está com problemas em biologia celular e molecular, e eu pensei que você pudesse ajudá-lo.
- Brayden?
Brayden Cross não é só o filho do professor Cross. Ele é o quarterback do time de futebol de Duke, excessivamente bonito e terrivelmente popular. Qualquer garota aproveitaria a oportunidade de passar um tempo ao lado do cara mais cobiçado do campus. Não eu. Para mim Brayden Cross é a personificação do que há de mais patético no mundo.
- Esse é o único que tenho. - Professor Cross diz tentando soar divertido o que é bem estranho, já que ele não sorri quando o faz.
Aliás, ele não sorri absolutamente nunca. Todos os outros professores sempre se esforçam para serem engraçados para interagir e chamar a atenção da turma. Não Simon Cross. Eu ouvi algumas vezes outros alunos fazendo piadinhas sobre isso, mas eu me identifico com ele. Quando você sofre algo que te arruína aprende a identificar pessoas que estão arruinadas também.
- Tem monitores inscritos para isso. Não tem? - Tento me esquivar.
Sabe não é como se não houvesse garotas inteligentes na monitoria e que ao contrario de mim estejam muito dispostas a dar aula para alguém como Brayden.
- Sim, tem, mas preciso de alguém discreto e em quem eu confie. Não conheço ninguém mais indicada que você. - Ele fala.
Eu não sei se devo tomar isso como um elogio ou como uma bajulação barata para se conseguir o que quer. O fato é que descrição é realmente minha praia, eu tenho a incrível capacidade de ser invisível em qualquer lugar que eu vá, sem precisar de nenhum super poder para isso.
- Sabe aquele programa de estágio na clínica? Depois que der aulas para ele você está dentro. - Diz.
Não é justo ele me oferecer tão fácil a coisa que eu estive lutando o semestre todo para conseguir sem sucesso. Eles nunca tinham vagas. E agora magicamente só porque ele precisa que eu dê aulas para seu filhinho surgiu uma.
Bom eu vou agarrar minha oportunidade.
- Quando devo começar? - Pergunto.
- Amanhã. - Ele diz e então começa a anotar algumas coisas numa folha. - Você deverá encontrá-lo todas as segundas, quartas e sextas, no apartamento dele, as sete e meia da manhã. Seja dura com ele, Brayden pode se distrair muito fácil com a pressão da popularidade.
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Fugindo de mim (Astros de Duke #1)
RomanceCandice Hale quer muitas coisas, ser popular não está mais entre elas. Assim como também não quer as lembranças do passado atormentando sua mente enquanto passa pela faculdade de medicina. Ela só precisa ser esforçada, calma, discreta e se manter af...