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 — Ops! 

A escada do apartamento de Brayden é estreita e por isso quase esbarro com Dave na hora que estou subindo. Ele é um cara matinal pelo jeito. Está saindo.

— Oi. — Falo contida.

— Ei Candice. — Ele lembra do meu nome. 

Dave tira o óculos de sol e me cumprimenta com um beijo no rosto. Eu estranho o gesto, não é o que espero de caras como ele ou Brayden. Ele nem me conhece.

— O que foi isso?

— Eu cumprimentando uma conhecida? — Ele pergunta de volta dando um sorriso que mostra suas covinhas.

Suas covinhas não são inocentes como de uma criança, elas deixam transparecer o garoto malicioso. E com o conjunto todo o deixa ainda mais bonito. Se Brayden se parece exatamente com um atleta, Dave parece um astro do rock, com cabelos negros penteados para cima, olhos profundos, corpo não tão malhado, jeans rasgado, all star e uma tatuagem que aparece parcialmente embaixo da camisa dobrada.

— Certo. Diga-me que Bradyen está acordado.

— É, ele está. Nós podemos com certeza dizer isso. — Dave fala e uma das covinhas dele aparece de novo em um meio sorriso.

— Podemos dizer? — Pergunto um pouco confusa.

— Ele está acordado, muito acordado. A porta está aberta então só entrar. — Ele fala e começa a descer as escadas. — Até segunda.

Ergo a mão e aceno antes dele finalmente virar a escada. De repente ver Brayden se parece como um compromisso firmado de verdade, parte da minha rotina. Só me dei conta disso agora que Dave agiu como se nós já tivéssemos um padrão, mesmo que o meu e o dele seja nos ver por apenas um minuto a cada vez que eu vier dar aula para Brayden.

Termino de subir os degraus e antes de abrir a porta como Dave disse para fazer coloco meus cadernos no chão, ajeito o rabo de cavalo, como se isso pudesse melhorar a aparência medonha que tenho essa manhã. Foi uma noite longa, meu pai me ligou e depois disso meu sono foi regado a pesadelos, como sempre acontece quando uma parte do meu passado me atinge. Não é como se quisesse pensar em meus pais como passado, mas eles viveram aquilo comigo, então eu as vezes queria poder me afastar deles também.

Pego os cadernos do chão e então giro a maçaneta da porta do apartamento de Dave e Brayden, eu só não contava com o que veria.

Brayden está de pé ao lado do sofá, sem camisa, a calça levemente abaixada, enquanto ele tem seu quadril colado a bunda da garota debruçada no sofá com o vestido enrolado em volta da cintura. Leva um instante, o tempo dele se mover, para eu realmente me dar conta que eles estão transando.

— Mas que porra... — Resmungo deixando meus cadernos caírem.

A garota e ele se viram para mim ao mesmo tempo. Brayden sai de dentro dela tão rápido, que eu preciso ser ainda mais veloz em desviar meu olhar e evitar a imagem de qualquer parte mais intima dele.

— Quem é ela?

— Como entrou aqui?

Brayden e a garota falam ao mesmo tempo. Eu quero virar e me colocar fora desse apartamento no mesmo instante, mas eu não vou arruinar meus planos de ir para a clinica por causa dos hábitos repulsivos dele. Não é como se eu não soubesse que poderia ser difícil, basta eu ser firme e fazer meu trabalho.

— A porta estava aberta, Dave me disse para entrar. – Digo tentando não  transparecer que a cena foi traumatizante.

Agora o sorriso de Dave faz sentido, ele provavelmente sabia ou imaginava o que eu encontraria. Isso foi uma forma de zombar de mim ou de pegar uma peça no seu amigo.

Fugindo de mim (Astros de Duke #1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora