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- Eu vim estudar. – Falo quando Meg ainda me pressiona para saber o que fiz ontem pela manhã.

Meg me olha como se eu fosse louca ou tivesse algum tipo de doença, quando respondo porque sai tão cedo de casa.

- Você sabia que estudos dizem que pessoas que estudam demais em algum momento desenvolvem quadros de estresse e até mesmo depressão? - Ela me pergunta.

- Estudos dizem que estudar muito fortalece o cérebro. - Rebato.

- Seu cérebro já deve ser um halterofilista de tanto que você o fortalece estudando sem parar. - Ela debocha.

- Que seja. - Digo.

Ela parece não estar ligando muito mais para mim nesse instante, enquanto movimenta sua cabeça procurando alguém pela multidão do refeitório. Até suspirar desistindo.

- Como ele é? - Pergunto.

Meg franze a testa.

- O cara que está procurando. – Falo - Você me disse que conheceu alguém e agora está parecendo uma águia a procura da sua presa. Diga-me como ele é, o nome dele, algo que ajude.

- Eu não sei o nome dele, o que é louco porque nós conversamos por tipo, duas horas seguidas e eu não perguntei o nome dele. - Fala. - Então eu tive que sair correndo para o seminário e eu não sei nada além da aparência dele.

- Não popular? – Pergunto.

- Eu já o vi por aí, ele não é de nenhum time, eu me lembraria.

Com toda certeza ela se lembraria. Meg tem uma queda por caras do esporte, ela sabe de cor a escalação da equipe de futebol, basquete, atletismo e todas as outras. Aposto que ela saberia quantos passes certos Brayden deu ao longo da temporada.

- Alto, não tão forte, cabelos pretos, olhos negros profundos, tem uma tatuagem no braço. – Ela descreve o cara misterioso.

- O que nos deixa ainda com quase metade do campus? – Pergunto e ela me olha fazendo biquinho. – Estou falando sério. Então a menos que esse cara não seja só um capricho eu acho melhor esquecer.

Olho para o meu relógio e percebo que gastei tempo demais conversando. O que significa que eu preciso ir se quiser estar na sala sem nenhum atraso, ou seja, sem chamar atenção.

- Te vejo depois. – Digo a Meg.

Ela me manda um beijo no ar e eu vou.

Sinto meu celular vibrar dentro da bolsa durante o caminho, e está com o toque especial para o meu pai. Preciso atender antes que ele pense que eu morri, fui seqüestrada ou até que me matei. Ele deveria saber que essa fase já passou.

Caminho enquanto vasculho a bolsa, tentando alcançar o celular que toca incansavelmente.

- Esse é meu pai. – Resmungo. – Tudo na hora d...

Esbarro contra algo, mas dois segundos mais tarde percebo que não era algo, era alguém. Minha bolsa já caiu, meu celular voou longe, e minha cabeça está doendo muito.

Não sei se foi o impacto de bater meu peito contra o de alguém que tem o corpo tão duro quanto um armário, ou se foi o susto, mas a minha respiração acaba de ficar totalmente irregular.

- Você vai desmaiar?

Essa voz de novo. Certo universo, pare de querer me colocar nessas situações. Eu já tive castigo o suficiente. Brayden segura minha cintura e estou próxima ao corpo dele, e isso deixa o ambiente mais quente de repente. Nossas pernas se tocando. Nosso corpo. E se eu olhar para cima sei exatamente que vou encontrar a boca dele.

Fugindo de mim (Astros de Duke #1)Where stories live. Discover now